抖阴社区

Capítulo 13

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O som da voz de Carina falando que sentia falta dela ainda ecoava na cabeça de Maya dois dias depois.

Ela estava sentada sozinha no sofá de seu apartamento, com uma xícara de chá morno nas mãos, encarando o vazio como se ele pudesse oferecer respostas.

Ela não conseguia parar de pensar naquela festa. Em Carina. Em Andrea.

A garotinha de olhos expressivos, tão parecida com a Carina que era quase impossível desviar o olhar. A forma como ela sorria, como brincava com a Pru, como se já pertencesse àquele mundo, como se tivesse crescido ali entre eles.

Maya a observou de longe durante a festa inteira, lutando com o turbilhão de sentimentos que tomava conta do seu peito.

Andrea era linda. E doce. E ela não tinha culpa de nada.

Maya se pegou imaginando como teria sido conhecer a garotinha de outra forma. Com tempo, com cuidado. Sendo apresentada por Carina com um sorriso nos lábios, como alguém importante na vida dela.

Mas não foi assim. E Maya sentia o gosto amargo do arrependimento.

Ver Carina ao lado do marido foi como um soco no estômago.

Ela tentou fingir que não doía, mas doeu. Ver a mão dele nas costas da Carina, os sorrisos, e então… aquele beijo.

Maya não sabia o que tinha sido pior: o ato em si ou o olhar da Carina depois, como se estivesse implorando silenciosamente por compreensão.

Ela sabia que Carina não estava bem. Ela sentia isso. E a conversa que tiveram, mesmo interrompida, foi o suficiente para reabrir feridas que Maya estava tentando ignorar.

Mas ao olhar nos olhos da Carina, ela soube. Ainda havia algo ali que ela não sabia ainda o que era.

Um suspiro pesado escapou sem permissão enquanto ela deixava a cabeça cair contra o encosto do sofá. Ela precisava conversar com Carina. De verdade. Sem máscaras, sem desviar, sem aquele homem por perto.

Porque, por mais que estivesse magoada, confusa e com raiva, o que Maya sentia por Carina era maior que tudo isso.

Ela sabia que não podia mais fugir.

Maya pegou o celular e abriu a conversa com Carina. Seus dedos pairaram sobre o teclado por alguns segundos, enquanto a mente girava em círculos.

Ela respirou fundo, fechou os olhos por um momento e então criou coragem para digitar.

Maya Bishop: Eu estou pronta para conversar. Podemos nos encontrar hoje?

Assim que a mensagem foi enviada, ela permaneceu encarando a tela, como se isso pudesse apressar a resposta. Mas os minutos passaram. Um, dois, cinco… e nada.

Com um suspiro frustrado, Maya largou o celular no sofá e se levantou. Precisava ocupar a mente antes que a ansiedade a consumisse. Estava de folga, então resolveu aproveitar para colocar o apartamento em ordem.

Separou roupas sujas, lavou a louça que estava acumulada na pia, limpou o banheiro, varreu o chão. Tentava se distrair, mas, a cada poucos minutos, olhava em direção ao celular, esperando.

Mais tarde, depois de tomar um banho e vestir uma roupa confortável, ela se jogou no sofá com a intenção de assistir algo qualquer na TV. No momento em que escolhia um episódio de uma série, o celular apitou.

Seu coração acelerou.

Ela pegou o aparelho rapidamente e desbloqueou a tela.

Carina DeLuca: Estou saindo do hospital agora. Podemos nos encontrar em algum lugar? Você está trabalhando?

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