Subit?neo

O corpo esguio de Maggie estava encostado na parede e apoiado na lateral dos armários, ela tinha um olhar inocente e quase culpado, mesmo de longe sua voz parecia terrivelmente manhosa e persuasiva. Nate estava com o braço esticado na lateral do rosto da garota e sua mão estava espalmada na parede, sua outra mão estava no bolso do moletom do time com seu nome gritante atrás. O vinco em sua testa me dava a impressão de que eles estavam tendo uma conversa séria, mas Nate estava quase cedendo. E eu tive certeza disso quando, no segundo seguinte, Maggie segurou na nuca de Nate o puxou para frente e selou seus lábios.

Já estávamos no terceiro período de aula, Mayumi havia faltado e sequer me avisou. Ou seja, tudo certo para dar errado.

Desencostei meu corpo do meu armário e lentamente andei até a direção do jardim externo. Alguma música estava tocando no meu headphone mas eu sequer dei importância para isso. O fato de que ontem eu estraguei o clima bom entre eu e Nate e que desde então não nos falamos, estava me causando uma sensação ruim no estômago, ver ele com Maggie, porém, me trouxe de volta a realidade. Nós somos apenas colegas em um trabalho importante e depois disso, não seremos sequer conhecidos. Não tem motivo para que eu me distraía com isso.

Mas eu vou colocar a culpa nos hormônios da TPM.

Finalmente o dia letivo havia chego ao fim e enquanto organizava meu armário passava mentalmente os afazeres para o dia. E o principal deles incluía um banho bem demorado de banheira, Brooklyn nine-nine e muita besteira.

— Oi.

Me assustei com a voz próxima ao meu ouvido me fazendo dar um leve pulo no lugar. Por reflexo levei minha mão até o peito e então me virei, vendo Nataniel ali com um sorriso brincalhão.

— Caralho Nate, que susto. — Suspiro e nego com a cabeça.

— Percebi. — Ele ri. — Então, pronta?

Franzo o cenho e fecho meu armário, começando a andar para fora do prédio. Nate me acompanha.

— Para o quê, exatamente?

— Vou te levar em um lugar que vai nos ajudar na inspiração.

x

Franzi o cenho ao notar que Nate estava estacionando o carro na marina e logo à nossa frente haviam os barcos, iates e yatch de toda a ilha. O acompanhei por todo o caminho até pararmos na frente de um iate de três andares. Na lateral o nome “Selina” em preto. Seu interior em sua maioria é branco porém alguns detalhes são pretos e ambos revezam com o tom cerejeira da madeira do piso e algumas partes das “paredes”.

Nate subiu primeiro e me estendeu a mão, aceitei e embarquei. O moreno disparou para dentro da cabine e eu o acompanhei.

— Tudo bem, você já pode me dizer o que estamos fazendo aqui.

Nate assentiu e subiu para o terceiro andar, onde estava a cabine de controle.

— Bom, eu imaginei que a Sarah poderia ser acusada de jogar o corpo de Andrômeda no mar, e nada mais realista do que imaginar essa cena, estando em alto mar.

Assenti e permaneci quieta. Por alguns longos minutos, Nate guiou o iate para alto mar e quando estávamos fundos o suficiente, ele parou. A ilha estava um pouco distante e um frio percorreu minha coluna, eu havia me tocado apenas agora que eu estava completamente sozinha com Nataniel.

— Com medo?

Nate se aproximou de mim no deck e se apoiou na barra, assim como eu. Apenas neguei com a cabeça, o oceano nunca me deu medo, muito pelo contrário.

— E você?

Me virei para o moreno com um sorriso divertido nos lábios e ele imediatamente negou, dando de ombros.