All that he Loves ? ZM ?

05

Minhas palavras foram como um gatilho para desarma-lo e seus ombros caem, desmanchando sua postura rígida e tensa. Seus olhos azuis me observam com cuidado e arrependimento.

- Rosie...

Me afasto de seu toque, assustando levemente com seu movimento e vejo que minha reação foi o suficiente para fazê-lo chorar. Amber parece que vai ficar louca a qualquer momento com nós dois e eu cheguei há um dia.

- Eu estou muito cansada e já está tarde. Amanhã a gente conversa. - Digo praticamente sem voz, Louis ainda está incrédulo pelas palavras impensadas que saíram da minha boca e Amber apenas suspira, beijando minha bochecha antes de eu subir.

Não consigo conter as lágrimas ao entrar no meu quarto e me assusto com os soluços que balançam o meu corpo de forma absurda. Passei 10 anos da minha vida orando para ver meu irmão outra vez e após ter realizado esse sonho nós só brigamos. E isso me machuca tanto, quebra meu coração em milhares de pedaços e fico ainda pior quando percebo que não tenho ninguém para me amparar nessas horas.

Não tenho mais minha mãe e dói tanto querer ela, porque infelizmente não posso mais ouvir sua voz ou aproveitar de seus carinhos. Eu queria tanto ela aqui, fazendo um carinho bom nos meus ombros e limpando minhas lágrimas, como sempre fazia. E agora eu preciso fazer isso sozinha e é tão difícil vencer a si mesma sem alguém do seu lado.

Troco o vestido que estava usando e visto minha camisola. Guardo a câmera dentro do baú, querendo esquecer o dia de hoje e ela está cheia de lembranças que não me farão bem. Entro debaixo das cobertas e choro mais um pouco, apenas para aliviar meu coração.

Chorar me faz bem, me ajuda a tirar do corpo todo o mal, como se aqueles sentimentos ruins escorressem entre as lágrimas.

Escuto batidas fracas na porta e meu coração acelera.

- Rosie... - Suspiro ao ouvir a sua voz ao abrir a porta, mas sei que ele ainda não entrou no quarto. - Posso entrar?

Minha mente quer que eu o mande ir embora e me deixar sozinha, talvez eu devesse mesmo fazê-lo, mas meu coração implora para deixa-lo entrar e posso dizer que sou uma pessoa bastante sentimental.

Balanço a cabeça em concordância e em segundos o lado direito do colchão afunda e sinto sua mão no meu cabelo. Preciso me conter, caso contrário sentaria em seu colo e choraria como um bebê.

- Me desculpa por ser tão insensível Rosalie. Em todos os sentidos. Mas, precisa entender que a morte da mamãe me regaçou, eu não consigo dormir a noite, minha mente é um verdadeiro tormento. Saber que desperdicei 10 anos sem ela dói e me sinto um merda por isso. E quanto aos meus gritos... muita coisa aconteceu nos últimos anos, eu vi e precisei fazer coisas que me fizeram mudar. Nem todo mundo passa pelo que passei e conseguiria sorrir toda hora. Queria poder te contar tudo e te dizer a pessoa que me tornei, mas preciso que você acredite que ainda sou o Louis de 10 anos atrás. É egoísmo eu querer que seja assim, não estou te dando escolha, mas precisa confiar em mim. Estou fazendo a coisa certa. - Meu irmão fala mais do que falou nos últimos quatro meses e percebo que é mais do que um pedido de desculpas. É um desabafo!

- Como sabe que é a coisa certa? - Minha voz sai abafada e afetada, já que suas palavras foram o suficiente para me abalar.

- Experiência. - Ele diz apenas. - Apenas não quero que sinta medo de mim Rosie, você é tudo que eu tenho, jamais te machucaria. Eu amo tanto você que as vezes não consigo pensar em mais nada, apenas em te manter a salvo. Acho que não conseguiria viver sem você, entende?

Assinto, sem dizer nada. Não imaginei que ele diria tanto, Louis é tão fechado. Então suas palavras me deixaram um pouco extasiada.

- Espero que amanhã você esteja melhor. - Suspiro quando ele beija minha testa e logo em seguida meu nariz, sorrindo lindamente. - Vamos sair ok?