Any Gabrielly
Toc Toc Toc!
Ouço sons de batida na porta de casa e desço as escadas rápido, agora são 13h50. Vou até a porta e abro e na frente dela há um garoto de cabeça baixa abaixado acariciando um gato branco. Ele levanta a cabeça e sorri.
- Oi. - Diz sorrindo.
- É seu? - Pergunto sobre o gato.
- Não, eu vim até aqui e ele apareceu se esfregando nas minhas pernas. - Diz Josh se levantando.
- Entra. - Digo e abro espaço para ele entrar.
Ele entra e vai até a sala, para e coloca as mãos no bolso olhando para baixo.
- Eu já fiz metade da pesquisa. - Ele diz e tira um maço de folhas de papel da bolsa.
- Eu ainda não, mas falta pouco. - Digo pegando meu trabalho que estava sobre a mesinha da sala.
- Ok. Tem impressora? - Ele pergunta.
- Tenho, vem. - Digo indo ao mini escritório de minha mãe, que fica ao lado da sala.
- Vou imprimir umas imagens enquanto você termina sua parte, ok? - Ele diz sentando em frente do computador.
- Ok. - Digo e volto à sala.
Pego meu trabalho ainda não terminado, e o livro de biologia. Volto ao escritório e me sento em um sofá que tem no escritório ao lado de uma prateleira de livros.
Por uma meia hora eu e Josh não trocamos uma palavra além de perguntas do tipo: Onde quer que cole essa imagem? Quanto vale o trabalho mesmo? Terminou o trabalho? Sim, somente perguntas sobre o trabalho. Isso é bom, ou ruim?
É bom, estarmos perto um do outro, no mesmo ambiente e nada demais aconteceu, isso é ótimo, ele não está tentando nada, afinal Any Gabrielly achou que ele iria te pedir em casamento? Acorda foi só um beijo, ele é um garoto de 17 anos, deve ser igualzinho aos outros, porque é raro um garoto diferente, que tenha sentimentos. Penso.
- Terminei. - Digo.
- Agora é só juntar as folhas, a capa e pronto. - Ele diz se levantando da cadeira.
- Ótimo. - Digo.
- É então... - Ele murmura.
- Pode ir para casa... Se quiser. - Droga porque disse isso?
- Posso ficar? - Ele pergunta se aproximando.
- Joshua... - Murmuro de cabeça baixa e dou um passo para trás.
- O que Any Gabrielly? Uma hora teremos de falar sobre o que aconteceu, eu não fiz sozinho eu a beijei mais você correspondeu. - Diz Josh.
- Não venha querer colocar a culpa em mim! - Digo apontando para ele.
-O que você tem afinal, Any Gabrielly, MEDO? Medo de mim? Medo da Taylor? MEDO DE UM BEIJO? - Ele grita.
- EU NÃO TENHO MEDO DE NADA DISSO! - Grito também.
- A não é? Tenho certeza que se eu não fizesse aquilo, nunca me beijaria por mais que gostasse de mim, PORQUE VOCÊ NÃO TERIA CORAGEM! - Ele grita e meu olhos marejam de raiva.
- Escuta aqui garoto, primeiro de onde tirou que gosto de você e que gostarei, tinha em plano terminar com Taylor e fazer eu me apaixonar por você, PARA QUE? PARA NÃO FICAR SOZINHO, SOLTEIRO? - Pergunto gritando com raiva.
- Não, eu só me interessei por você, mas parece que não passa de uma garota insegura e que parece ter MEDO DAS PESSOAS! - Ele grita e sai do escritório, batendo em meu ombro ao passar por mim.
- SAI DAQUI, e não se aproxime de mim mais! Juro que vou tentar manter a maior distância de você no grupo! - Grito ao chegar à sala onde ele está coçando os cabelos.
- OK! - Ele grita indo até a porta e a abrindo.
- OK! - Grito e bato a porta quando ele sai.
Escorrego encostada a porta até me sentar ao chão, levo a mão aos cabelos e os puxo, sinto as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas, eu não sou uma garota insegura e que tem medo das pessoas.
Eu acho que não sou, ou sou? Não eu só não quero me aproximar, me apegar muito as pessoas, isso faz todo mundo sofrer, relacionamentos ainda mais, quando acabam com um coração partido, eu e Josh nem temos um relacionamento, nem amigos somos ou fomos, e olha ele já me fez ter vários e vários tipos de sentimentos, de raiva, ódio, tristeza, prazer, alegria, e confiança a outros tipos.
