Any Gabrielly
Eu pisava no acelerador ultrapassando todos os limites de velocidade, porque precisava conseguir chegar logo ao meu destino. Eu tinha que confirmar se era realmente verdade.
Sai da empresa do Josh praticamente correndo. Não consegui conversar muito com ele, pois recebi uma mensagem da Sabina, que fiquei uns vinte segundos tentando processar.
“Olha, o Lamar está aqui…”
Quem é esse? É meu irmão. Assim como eu, é filho bastardo, fruto de um dos relacionamentos irresponsáveis do meu pai. Lamar infelizmente não teve a mesma sorte que eu de ter crescido com meu tio. Ele teve que crescer ao lado do meu pai.
Já deve imaginar como deve ter sido horrível né.
Lamar tem 15 anos, ele é um pirralho mal-educado e muito rebelde, e por mais que eu queira distância do meu pai, não afastei meu irmão de mim. Pela questão da nossa convivência não ser tão boa, estou surpresa por ele estar lá na mansão.
Entrei na grande casa passando pelo extenso corredor de pedras de mármores que divide o jardim em duas partes, é bem grande coberto por grama esmeralda, e flores de girassol e margaridas, por causa delas fica cheio de borboletas no quintal que deixa o local mais confortante.
Durante o percurso, cumprimentei todas as meninas que passam por mim e as que estão em seus postos. Assim que adentro em casa, vejo Lamar com a Sofia e a Sabina.
Meu irmão assim que me avista ele vem em minha direção correndo e me abraça, o que faz eu estranhar.
— Está tudo bem? — perguntei ainda no abraço.
Ele demora um pouco para se afastar, mas assim que se afasta, reparo como estava o estado dele.Lamar estava com a boca cortada do lado, tinha manchas roxas de hematomas em seu rosto, e pela parte exposta do seu corpo que era seu braço, estava machucado também.
— O que aconteceu com você? — Minha preocupação era nítida e o espanto em meu rosto também. Seguro o rosto dele olhando delicadamente os hematomas.
— Vamos deixar vocês a sós. — Diz Sabina puxando Sofia junto, saindo da sala.
— O papai, ele fez isso. — ele tira minha mão de seu rosto e baixa o olhar. — Eu levei um amigo lá para casa, bem, ele não é bem o meu amigo… é mais que isso…
Ele me olha envergonhado, suas bochechas ficam ruborizadas, me aproximo dele novamente e o abraço.
— Está tudo bem, continue… — acariciei seu cabelo tentando passar segurança.
— Ele me viu, be… — ele soluça, então percebi que ele estava chorando. — Ele me viu beijando ele e ficou furioso, dizendo que filho dele não podia ser abominação, eu bati de frente com ele por que ele estava dizendo coisas horríveis para mim e para meu namorado, se ainda formos um casal. Ele me bateu, bateu muito Any. — seu choro começou a ficar mais forte então conduzi-lo até o sofá. — Eu nunca senti tanta dor, como senti aquele dia.
Abracei ele mais forte, odeio abraços, mas ele é meu irmãozinho. Um laço de sangue que veio atrás de mim em busca do apoio da irmã mais velha. Nunca deixaria ele de lado, apesar do pai que temos. Não sou um monstro e sei que Lamar também não é.
Seu choro foi cessando, ele se afastou um pouquinho, secando as lágrimas do rosto na camisa.
— Vim para cá de avião sozinho, minha mãe permitiu a minha viagem. — ele olha para suas mãos sobre o colo. — Você não acha que eu seja uma abominação, não é, Any?
— Claro que não, amor! — seguro suas mãos, e ele volta o olhar para mim. — Não tem problema gostar de pessoas do seu mesmo gênero, se gostar de homens, tudo bem, se gostar de mulheres, tudo bem, se gostar dos dois, eu não vejo problema!
— No meu caso… — ele demora um pouco, então diz; — No meu caso, eu sou gay!
