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13 | 𝗛𝗼𝗿𝗮 𝗱𝗲 𝗮𝗰𝗼𝗿𝗱𝗮𝗿

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Eu sempre achei que vencer fosse a coisa mais importante pra mim. Ser o último a ficar de pé em todas as batalhas aumentava meu ego ― e talvez minha vontade de viver.

Perder nunca foi uma opção pra mim. Se perdi foi por um único motivo; não fui bom o suficiente. Era essa a sensação que tive quando provei minha primeira derrota no ensino médio, contra o Seijoh. Achei que aquilo seria o fim da minha vida no vôlei.

Mas foi quando perdi você, Hinata, que eu soube o que significa ser um perdedor.

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" Essa é mais uma daquelas noites em que acordo no meio da madrugada, e você ainda não apareceu. Mesmo os remédios me convencendo do sono, sua imagem não tem mais forma pra mim. É como se meu cérebro estivesse tentando me dizer que seu rosto foi apenas minha imaginação fértil.

Mas não foi, eu sei disso. Porque eu toquei sua pele gélida por baixo do véu que descansava sobre seu corpo. Tão pequeno... tão frágil.

Eu queria te encontrar na vida real, queria ter lutado mais por isso. Mas te ver todas as noites por si só já era uma bênção. Seus toques eram tão reais que nem um Alzheimer poderia apagá-los da minha memória. Porém agora, você não está mais aqui, Hinata. Nem nos meus sonhos, nem nos meus braços.

Se ao menos tivéssemos uma despedida decente, acho que seria menos doloroso. Uma das últimas imagens que ainda guardo sobre você é dos seus olhos sendo iluminados pelas estrelas do céu, no dia em que finalmente o entardecer cedeu e a noite caiu. Se eu soubesse que ver seu sorriso ao jogar aquele avião pegando fogo fosse o último que veria, teria dado um jeito de congelar o tempo.

Ah... Como eu queria fazer isso. Como eu queria mudar as coisas, do mesmo jeito que você me mudou por completo.

Eu nunca fui um cara bom em me expressar, mas você tinha um talento natural e fazia tudo parecer mais fácil. Foi graças aos seus sermões sobre me dar bem com meus colegas que nós ganhamos o nacional no terceiro ano. Queria que tivesse visto. Acho que sentiria orgulho de mim.

Agora estou escrevendo isso pra você, em um dos lugares que visitei depois da sua morte. Sabe o rio, a quadra velha, a praia e o campo de dentes de leão? Eu fui em cada um deles. Sim, aqueles lugares eram reais. Longe, mas existiam. Hinata, eu senti você em cada um deles. Na verdade, todas as coisas me lembram você. Desde o pôr do sol até o dente de leão que estou soprando agora.

Eu faço um desejo toda vez que venho aqui, e todos são sobre você: peço para que, de alguma forma, você esteja me vendo, e que, se existe alguma possibilidade - nem que fosse mínima - eles te tragam de volta pra mim...

Todos sentem sua falta. Mesmo tendo se passado alguns meses, não há um dia que eu não pense em você. Lembro que pedi todas as suas fotos pro Akaashi, só pra eu lembrar do seu rosto.

Por falar nele, Akaashi também sente sua falta. Me arrisco a dizer que ele sofreu mais do que eu, já que te conhecia há mais tempo. E bem... você era uma das estrelas que o céu roubou.

Mas agora tem mais uma. Bokuto deve estar por aí, certo? Me pergunto se você o encontrou.

Não quero que fique com raiva dele por isso, mas a culpa o consumiu. Eu sei que ele nunca quis que terminasse assim. Ele te amava, Hinata, e amava todos ao seu redor. Mas ele se perdeu. Acho que nós dois nos perdemos... só que ele não conseguiu encontrar o caminho de volta.