— Eu não estou puto. — Movi meu ombro abruptamente para que ele tirasse sua mão de mim. — Eu tenho que ir a um lugar agora. Até semana que vem.
Logo mudei minha rota, me afastando e indo para a direção oposta que eu deveria ir com Kyoutani. Eu realmente não tinha que ir a lugar algum, só queria uma desculpa para fugir de tal diálogo. Então, acabei indo até uma mercearia, comprei algumas cervejas e, por fim, me dirigi até a estação, onde peguei o metrô e fui para casa.
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A semana se deu início novamente e, por algum motivo, tinha a sensação de que os dias de trabalho no museu estavam cada vez mais exaustivos. E hoje, não foi diferente, andei por aquele museu por todos os lados, organizei exposições, cuidei da documentação e catalogação dos novos acervos e auxiliei professores de uma excursão escolar.
Quando o dia teve fim, eu me sentia extremamente esgotado. Tal condição física e mental me levou a tomar a decisão insensata de ir para estação pelo caminho do estúdio de tatuagem, onde, provavelmente, era o local de trabalho de Yamaguchi. Não podia imaginar se ele era um tatuador ou se cuidava da administração do local. Mas, pensando bem, esse é o único ambiente de trabalho que o aceitaria como empregado, já que ele nunca conseguiria um emprego comum aqui no Japão com aquela aparência.
Enquanto passava em frente ao estúdio, eu olhava, com o canto dos olhos, Yamaguchi parado em frente ao estabelecimento que ficava do outro lado da rua. Ele estava apoiado na parede do lugar, enquanto fumava seu cigarro e observa o movimento de carros e pedestres.
Por um momento, senti falta dos velhos tempos em que éramos amigos e fiquei um pouco mal pela nossa situação atual. Porém, fiquei mais tranquilo ao comparar nossa relação agora com a da época em que ele sumiu e eu ao menos tinha notícias suas.
E, andando pela rua, não consegui conter um suspiro de alívio, tranquilizando a mim mesmo que, pelo menos, agora eu sei que ele está bem. E, neste momento, mesmo que não sejamos mais amigos, poder vê-lo e saber como ele está já é o suficiente para mim.
Então, após este dia, comecei a voltar do trabalho somente por este mesmo caminho, para que eu pudesse passar em frente ao estúdio e vê-lo parado alí. E, após três semanas fazendo isso, numa tarde de quinta feira, estranhei o fato de Yamaguchi não estar lá, como de costume.
— Ele não veio trabalhar hoje? — Monologuei.
Parei na calçada e fiquei olhando para o estúdio, esperando que alguma coisa acontecesse. Ajeitei meus óculos e estreitei os olhos, em uma tentativa falha de ver alguma movimentação dentro do lugar, mas fui impedido de notar qualquer coisa lá dentro por causa do vidro espelhado.
Fiquei parado igual um idiota na calçada por cerca de 10 minutos, até que finalmente tomei a iniciativa de atravessar a rua. Me mantive inerte assim que cheguei ao outro lado, olhando para a fachada do lugar. Mas me assustei quando a porta se abriu de repente.
— Desculpe sair mais cedo. Tenho que ir para casa. Até amanhã, Kohei-Senpai! — A voz de Yamaguchi soou de forma gentil enquanto conversava com alguém de dentro do estúdio.
Porém, assim que me viu, sua expressão simpática se dissipou no mesmo momento, dando lugar a um semblante que denunciava todo o seu desprezo pela minha pessoa. Em seguida, ele passou pela porta, fechou a mesma e se aproximou de mim.
Eu também não estava muito feliz ao presenciar a notável mudança brusca de personalidade quando ele vinha falar comigo. Não sei o que ele pretende ao continuar me tratando dessa forma.
— O que você quer? — Questionou ele diante o meu silêncio. — Vamos, diga alguma coisa. Não quero perder meu tempo. Você quer alguma coisa ou está "apenas de passagem"?
— A estação não fica muito longe daqui. Passar em frente ao seu local de trabalho faz parte de meu trajeto.
— Oh, então você adivinhou que eu trabalho aqui. É surpreendente este seu super poder de dedução, não é mesmo, Tsukishima-kun?
— Pare de ser sarcástico e converse direito por pelo menos 5 minutos!
— Você tem algo a me dizer?
Pressiono os lábios por não saber o que falar, pois eu realmente não tinha o que dizer para ele naquele instante, já que não estava nos meus planos me encontrar com ele agora.
— Sim, eu tenho. — Respondi ao desviar os olhos e começar a pensar em alguma alternativa que me livrasse da situação que eu mesmo tinha causado.
— Okay, vamos fazer o seguinte... — Ele tira um cigarro do bolso e ascende o mesmo, em seguida, leva o objeto aos lábios e continua sua proposta: — Como eu estou com pressa, vou te ouvir até que meu cigarro apague. Okay, valendo!
— Hm, bem... Eu gostaria que você me desse uma explicação sobr-... — Eu paro de falar assim que o garoto molha a ponta dos dedos na língua e os pressiona na ponta do cigarro, apagando o mesmo.
— Tempo esgotado. O cigarro apagou. — Ele diz ao se virar e sair andando logo em seguida. — Adeus, Tsukishima.
O que foi isso? Que brincadeira estúpida foi essa?! Eu estou começando a perder minha paciência com ele...
Então, em um momento de raiva, acabei tomando a decisão de seguí-lo, com o objetivo de descobrir onde exatamente ele estava morando.
Porque essa conversa não acabou aqui!
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£Õ£ò£õ£ó£á£é£ü¤¦¤ë¤µ¤¤ ? [Tsukiyama]
FanfictionAp¨®s a formatura do ensino m¨¦dio, Tsukishima Kei v¨º seu melhor amigo indo embora de Miyagi para ingressar em uma faculdade em Tokyo. Os anos passavam, mas Yamaguchi Tadashi n?o retornava assim como o prometido. E, quando Tsukki j¨¢ havia perdido as e...
Cap.5 | Outra tentativa falha de di¨¢logo
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