Me levanto e subo as escadas, vou direto pro banheiro, entro e tiro minhas roupas, vou tomar uma ducha bem gelada. Entro debaixo da água, e aqueles pingos gelados são relaxantes, os pensamentos começam a vir todos a minha mente novamente, a humilhação que passei com Taylor, afinal porque ela me odeia tanto? Ela tocou no assunto de meu pai.
Meu pai faleceu quando eu tinha mais ou menos 9 anos ele era separado de minha mãe, e conheceu uma outra mulher muito esnobe e ruim da qual ele iria se casar, o que ele não sabia é que ela era ex-mulher de um traficante. E em um dia do qual ele ia me levar ao parque, a caminho para vir me buscar ele foi enquadrado pelos capangas do ex-marido de sua noiva, e eles não o mataram, quando eles iam atirar meu pai teve um ataque cardíaco, pois ele era cheio de problemas de saúde, e sua noiva? Ela também foi assassinada pelo próprio ex- marido traficante e ele foi preso uns anos depois em um assalto, e seus capangas juntos.
Fiquei magoada demais por Taylor tocar nesse assunto, pois com certeza ela não sabe o que é, ficar toda animada porque irá sair com seu pai e permanecer com esperança por mais que ele estivesse atrasado e então sua mãe vir falar que seu pai foi para uma viagem sem volta.
Taylor Hatala é filha de um dos homens mais poderosos da cidade, e sua mãe? Parece mais sua irmã, vive em spas e clínicas fazendo plásticas. Taylor tem um irmão, ele tem uns 19 anos e está fazendo intercâmbio, ele se chama Harvey, ele é diferente de Taylor e nunca gostou do jeito de seus pais e família, eu o conheço pois quando ele ainda estava morando aqui em Los Angeles ele era meu amigo, éramos muito próximos e isso deixava Taylor ainda mais cheia de raiva de mim.
Ele sempre me dizia que um dia iria pegar suas coisas e ir embora ele é um garoto que adora aventuras, tinha vezes que fugia e ficava uma semana fora acampando, escalando e viajando, e então seu pai vivia discutindo com ele pois queria que ele ocupasse seu lugar nas empresas da família mas ele nunca gostou dessas coisas, seu sonho é viajar pelo mundo, então ele propôs ao seu pai que ele fosse para outro país fazer intercâmbio, estudar coisas do tipo que seu pai escolhesse e ele foi a quase um ano.
Depois de fazer minhas higienes do banho saio, e coloco minhas peças íntimas limpas, e enrolo uma toalha no cabelo e outra no corpo. Saio do banheiro e vou até meu quarto as cortinas estão abertas e posso ver Josh jogado na cama com o travesseiro no rosto.
Eu respiro fundo para não voltar a pensar em tudo que pensei por muito tempo nesses últimos dois dias, e fecho a cortina de cabeça baixa, vou até meu armário e pego uma roupa diária. E coloco uma calça despojada e um moletom cinza, tiro a toalha dos cabelos e os penteio, passo um creme no rosto, e em seguida me jogo na cama.
São 15h30, coloco meus fones e tento me animar com minhas músicas mas não consigo, fecho os olhos e adormeço.
- Filha acorda, cheguei. - Ouço minha mãe dizer me fazendo carinho em meu rosto.
- Eu... eu nem tava dormindo. - Digo levantando e me espreguiçando.
- Ah claro. - Diz minha mãe rindo.
- Que horas são? - Pergunto.
- Sete horas da noite. - Minha mãe diz.
- Nossa. - Digo, dormi tanto tempo assim?
- Vamos descer para você jantar. - Diz minha mãe saindo do quarto.
Me levanto, estico os braços bocejando, pois ainda tenho um pouco de sono, mas tenho fome também. Ouço uma música alta, um rock pesado, vem da casa ao lado, ou seja do quarto de Joshua, reviro os olhos e saio do quarto. Desço as escadas e vou até a cozinha, tiro minha comida e me sento ao banquinho em frente ao balcão e começo a comer, minha mão logo chega e faz o mesmo.
- Como foi seu dia? - Pergunta minha mãe enquanto eu mastigo.
- Normal, Joshua veio aqui fazer um trabalho, mais nada demais. - Digo depois de terminar de mastigar.
- Josh? São amigos? Ou algo mais? - Pergunta minha mãe interessada.
- Não. - Respondo.
- Nem amigos? - Novamente minha mãe pergunta.
- Nem isso. Apenas vizinhos e colegas. - Respondo ríspida.
- Ok. Não vou insistir. - Diz minha mãe e o assunto é encerrado.
