抖阴社区

                                        

— O que tem nós? — Ele pergunta, esperançoso.

— Essa coisa que a gente tem.

— Betty, seja mais específica.

— Eu não imaginava que nós nos tornariamos amigos, Jughead.

Amigos!? — Ele repete, sem ânimo.

— É, amigos.

— Entendi.

— Por que essa reação?

— Que reação?

— Essa. Você parece estar.. decepcionado.

— Eu tô, Betty.

— Por que exatamente?

— Por toda essa formalidade.

— Do que você tá falando?

— Isso de amigos e.. limites. Isso acaba comigo.

— Tá dizendo que queria que fossemos mais que amigos?

— Eu.. eu só acho que a gente não se cruzou atoa.

— Você tá ficando maluco, só pode.

— Não tô, não. E eu sei que você sente o mesmo.

— Ah é? Como??

— Você admitiu isso pra mim ontem.

O quê???

— É, com todas as palavras específicas.

— Você tá brincando.

— Não tô.

— Jones..

— O que, Betty?

— Eu tava bêbada.

— Dizem que bêbado fala verdades.

— Eu não.

— Como você pode ter tanta certeza?

— Eu só tenho.

— Você nunca nem bebeu, Betty.

— Já, sim.

— Não mente pra mim. Você sabe que não consegue.

— Não tô mentindo.

— Tá sim. Eu conheço você.

— Tá Jughead, eu nunca bebi.

— Eu sabia.

— Mas eu estava fora de mim.

— Aham, o que mais?

— Não da pra confiar nas minhas palavras assim.

— Eu não acho isso. Você parecia bem convicta.

— Eu não tava. Afinal, o que aconteceu ontem?

— Nada, Betty.

— Como assim nada?

— Você terá de lembrar sozinha.

— Isso é impossível.

— Não é, não.

— Jones, você é um mentiroso.

No mesmo momento, ele vira a esquina da minha rua e para o carro quase em frente da minha casa.

Sem olhar pra ele, pego minha bolsa e saio do carro. Jones deve estar querendo brincar comigo, eu não falaria algo que eu não sinto.

Escuto a porta bater novamente quando piso na calçada, mas continuo andando.

— Ei. — Uma mão segura meu braço, e eu paro.

— O que foi?

— Espera. — Ele se posiciona em minha frente.

— O que você quer?

— Eu não queria te irritar, Betty. Me desculpa.

— Você tá sempre pedindo desculpas.

— Que bom, né!?

Bom? — Debocho de suas palavras. — Como isso poderia ser bom?

— Bem, eu tomo a iniciativa de pedir desculpas.

— Tá, e daí?

— E daí que isso é uma coisa boa.

— Por que?

— Porque sempre que eu vacilo eu reconheço isso.

— Não seria mais fácil parar de vacilar?

— Eu.. — Ele começa, mas está evidentemente sem palavras.

— Poisé, Jones. Nem sempre eu vou aceitar as suas desculpas.

— Não vai?

— Não. Eu estou definitivamente cansada.

— Tá legal, Betty. Eu vou dar meu melhor a partir de agora pra você.

— Vai?

— Vou. Eu prometo.

Dando um sorriso, ele me convida para um abraço, e eu não hesito em abraçá-lo. Nossos corpos se encontram, e o calor quase irreconhecível do seu me provoca um arrepio bom na espinha.

— Me desculpa por te pressionar.

— Tudo bem. — Ele diz, se afastando um pouco.

— Tá.

— Você vai se lembrar de ontem a noite?

— Eu não sei.

— Se lembrar, me liga.

No mesmo momento, ele da um beijo em minha bochecha, quase no cantinho da minha boca, e sinto meu coração parar por sua proximidade.

Sem hesitar, ele desce a escada do hall e vai até o seu carro. Depois de entrar, ele liga o motor e as lanternas se acendem.

— Até breve, Betty. — Ele diz, me dando um sorriso.

— Até, Jughead. — Respondo, e ele acelera seu carro.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Para os leitores de BBFY: perdão pela ausência, tô escrevendo aos poucos. Prometo não demorar muito para atualizar.

??? ????, ???! - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora