O sol da manhã entrava com timidez pelas frestas das cortinas, tingindo o quarto de Max com tons suaves de dourado e âmbar. A brisa que vinha do Mediterrâneo era leve, salgada, e fazia dançar a fina cortina branca que cobria a janela. O relógio marcava pouco depois das oito quando Eleanor abriu os olhos, ainda sonolenta.Estava sozinha na cama. O travesseiro de Max continuava amassado, quente há pouco tempo. Ela sorriu, virando-se de lado. O edredom escorregava pela cintura, e o moletom dele, largo em seu corpo, cobria-lhe as coxas como um vestido improvisado. Passou os dedos pelos próprios cabelos, tentando acordar aos poucos.
A cozinha estava silenciosa.
Sem pressa, ela calçou as meias, amarrou os cabelos num coque torto e caminhou pelo apartamento ainda sonolenta. Ao chegar na sala, não encontrou Max. Apenas uma caneca usada sobre o balcão da cozinha, e uma playlist mais suave que ele deixava ligada nas manhãs de terça.
Sobre a bancada, um bilhete escrito à mão:
"Volto logo. Missão croissant."
Ela riu sozinha, dobrando o papel com delicadeza e guardando no bolso da calça. Caminhou até a varanda e se recostou no parapeito. A cidade começava a pulsar lá embaixo: carros luxuosos passando pelas curvas estreitas, turistas nas calçadas, os primeiros barcos deixando o porto.
Ela ainda se surpreendia com o quanto aquela cidade — tão cheia de excessos e segredos — parecia ter se transformado em algo simples quando ele estava por perto.
Quinze minutos depois, ouviu o barulho da chave girando na porta. Max entrou com os cabelos bagunçados pelo vento e uma sacola de papel na mão. Usava uma calça de moletom escura, camiseta branca e aquele olhar tranquilo de quem já sabia onde pertencia.
— Adivinha o que sobrou no Fournil? — disse ele, erguendo a sacola como um troféu.
— Se for o de amêndoas, você ganha mais um ponto.
— E se for o de amêndoas e o de creme?
— Caso encerrado. — Ela caminhou até ele e pegou a sacola, espiando o interior. — Ok, você é oficialmente útil.
Max a puxou pela cintura, com um sorriso preguiçoso.
— Só útil?
— Extremamente útil. Levemente encantador. Quase irresistível.
— "Quase"?
— Não posso entregar tudo de graça.
Ele riu, encostando o rosto no pescoço dela antes de se afastar.
Enquanto o café coava, Eleanor arrumava a mesa com os croissants que Max havia trazido. Um de amêndoas, outro de creme, um pain au chocolat e uma mini baguete que ele insistiu em comprar porque, segundo ele, ela sempre acabava beliscando a dele. Ela riu ao ver o cuidado com os detalhes — a manteiga de verdade, a geléia de framboesa que ela gostava, os guardanapos de pano.
— Está tentando me comprar com café da manhã? — ela provocou, se sentando.
— Tá funcionando?
— Talvez.
Eles comeram juntos na varanda, em silêncio por alguns minutos, olhando o movimento da cidade que crescia abaixo dos pés deles. Mônaco, tão viva, tão ensolarada. E, de alguma forma, tão silenciosa por dentro.
— Você tá diferente — Max disse, depois de um tempo, pegando a xícara dela para um gole rápido.
— Diferente como?
— Mais leve. Ou... talvez mais presente. Como se agora você realmente estivesse aqui. — Ele a olhou. — Comigo.
Eleanor desviou os olhos por um instante, sentindo aquele incômodo confortável de ser vista demais.

VOC? EST? LENDO
Red Line | Max Verstappen ??
FanfictionEleanor Whitmore nasceu para seguir regras. Filha de uma família aristocrata inglesa, sempre foi impecável, elegante e discreta. Como advogada de um dos maiores escritórios de Londres, sua especialidade era negociar contratos multimilionários sem ja...