Não era difícil de imaginar o tamanho da vergonha que eu sentia naquele momento. Se eu fosse um avestruz, teria cavado minha cabeça na terra e só teria saído de lá quando terminasse a faculdade.Podia ter sido qualquer outra pessoa a ler, mas foi justo ele, que não podia. Droga.
Nota mental: sempre fechar as abas do computador não importa o que aconteça.
— Do q-que você tá falando? — gaguejo, mas me recomponho.
Ótimo, uma pessoa que não tivesse nada a ver não gaguejaria desse jeito. Parabéns, Madelyn.
— Você foi salva pelo horário. — disse Jeongguk, olhando em seu relógio. — Mas depois eu quero conversar com você.
Ele se levanta pegando sua mochila e indo na direção da porta. Encaro suas costas e mordo o lábio de nervoso. Merda. Merda. O que será que ele quer falar comigo? Vai me denunciar pra policia falando que é assédio ou que estou usando sua imagem inapropriadamente? Ai meu Deus.
Saio da biblioteca indo pra minha primeira aula com os pensamentos a turbilhão. Ele podia muito bem revelar a todos meus segredo manchando a minha imagem. Podia usar contra mim... Eu acho que vou ter um infarto a qualquer momento.
Já havia chego na aula e o professor estava na sala, mas eu não conseguia prestar atenção, por conta da minha mente que me sabotava. Eu estava envergonhada e me sentia pervertida. O que será que ele pensou de mim lendo aquilo?
Haviam passado algumas aulas e estava na hora do almoço. Eu olhava pras pessoas como se elas tivessem me julgando mesmo não sabendo de nada e isso me corroía por dentro. Parecia que eu tinha cometido um crime grave. Sim, o crime de ter uma imaginação que me levava a lugares imagináveis.
Respiro fundo, tentando procurar o homem de cabelos escuros, mas não o encontrava em lugar nenhum. Decido ir a cafeteria da universidade e comprei um bolo de chocolate e suco, já que não tinha tanta fome devido aos fatos acontecidos.
Me viro vendo meus dois amigos sentado conversando e vou até eles, sentando-me do lado de Thomás.
— Ih, o que aconteceu Madelyn? — pergunta Olivia, me encarando fortemente.
— Como assim? — pergunto.
— Você anda comendo direito? Tá tão pálida... — disse Olivia e engulo o seco.
— Deve ser as provas mexendo comigo. — Minto. Todos nós sabemos o porquê estou assim.
— Aí está você! — levo um susto e arregalo os olhos vendo Jeon sentando-se na cadeira vazia. Thomás e Olivia se entreolham tentando entender o que está acontecendo.
— Ahn... Porque ele está aqui? — pergunta Thomás, o olhando.
— Por nada, pessoal. Vou ajudar o Jeongguk nas aulas, não é mesmo? — pergunto me levantando e pegando na mão dele pra sair logo dali.
— Mas vocês nem tem aula juntos... — disse Olivia e a ignoro, dando um sorrisinho nervoso e levando-o pra longe.
Já havíamos saído da cafeteria e eu podia respirar aliviada.
— E então, o que queria falar comigo? — pergunto.
— Acho melhor a gente não falar no meio do corretor, escritorazinha. — ele debocha no final, me fazendo revirar os olhos e engolir o seco.
Enquanto caminhávamos a procura de um lugar mais reservado, podia se ver os cochichos pelas pessoas que passavam. Deviam pensar o que alguém como eu estaria com o atleta mais desejado da universidade? É, seria algo bom se não fosse pelo fato que ele descobriu meu segredo.
Chegamos a uma das salas vazias, já que não tinha ninguém por conta do horário de almoço. Eu encosto a porta e cruzo os braços, enquanto ele me olha e dá um sorriso malicioso.
— Então quer dizer que você tem pensamentos inapropriados comigo, senhorita...? — ele franze o cenho tentando recordar meu nome. Como ele iria saber, não é mesmo? Eu estava tentando não chamar atenção de literalmente ninguém.
— Madelyn Carter. — respondo. — E eu não tenho pensamentos... É só que... — gaguejo. — Ok. O que você quer pra não contar pra ninguém sobre isso? Qual é seu preço? — cruzo os braços.
— Ei. Você acha que eu sou desse tipo? Comprado? — pergunta. — Mas meu preço é valioso... — diz ficando próximo a mim e me encarando fortemente, me fazendo engolir o seco.
— Tá, qualquer preço que for, eu pago!
Ele dá um dos seus sorrisos que me deixa desconcertada e se aproxima mais colocando a minha franja atrás da orelha, me deixando mais nervosa ainda. Torcendo pra que ele não esteja escutando meu coração querendo sair pra fora do corpo. Cada centímetro de mim, estava em extâse demais com essa aproximação. Ele chegou perto do meu ouvido e disse:
— Que deixe que eu faça as coisas que você escreveu, de verdade, e com você, escritorazinha. — balbucia lentamente e eu arregalo os olhos, mordendo o lábio, mas me recomponho e me afasto dele.
— Ei! Não é porque eu escrevo aquilo que eu sou uma pervertida! — digo, revoltada e ele dá uma risada alta.
— É brincadeira. — diz o garoto se segurando pra não rir mais. — Eu vou pensar no que pode ser meu preço e te falo mais tarde. Hoje eu e os meninos vamos dar uma festa, aparece lá, que até lá já terei pensado. Pode chamar algum amigo.
Ele vai até a porta, mas antes se vira e me olha:
— Quem sabe algum dia não posso realizar seu fetiche de escritora de romance.
Ele dá mais uma risada e sai da sala, me deixando plantada e sinto minhas bochechas ficarem vermelhas.
Ótimo isso não daria nenhum pouco certo. De qualquer forma, estou ferrada mesmo, então irei aquela festa e sabe se lá o que ele vai pedir pra mim. Não sendo muito dinheiro ou algo do tipo está ótimo, afinal, não sou rica.

VOC? EST? LENDO
Secret Between Lines
FanfictionMadelyn Carter era uma menina comum como qualquer outra na Universidade da Califórnia, cursando seu sonho que era literatura inglesa. Mas por trás dessa garota comum que passava despercebida por outras pessoas, estava um segredo que ela jamais penso...