Time After Time - Supercorp

Alex esperou um pouco antes de bater na porta do quarto da irmã, afinal, também precisava de um minuto ou dois, para abstrair toda emoção que estava sentindo. Quando recebeu a noticia que Lena tinha desembarcado, sã e salva, no aeroporto de National city, pensou que estava delirando. Quando ligou para Kara e a irmã confirmou, sentiu tantas emoções que quase desmaiou. Não podia negar que tinha desistido, acreditou que a amiga tinha morrido. Já haviam tido tantos casos de aviões desaparecidos em que nunca encontraram a aeronave, que com o passar do tempo deu Lena como morta. Tentou junto com Sam seguir conformada com a perda de uma grande amiga, mas não foi assim com Kara, sua irmã nunca desistiu de encontrar Lena, mesmo com o passar dos meses e dos anos, Kara não desistiu. Admirava de certa forma o amor e a dedicação que a irmã tinha para com Lena, mas teve medo de perder Kara, não fisicamente, mas emocionalmente. Kara nos primeiros meses que Lena foi dada como morta, ela ficou devastada dizendo varias vezes que era culpada do ocorrido e que se tivesse sido mais rápida poderia ter salvado Lena.

O que não era verdade já que o avião sumiu do radar antes mesmo de Kara saber.

Tanto ela quanto Sam, os amigos, Alura e Eliza; todos vieram para conforta-la, mas nada do que diziam tinha efeito. Sentiu tanto medo de nunca mais vê o brilho nos olhos da irmã, ou o sorriso e a vontade de mudar o mundo que Kara sempre carregou consigo. Aquela Kara que sempre tinha esperança sobre tudo desapareceu e, mesmo quando irmã voltou à rotina de salvar a cidade como Supergirl, não era o mesmo. Kara ainda era atenciosa com todos, mas só Alex sabia que a dor seguia forte dentro dela.

Só quando Lori entrou na vida de Kara que viu uma mudança significativa na irmã, por mais que Kara ainda sofresse, a sobrinha trouxe luz à vida dela outra vez.

Respirou profundamente e, por fim, abriu a porta e lá estava à irmã, parada olhando pela janela carregando no rosto uma expressão perdida.

— Ei. — Tocou o ombro dela com suavidade.

— Deve estar me achando uma louca. — Kara soltou e olhou para a irmã com os olhos azuis avermelhados pelo choro, os lábios franzidos e o queixo endurecido tentando reprimir a dor.

— Por que acharia isso? Todos nós estamos em choque com o retorno de Lena, é normal que precise de um tempo.

Kara voltou a olhar pela janela que dava para a vista bonita da casa.

— Eu sempre acreditei que ela estava viva, só não sabia onde ou como, mas sabia que estava. — As lágrimas voltaram a se fazer presente no rosto de Kara. — Mas saber e a ver aqui, são duas coisas tão diferentes. — A voz tremeu e Kara teve que engolir em seco para poder continuar. — Venho aguentando porque não posso desmoronar na frente dela, Lena não entende. — Olhou para irmã. — E ainda tem Lori, como vou explicar sobre Lori?

— Lena é uma das pessoas mais sensíveis que já conheci, e eu aprendi isso com você, ela sabe que está sofrendo e vai entender aos poucos como lidar com isso; assim como nós vamos ter que entender e começar a lidar com o fato que Lena não viveu nada do que vivemos nesses cinco anos. Vamos ter que ajudar ela a se encaixar outra vez. — Sem muito esforço fez a irmã sentar na cama. — E Lori, Kara, Lori é a criança mais encantadora do mundo. — O comentário arrancou um sorriso de Kara. — Lena vai se apaixonar por ela.

Kara olhou para as mãos em busca de uma solução.

— A questão é como vou introduzir uma na vida da outra, Lori conhece Lena apenas por foto e eu disse varias vezes que era a mãe dela, Lori sabe que Lena é a mãe dela. — Voltou a encarar os olhos castanhos da irmã. — Como vou contar a Lena que ela tem uma filha de três anos? Uma criança que ela nunca viu, ou quis, e ainda mais, uma filha comigo. — Uma expressão de dor brincou em suas feições. — Lena me odiava cinco anos atrás, isso não mudou.