— Tudo bem, eu te apoio! Você sabe disso. Apesar de que nossa relação nunca foi tão boa, você sabe que pode contar comigo. — sorri fraco e ele assentiu. — Imagino que está aqui por que está com medo de Charles, não é?
— Sim…— Suspira. — Ele quer me mandar para um internato, mas eu não quero ir, Any!
— Eu não vou deixar você ir. Você pode ficar um tempo aqui, se quiser… — Ele abriu um sorriso enorme.
— Sério? — Assinto e ele levanta e dá uns pulinhos, mas parou fazendo uma careta, levantando a mão até a costela. — Estou com dor.
— Porra. Eu juro que mato aquele podre por tocar no meu irmão! — fechei a mão em um punho.
Minha raiva estava me consumindo, já não basta aquele babaca ser um pedófilo e estuprador de mulheres, ele também é homofóbico.
Ele ousou tocar no meu irmão, machucar só devido à sua orientação sexual, com certeza isso não vai passar em vão quando eu me vingar dele pelos seus atos.— Não se preocupe, okay? — Ele sorri de lado, o que faz a minha raiva cessar um pouco. — Eu estou bem, e vou ficar! Mas para isso eu tenho que descansar um pouquinho.
— Vai lá em cima, seu quarto fica no fim corredor esquerdo! Eu vou ficar por aqui hoje, te chamo para jantar! — Ele balança a cabeça concordando e então sai.
Vou até à cozinha onde as meninas estavam, vejo que Sabina, Sofia e Joalin estavam conversando, a conversa parecia estar boa, pois estavam rindo bastante, elas nem percebem eu entrar, só notaram quando eu abri a geladeira.
— O caralho, mais que susto! — Sabina diz com a mão sobre o peito.
— Para de ser dramática. — As meninas me acompanham na risada. — Então, meu irmão vai dormir aqui durante um tempo, acho que também vou passar mais tempo aqui, entretanto, quero que cuidem bem dele. — Pego a garrafa d'água na geladeira e a fecho em seguida.
— Daquela peste? — Joalin perguntou confusa.
— Ele não é tão ruim assim, só cresceu no lugar errado, teve que se adaptar, mas eu acho que daqui para frente, ele será um menino bom. — Bebi um pouco da água.
— Que deus te ouça — A mexicana levanta as mãos, parecendo rezar.
— Boba mesmo. — neguei com a cabeça rindo.
Mais tarde eu já tinha feito bastantes coisas, tive uma breve reunião com as meninas sobre o carregamento de armas que chega hoje a noite, já separei as meninas que irão receber.
Também liguei para a mãe do Lamar perguntando se ela realmente tinha ciência de que ele estava comigo, ela confirmou e disse ser melhor para ele.
Perguntei a ela também se ela sabia do paradeiro do meu pai, mas ela disse que não, que nem queria saber.Assim logo pela noite eu estava exausta, o dia foi bastante cansativo e com bastante emoção, conversei com meu tio, fiz um acordo maluco com o Josh, tive uma conversa acolhedora com meu irmão, entre outras coisas não tão relevantes, mas de certa forma me cansou.
Sentada de frente ao mar, sentindo uma brisa fria em meu rosto, vendo a lua brilhar sobre o horizonte, eu me perguntava como seria minha vida daqui para a frente.
Eu realmente fui louca para propôr aquele acordo?
Sim e agora não tem mais volta, logo vamos assinar o contrato e tudo vai estar decidido.
Eu vou ajudar ele a encontrar a irmã, e ele a ser meu falso namorado, o que poderia dar errado né?|★|
Continua...
Feliz dia das mulheres 💐

VOC? EST? LENDO
Os poderosos - Beauany.
FanfictionAny Gabrielly e Josh Beauchamp, dois dos mais temidos e respeitados chefes da máfia, levam uma vida repleta de perigos e intrigas. Contudo, a paz dos seus negócios é amea?ada quando a irm? de Josh, Sina, é sequestrada por uma Máfia rival que deseja...