Rosie conseguiu soltar as mãos antes mesmo do sol se pôr. Mas ela fingiu que ainda estava amarrada, afinal, não era nenhuma idiota. Por sorte, ela estava do lado da árvore que não ficava virado para o resto do acampamento. Era onde Henry estava amarrado. Rosie tinha quase certeza de que aquilo era de propósito, para Alpha tentar manter ele assustado. Na cabeça da Rosie, era apenas o karma. Ele era burro, então teve que assistir as pessoas esfolarem os mortos. Bem feito pra ele.
Foi quando muitos dos seguidores de Alpha estavam distraídos, esfolando um veado fresco, que Rosie decidiu fugir. Ela não contou para Ian nem para Henry o que ia fazer, porque eles só iam estragar tudo. O plano dela era correr até encontrar Daryl ou alguém que pudesse ajudá-la, depois levar essas pessoas até o acampamento da Alpha e, com ajuda, tirar Ian e Henry de lá. E, se tivessem sorte, Lydia também.
Então Rosie estava correndo. Correndo, correndo, correndo — rápido, mas silenciosa. Daryl tinha ensinado ela a pisar ainda mais leve do que já sabia. Era difícil com tantas folhas e outros galhos pelo chão, mas Rosie conseguiu sair de lá sem que ninguém a visse. Devem ter achado que os nós estavam apertados o suficiente, mas não estavam. Rosie conhecia vários tipos de nós e como desfazê-los. Aprendera muito com David, ainda mais com Daryl, e algumas coisas com Rosita. Além do mais, Rosie já tinha sido sequestrada tantas vezes que já sabia muito bem como escapar.
Rosie olhou para trás, só para ter certeza de que ninguém estava seguindo ela, e, assim como naquela noite na fazenda, esbarrou em alguém. Naquela vez, Rosie achou de imediato que era um walker quando caiu no chão, mas acabou sendo apenas o Daryl. Agora, Rosie não ia tirar conclusões precipitadas. Nem caiu no chão — só cambaleou para trás e olhou para a pessoa. Não era Daryl, mas era Connie. Os olhos de Rosie se arregalaram, e ela suspirou aliviada antes de fechar a mão e esfregá-la em círculos no peito — ela sabia que aquilo significava desculpa em linguagem de sinais.
Connie colocou as mãos nos ombros de Rosie, estabilizando as duas. Então, ela virou Rosie à força para olhar na outra direção — para a esquerda de Connie. Rosie deu mais um passo para trás quando Dog veio correndo e pulou nela, tentando lamber o rosto dela.
— Dog — Rosie sussurrou, acariciando a cabeça do cachorro. Assim que Dog se acalmou e voltou para as quatro patas, Daryl apareceu logo atrás dele.
— Daryl! — Rosie o chamou, alto o suficiente para ele ouvir, mas baixo o suficiente para não alertar o povo da Alpha de que eles estavam por perto.
Daryl levantou a cabeça do chão ao ouvir a voz de Rosie. Apressou o passo até chegar nela e a puxou para um abraço, murmurando palavrões enquanto fazia isso.
— Jesus Cristo, Rosie. Cê perdeu o juízo? — ele reclamou ao soltá-la do abraço.
— Se eu não tivesse ido com eles, eles já estariam mortos agora. Eu tive que ir — Rosie disse. Essa era parte da verdade, mas não toda. A verdade completa era que o peito dela doía só de saber que Lydia tinha voltado pra Alpha — que Lydia tinha voltado pra apanhar.
— Não tô nem aí pro porquê cê fez isso. Foi a coisa mais estúpida do mundo — Daryl disse, o alívio que tinha sentido ao vê-la sendo engolido pela raiva quando percebeu o que ela tinha feito.
— Bom, eu tô bem, não tô? — Rosie retrucou, levantando as sobrancelhas e abrindo os braços para os lados. Ela estava bem, mas quase tinha quebrado o braço. Estava bem, mas, se não tivesse escapado, Alpha estaria forçando Lydia a matá-la agora.
— Não tô nem aí se cê tá bem! Foi estúpido! Cê podia ter morrido! Cê sabe muito bem que não faz merda dessas — Daryl argumentou, bufando e balançando o braço como sempre fazia quando estava bravo.

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Future Ghosts. TWD
Science FictionRosie Banks é uma menina quieta e durona de nove anos que mora no acampamento de Atlanta com seu pai, David Banks. Depois de algumas semanas no acampamento, David conhece os irm?os Dixon. Rosie, sendo a sombra pessoal de seu pai, também conhece os D...