Após alguns anos estudando no colégio Owls, Ayla percebe um garoto.
Isaac Willian, o cara mais inteligente do colégio Olws, um exemplo de aluno e filho, sonho de toda m?e, educado, bonito, inteligente e focado em seu futuro. Tem uma inteligência ún...
Isaac me entrega a folha corrigida. Estamos na última matéria, e por sorte é História — uma das poucas que consigo entender sem me sentir completamente burra.
— É... pelo visto você é de humanas — ele comenta com um leve sorriso nos lábios, enquanto vira a folha para mim. Um "10" destacado em vermelho brilha no topo como um troféu. — Parabéns.
Sorrio de volta, um pouco tímida, mas orgulhosa. Pela primeira vez, todas as respostas estão certas. Um dez. Meu primeiro dez. E isso significa mais do que parece... significa que talvez, só talvez, eu consiga virar esse jogo no final do ano.
Isaac se levanta e caminha até a cozinha. Quando ele abre a geladeira, meu estômago escolhe o pior momento para roncar, alto e constrangedor. Tento ignorar, mas sei que ele ouviu. Antes que eu possa morrer de vergonha, meu celular vibra na mesa.
Vejo o nome do meu pai na tela. Atendo.
— Onde você está?
— Na casa de um colega... estudando — respondo, tentando soar natural. — Estou tentando melhorar as notas pra prova.
— Vai demorar?
— Não sei... por quê?
— Sua mãe e eu vamos sair com seu irmão. Quero que cuide da Alice.
— Tudo bem. Que horas vocês vão sair?
— Sete em ponto.
Olho para o relógio acima da TV. Quatro da tarde. Tenho tempo.
— Estarei em casa às seis, então.
— Certo. Se cuida.
— Até mais, pai.
Desligo e coloco o celular de volta na mesa. O suco que Isaac trouxe ainda está pela metade, e tomo o resto de um gole só. Estou tentando manter a cabeça fria, mas a consciência de que estou sozinha com ele nessa casa está me enlouquecendo aos poucos.
— Você está com fome? — ele pergunta da cozinha.
— Hã? Sim... um pouco — confesso, sem graça.
Ele retira da geladeira algumas verduras, fatias de queijo, e começa a preparar alguma coisa.
— É intolerante à lactose?
— Não... — digo, observando enquanto ele, de cabeça baixa, organiza os ingredientes — Por quê?
— Vou fazer um sanduíche. E vai queijo.
Ele me lança um olhar breve antes de voltar a se concentrar na bancada. Há algo estranho no jeito dele hoje... mais solto, menos distante. O Isaac que conheci nunca teria me oferecido comida. Ou ajuda. Ou um sorriso.
Talvez ele tenha colocado veneno no sanduíche.
Ai, meu Deus, cala a boca, cérebro.
Volto para o livro de questões e tento focar em algo difícil. A matemática ainda me deixa tonta, mas resolvo encarar mesmo assim. Enquanto ele prepara tudo, ouço o barulho da faca contra a tábua, da frigideira chiando com o pão... e o som, de algum modo, é reconfortante.
Logo um prato aparece na minha frente com um sanduíche perfeitamente montado.
— Obrigada — murmuro.
— Já terminou as questões? — ele se senta ao meu lado e pega meu caderno — Pelo visto, é rápida.
Começo a comer enquanto ele fala quais acertei, onde errei e como posso melhorar. Sua voz é serena, atenta, e isso me desconcerta mais do que qualquer coisa.
Então, meu celular vibra de novo.
Alice Aly... Pode me buscar na casa de uma amiga? Vou te mandar a localização.
Ayla Agora?
Alice Sim. Onde você tá?
Ayla Indo.
— Desculpa, eu preciso ir — digo, me levantando de repente — Tenho que buscar minha irmã.
— Tudo bem. Segunda-feira te entrego uma nova folha de questões. Tem grandes chances delas caírem na prova.
— Ok. — pego um envelope da mochila e estendo para ele. — Aqui está o seu dinheiro.
Ele encara minha mão por um segundo antes de aceitar.
— Quer que eu embale o sanduíche?
— Se não for incômodo... eu quero sim — respondo, segurando o resto do lanche.
Isaac se levanta e ajeita tudo em uma sacolinha. Enquanto ele faz isso, reviso minhas coisas. Mochila no ombro, celular no bolso. Tudo certo. Ele me entrega a sacola.
— Obrigada!
— Vou te acompanhar até a recepção.
— Não precisa — falo, tentando soar educada.
— Eu insisto. Seria falta de educação da minha parte não te acompanhar até lá.
Não discuto.
Seguimos até a porta e espero ele trancar o apartamento. Deixo que ele vá na frente. Mas, no meio do caminho até o elevador, Isaac para de repente. Seu olhar fixa uma placa na parede: "Escadas interditadas".
Eu franzo a testa, confusa. Qual o problema?
Mas ele apenas continua andando, e entramos juntos no elevador.
O espaço é pequeno. Muito pequeno. E quente. Ou talvez sou eu que esteja pegando fogo por dentro com a proximidade dele.
Sempre me pergunto: por que ele? Por que Isaac?
Meu ex era o oposto. Popular, falava alto, chamava atenção. Isaac é... quieto. Reservado. Nerd. Focado. Um mundo completamente diferente do meu. E mesmo assim... é com ele que meu coração resolve bater mais forte. Amor não faz sentido. Quando você percebe, já está ferrada — apaixonada por alguém que nunca imaginou.
— Fala sério... — exclamo quando o elevador para de repente, com um tranco seco. As luzes se apagam e a escuridão nos engole como um vulto.
Apoio a mão na parede instintivamente, o coração disparando.
— Só o que me faltava...
Pego o celular e ligo a lanterna, iluminando o pequeno espaço metálico. Corro os olhos pelos botões e aperto o de emergência, várias e várias vezes. Uma voz logo ecoa pelo alto-falante:
— Pedimos que se acalmem. O elevador sofreu uma paralisação por defeito na corda. Os bombeiros já foram acionados. Pedimos que evitem movimentos bruscos e permaneçam tranquilos. Qualquer agitação pode comprometer a estabilidade do elevador.
O sangue some do meu rosto. Sinto as pernas bambas.
Puta. Merda.
Continua...
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Seria muito mau da minha parte matar os dois? Olha pelo lado bom, viveriam juntos por toda eternidade KAKAKAKAKAKAKAKA
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