Penélope
8 de abril de 2024.Acordei com os primeiros raios de sol invadindo meu quarto. O dia que eu vinha tentando ignorar por semanas finalmente chegou: meu aniversário.
Por um momento, fiquei ali, deitada, encarando o teto e me perguntando se o mundo sabia o quanto eu me sentia pequena, quebrada. Fechei os olhos com força, tentando segurar as lágrimas que já ameaçavam cair.
O cheiro de algo assando na cozinha me fez perceber que Felicity provavelmente estava tentando me animar, como sempre fazia. Desde o dia que retornei a Mayfair, ela se tornou minha sombra, uma presença constante e silenciosa que eu precisava mais do que conseguia admitir.
Rolei na cama e peguei meu celular. Nada além de mensagens de parabéns de colegas da escola e alguns poucos amigos. Nenhuma notificação de Colin. Não que eu esperasse. Ele havia parado de tentar entrar em contato há semanas. Mas, mesmo assim, doeu.
Levantei-me, com um peso nos ombros que parecia impossível de carregar, e fui até a cozinha. Minha mãe e Felicity estavam lá, ocupadas demais com alguma coisa para notar minha presença imediata.
- Bom dia. - Disse baixinho, minha voz saindo rouca.
Felicity foi a primeira a virar, com um sorriso largo e animado.
- Feliz aniversário, Pen! - Ela veio correndo na minha direção, com um sorriso brilhante e um embrulho pequeno nas mãos.
- Obrigada, Fel. - Respondi, sorrindo de volta, mesmo que não fosse o sorriso que ela merecia.
Ela me entregou o embrulho com uma empolgação genuína, e, ao abri-lo, encontrei um marcador de páginas feito à mão, com detalhes delicados e uma pequena citação gravada: "As palavras são asas para a alma."
- Eu achei que combinava com você. - Felicity explicou, ainda sorrindo.
- É lindo, Fel. Obrigada. - Abracei-a, segurando as lágrimas que ameaçavam cair.
Minha mãe se aproximou, segurando meu rosto com aquelas mãos tão familiares.
- Minha menina... - Ela começou, a voz suave, mas com um brilho preocupado nos olhos. - Hoje é um dia especial. E, por mais que eu saiba que não está fácil, quero que saiba o quanto te amamos.
Eu assenti, incapaz de dizer qualquer coisa sem chorar.
A porta da frente se abriu revelando meu pai que logo entrou na cozinha me abraçando.
- Feliz aniversário meu amor, eu te amo e sinto sua falta. - Ele diz segurando meu rosto com as mãos. - Estou sempre aqui com você, sabe disso não sabe?
- Eu sei papai. - Sussurro entre lágrimas que ele rapidamente seca.
- Mas, sem lágrimas hoje, achei duas mocinhas aqui na frente de casa.
Eloise entrou como uma tempestade pela cozinha, o sorriso característico no rosto e a energia que sempre trazia para qualquer ambiente.
- Feliz aniversário, Featherington! - exclamou, se jogando ao meu lado e me envolvendo em um abraço apertado.
- El... - murmurei, tentando afastá-la com um sorriso fraco.

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Tu mirada
RomanceNa movimentada casa dos Bridgerton, Colin e Penelope sempre ocuparam papéis bem definidos: ele, o irm?o provocador e despreocupado; ela, a amiga leal e constante de Eloise. Mas uma noite comum traz consigo uma faísca de algo inesperado. Entre risada...