O sol ainda nem tinha dado as caras quando Jungkook acordou com um leve movimento ao seu lado. Por instinto, ele se virou rapidamente, procurando por Jimin, e o encontrou sentado na beirada da cama, com uma das mãos apoiadas na lombar e a outra no barrigão de quase nove meses.
— Jimin...? — murmurou com a voz rouca de sono. — Tá tudo bem?
Jimin olhou pra ele com um misto de ansiedade e dor no olhar.
— Não... acho que... tá na hora.
Jungkook pulou da cama num pulo só, como se alguém tivesse gritado “incêndio” no quarto. Num instante, ele estava calçando qualquer tênis, jogando uma muda de roupa na mochila e tentando vestir Jimin ao mesmo tempo.
— Espera, respira! — Jimin falou, rindo apesar das contrações. — Eu só disse que talvez esteja na hora!
— “Talvez” com dor e cara de sofrimento é certeza pra mim. Bora pro hospital! — ele disse, ajudando o marido a se levantar com todo o cuidado do mundo.
Os dois desceram às pressas. Jungkook parecia um desenho animado, tentando fazer tudo ao mesmo tempo. Chegou até a esquecer a chave do carro e voltou correndo com o cabelo todo bagunçado.
No caminho, entre respirações e caretas, Jimin apertava forte a mão de Jungkook.
— Ei, amor... tá tudo bem, tá? Eu tô aqui com você — Jungkook dizia, tentando controlar o próprio nervosismo. — Você é forte, e nosso bebê também é.
— Aí, Jungkook... se eu sobreviver, você me deve uns cinco milkshakes de morango com batata frita.
— Te dou dez. E uma banheira cheia de morango se quiser.
Jimin soltou uma risada fraca, que logo virou um gemido de dor.
Chegando ao hospital, as enfermeiras correram para ajudá-lo e Jungkook ficou grudado em cada passo. Quando disseram que ele precisava esperar do lado de fora por um tempo, ele quase surtou.
— Como assim eu tenho que esperar?! Eu sou o pai! Eu sou o... — e antes que completasse a frase, ouviram Jimin gritar lá de dentro:
— JUNGKOOK, EU VOU TE MATAR!Ele ficou pálido.
O trabalho de parto foi longo. Quase doze horas. Jungkook nunca tinha se sentido tão impotente, tão ansioso, tão... desesperado. Cada vez que ouvia um grito de Jimin do quarto, ele sentia vontade de arrombar a porta e entrar correndo.
Mas então, veio o choro.
O choro mais lindo e forte que ele já tinha ouvido.
Minutos depois, uma enfermeira saiu com um sorriso no rosto e o chamou:
— Parabéns, papai. Seu filho chegou.
Jungkook entrou no quarto com o coração disparado. Jimin estava suado, exausto, com olheiras profundas e os olhos marejados. Mas sorria. E em seus braços, envolvido num cobertor azul, estava o pequeno milagre dos dois.
— Meu Deus... — Jungkook sussurrou, se aproximando com lágrimas nos olhos. — Ele é... perfeito.
— Quer pegar ele?
Com mãos trêmulas, Jungkook recebeu o bebê nos braços. E assim que o olhou, tudo dentro dele mudou.
Todo o medo, toda a raiva, toda a insegurança de antes... simplesmente desapareceu.
— Bem-vindo ao mundo, meu filho.
{...}
Acordar de madrugada, trocar fraldas no escuro, adormecer no sofá com o bebê sobre o peito. Jungkook desenvolveu uma habilidade quase ninja de fazer mamadeira com uma mão só enquanto equilibrava o pequeno no colo. E Jimin... ah, Jimin era um poço de doçura mesmo com olheiras profundas e cabelo desgrenhado.

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o casamento for?ado ? jikook ? ABO
FanfictionPark Jimin sempre soube que o mundo n?o era justo com ?megas como ele - sensíveis demais, frágeis aos olhos da sociedade e vistos apenas como moeda de troca em acordos de conveniência. Após a falência repentina da família, Jimin vê sua liberdade esc...