Cairo Mariano e Jeon Jungkook compartilham uma história que precede o tempo.
Nascidos no mesmo dia, cresceram juntos na pacata S?o Dimas, sob o abandono precoce da inf?ncia e o caos da puberdade. Agora, às vésperas dos trinta anos, é S?o Paulo que...
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Para Jacque:
Feliz aniversário, flor de tangerina.
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De: andrea.amado@email.com Para: mim Assunto: Comentários sobre o material enviado
Olá, Cairo,
Li com atenção as 14 páginas que você me enviou e percebo um avanço significativo na forma como tem estruturado sua pesquisa. O texto está satisfatório e suas referências são excelentes, mas acredito que podemos alcançar uma maior densidade se você permitir que ele dialogue mais com a sua própria visão sobre o tema investigado.
Quando você aborda as experiências sexuais literárias, ainda percebo certa distância entre a análise e o que esse tema realmente desperta em você. Até o momento, a abordagem parece permanecer em uma camada mais superficial, e, se isso é perceptível para mim, também será para a banca. Seria interessante dissolver esse entendimento dentro da sua própria síntese, de modo que a leitura se torne também um exercício de autorreflexão. Essa escolha não compromete o rigor acadêmico; ao contrário, pode enriquecer a pesquisa.
Em alguns trechos, o texto soa um pouco oco e inconsistente. É relativamente comum que o pesquisador inclua aspectos subjetivos, reflexões pessoais e até experiências próprias, desde que relacionadas ao objeto de estudo. Isso pode aparecer em seções como o prefácio ou a introdução (como seria o seu caso), mas também pode atravessar o corpo do texto, se fizer sentido metodologicamente, como ocorre em pesquisas autoetnográficas ou em análises de escrita criativa e literária. No seu caso, trazer essa camada pessoal pode abrir novas perspectivas e tornar sua abordagem mais singular.
Sugiro, então, que experimente integrar essa dimensão mais íntima à análise. O texto tende a se fortalecer quando sua voz não é apenas a de quem observa, mas também a de quem se deixa atravessar pelo objeto. Fiz alguns comentários diretamente no arquivo, considere-os com atenção.
Conversamos melhor na nossa próxima reunião.
Um abraço, Profa. Dra. Andreia Amado
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Um trânsito astrológico regia os últimos dias daquela semana. Poderia dizer que o Sol havia entrado em Câncer, ou recorrer a qualquer outra simbologia barata do horóscopo da rádio: uma quadratura com Peixes, talvez, capaz de abalar o emocional das criaturas regidas por uma Lua tão sensível. Chamadas ao desafio, precisariam encarar de frente as questões irresolutas dos últimos meses e anos. Era o tipo de justificativa que eu usaria para a sensação desesperadora que me tomava enquanto encarava, pacientemente, o e-mail da minha orientadora.