No sábado, meu pai resolveu que queria visitar o irmão dele, Doflamingo, que morava numa cidade a umas 3 horas de carro daqui. Era normal a gente visitar ele umas três vezes no ano, mas eu realmente não gostava de ir, nem pela viagem, nem pelo meu "tio". Ele era um babaca, daqueles com "B" maiúsculo; Falava o que queria e se ofendia quando ouvia o que não queria.E aí você se pergunta "Mas Law você já é maior de idade, não precisa ir se não quiser." e eu vos respondo: é, eu sou de maior e eu não preciso ir se eu não quiser, mas meu pai é dramático demais pra me deixar ficar em casa sem me deixar preocupado ou com um peso de uma tonelada na consciência.
E cá estamos nós viajando até a casa do amado parente do meu pai. Uma música aleatória tocava no rádio e as janelas estavam abertas; Papai dirigia e eu tentava me manter acordado para fazer companhia a ele. Estávamos conversando sobre assuntos bem aleatórios também, quando ele tocou no assunto "Luffy".
— E aquele seu aluno? — Ele manteve os olhos na estrada. — Ele gostou dos bombons?
Pensei em dar uma resposta torta a ele, merecia por ter se metido na minha vida e, conhecendo-o como conheço, aquilo tinha segundas intenções. Bufei e me arrumei no banco do carro antes de responder.
— Não sei.
— Você, pelo menos, entregou a ele?
— Sim.
— Trafalgar Law, não minta pra mim...
— Eu não estou mentindo! — Aumentei o tom. — Eu dei os bombons a ele e agradeci por ele ter sido legal comigo quando passei mal, satisfeito?
— Sim... Mas vocês não se falaram mais depois disso?
Pensei em contar o que tinha acontecido com o menino, mas além de ter prometido a ele que não contaria a mais ninguém, meu pai provavelmente ia querer saber dele todo dia que eu voltasse daquela escola. E é, já estava gastando muito meus neurônios pensando nele, não precisava de mais um incentivo.
— Sim, nas aulas.
— E fora da escola? — Olhou rápido pra mim e eu pude ver um sorrisinho besta na sua cara.
— Não.
— Você deu seu número pra ele?
— Onde você quer chegar com isso?
Ele se calou, fazendo um bico. Seguimos o resto da viagem em silêncio, embora eu soubesse que ele queria continuar falando sobre aquilo. Quando chegamos, já era quase hora do almoço e eu estava com fome, ou seja, me tornei uma pessoa muito mais chata do que o normal.
Meu pai estava empolgado, andando a passos largos até a porta da casa do irmão e batendo. Logo fomos recebidos por ele. Doflamingo era exótico, os cabelos loiros, igual ao do irmão, porém penteados pra trás. Roupas justas e coloridas e pra finalizar, um óculos pontudinho vermelho. E ele sempre sorria, mesmo nas piores situações, mas diferente do sorriso do meu pai, o seu não era nem um pouco gentil.
As visitas eram sempre do meu pai, antes eu achava incômodo, mas só de pensar em tudo aquilo na minha casa, eu agradecia por ele nunca ter ido lá. Ele era chato demais, não deixava as pessoas saírem da sala e ficava incomodado quando a visita demorava muito; Talvez fosse por isso que eu não me importasse tanto assim em acompanhar Rosinante.
Nos sentamos no sofá roxo e eles começaram a conversar. Não estava prestando atenção no assunto deles, daí comecei a mexer no celular. Tinha uma mensagem de um número desconhecido.
"Professor Trafalgar?"
Não tinha foto no contato também, então não dava pra saber quem era. A primeira pessoa que me veio na cabeça foi Luffy, que foi a única pessoa que eu dei meu número recentemente.

VOC? EST? LENDO
Bird Set Free
FanfictionLaw sabia que era um erro se envolver com seu aluno. Ele sabia que é errado de todas as formas possíveis, mas ainda assim, insistia no erro.