Miles to go before I sleep [pt/br] ? drarry

Mas lentamente, como se liberado por seus gritos, a pressão dentro dele diminuiu. O ar veio mais fácil para seus pulmões e a dor em sua cabeça começou a diminuir, deixando-o tonto. Piscando, ele levantou a cabeça e olhou ao redor. Lúcio se foi; foi a primeira coisa que notou. A cozinha em si estava em ruínas, mas os elfos domésticos cuidariam disso, embora ele se perguntasse onde eles estavam agora. Qualquer bom elfo doméstico teria vindo imediatamente, com esse tipo de distúrbio mágico.

E... Draco sugou o ar tão rápido que quase engasgou porque, ali, no meio da cozinha, Harry estava ajoelhado. Ele estava de joelhos, na posição mais submissa possível, braços cruzados na frente dele nos pulsos e quadris inclinados para trás. Os ombros esbeltos tremeram ligeiramente, mas seu rosto, abaixado para que seus olhos pudessem permanecer abaixados, fixos no azulejo pelos joelhos, estava completamente em branco.

— Oh... oh foda-se... — o loiro sentiu uma onda de pânico em sua espinha e ele praticamente correu para o outro homem, batendo os joelhos dolorosamente no chão quando ele caiu na frente dele. Harry nem piscou.
— Porra... porra... — ele estendeu a mão e segurou a bochecha do outro homem gentilmente, com um pouco de medo que ele fizesse Harry ter um ataque, mas os olhos verdes não piscaram. — Harry. — Draco respirou, esfregando o polegar lentamente sobre uma bochecha lisa.
— Harry, por favor, olhe para mim. Sinto muito, eu não deveria ter...

— Eu não devo olhar para o Mestre. Não até que eu tenha sido punido. Não até que eu tenha aprendido minha lição. — A voz do outro homem soava como um daqueles gravadores de voz mecânicos trouxas, palavras juntas sem significado e tão sem entonação, nem soava humano. Era assim que Harry parecia agora, como se ele nem estivesse vivo. A pior parte, a parte que parecia uma facada no estômago, foi quando ele chamou Draco de "Mestre". Isso foi o que Alex fez; ele transformou Harry, tão lindo e cheio de vida, em um verdadeiro submisso, subjugado as vontades daquele monstro. Um soluço ficou preso na garganta de Draco e ele se inclinou para frente, a mão ainda enrolada no queixo forte, para pressionar sua testa na de Harry.

— Não... não, eu não sou seu mestre. — Ele murmurou, a respiração aquecendo a pele bem na frente de seus lábios, a pele que ele queria pressionar tantos beijos, mas tinha medo ao mesmo tempo.
— Você não fez nada para ser punido, Harry. Nada. Sou eu quem deveria me desculpar. — Ele estava balançando-os sem nem perceber, seu outro braço em volta da cintura de Harry. Ele podia sentir o calor nele, sentir a vida, mas quando ele virou a cabeça para olhar, os olhos verdes ainda estavam mortos.

— Eu mereço ser punido, Mestre. — As palavras o cortaram como uma maldição, fazendo-o doer e fazendo com que mais lágrimas escorressem por suas bochechas. Ele não poderia tê-los parado mais do que ele poderia ter parado de tocar em Harry. Poderia ter parado de segurá-lo, inalando-o, pressionando o nariz na bochecha do outro homem que cheirava levemente a pele e sabão. — Por favor, me castigue, Mestre. Devo aprender minha lição. — Nem uma vez sua voz vacilou ou falhou. Nem uma vez seus olhos se ergueram ou se concentraram e ele manteve as mãos na frente dele, como se esperasse ser amarrado. Ele provavelmente esperava.

— Harry. — O loiro sussurrou, passando a mão pelo pescoço esbelto e depois de volta para a bagunça de cachos selvagens. — Harry, sou eu. Eu não vou puni-lo. Por favor. Olhe para mim. — Ele tentou levantar a cabeça do homem para que seus olhos se encontrassem, mas Harry era bom em deixar seu olhar deslizar para longe, incapaz de ser encontrado ou pego.

— Eu não sou igual a você, então não devo encontrar seus olhos. — Harry estava sussurrando agora, um tremor fino começando em seu corpo que Draco podia sentir onde eles se tocavam. Harry se sentiu frágil novamente, como quando ainda estava na casa de Pansy, como se estivesse prestes a se desfazer em um pó fino sob as mãos do loiro.