Depois de comer, lavo a louça, assisto um pouco com minha mãe, até que ela diz que vai para o quarto descansar e eu vou para o meu. Subo as escadas e antes vou ao banheiro faço minhas higienes e vou para o quarto, chegando coloco meu pijama e pego meu celular que estava a carregar, coloco ele debaixo do travesseiro e pego meu notebook, olho algumas notícias, lançamentos de filmes, entre outras coisas. Depois de uma meia hora fecho meu notebook, me deito e logo adormeço.
Terça- Feira 10h00
- Meu Deus! Eu sabia que isso iria acontecer! - Diz Sina animada, acabei de contar a ela sobre o beijo com Joshua.
- E depois ele foi lá em casa por causa de um trabalho em dupla de biologia, e nós no começo não trocamos nenhuma palavra sobre isso, mas depois discutimos, e ele me disse que sou insegura e que tenho medo das pessoas! - Falo me lembrando.
- Nossa, ele te beijou de novo? - Pergunta Sina.
- Não! - Exclamo.
- Taylor ficaria louca, ou melhor ainda mais, pois ela já ficou só de ver vocês perto um do outro. - Diz Sina e em seguida dá um gole em seu suco.
- É eu sei. - Digo.
- Urrea me beijou. - Diz Sina baixinho e rápido.
- O QUE? - Falo alto.
- Não grita! É foi na festa, bebemos um pouco a mais como você só que não tanto, e nos beijamos enquanto dançávamos, mais ai eu caí bati a cabeça e nasceu um caroço gigante na minha testa e ele me levou para casa, e combinamos que não irÍamos mais tocar no assunto. - Diz Sina e suspira.
- Nossa! Então não fui a única que teve um domingo "animado". - Digo rindo.
- Pois é. - Sina diz.
- E você gostou? - Pergunto a fitando.
- Foi bom. Ele beija bem. - Diz Sina desviando olhar.
- Sentiu algo? - Pergunto.
- Nada demais, eu estava quase bêbada no momento, então não consegui sentir nada. - Diz Sina mexendo no cabelo.
- Ah claro. - Digo.
O assunto acaba e terminamos de comer.
- Olá meninas. - Diz Noah diz chegando a praça de alimentação e se sentando ao meu lado.
- Olá Urrea. - Eu e Sina pronunciamos juntas.
- Tudo bem? - Ele pergunta.
- Melhor possível no momento. - Digo.
- Bem e você? - Sina pergunta.
- Estou ótimo. - Diz Noah sorridente.
- Qual motivo da felicidade? - Pergunto, pois dá para perceber que ele está animado. -
Uma garota me chamou para sair! - Diz Noah com um enorme sorriso no rosto.
- Que garota? - Pergunta Sina séria.
- Liana, ela é nova, está aqui há uma semana e eu mostrei o colégio para ela o dia que ela chegou, e hoje ela falou comigo e então me chamou para ir ao cinema com ela. - Ele diz animado e eu apenas dou risada.
- Ah claro, ela mal chegou e já quer arranjar um namorado, com certeza é o tipo fútil de garota que a cada mês tem um namorado. - Diz Sina rápido e revira os olhos.
- Você nem a conhece, Deinert. - Diz Noah.
- Nem pretendo. - Responde ela ríspida.
O sinal bate e Urrea e Deinert param a discussão que estava prestes a começar e nos levantamos, cada um vai para uma sala diferente para aulas diferentes.
Depois das aulas vou para casa e mantenho a cortina fechada e não faço nada de interessante, o mesmo de sempre de um dia entediante, tv, livro, música, dança no sótão, comida, banho e por fim cama, para dormir obviamente.
Quarta-feira 07h30
Acabei de chegar ao colégio, estou caminhando até a entrada e vejo alguém com calças escuras, uma jaqueta grande, e uma mochila nas costas,porque essa pessoa me chamou atenção? Parece que o conheço, quando o garoto se vira e me vê um sorriso largo aparece em seu rosto e eu fico imóvel.
- Al MEU DEUS! - Grito.
- NOSSO DEUS! - Ele grita também rindo.
Corro e pulo em seus braços o abraçando, e ele me tira os pés do chão me girando ao ar com o abraço reconfortante.
- Senti sua falta "Anyelly"! - Exclama ele me colocando no chão sem me soltar do abraço.
- Eu também senti suas Harvey! - Digo sorrindo e ainda na ponta dos pés, ele é mais alto que eu.
-E aí como vão as coisas? - Pergunta me soltando.
- Bem, e você? Não iria voltar quando desse um ano inteiro? - Pergunto.
- Estou ótimo! E já faz um ano Any, você disse que iria contar os dias. - Ele diz rindo.
- Eu disse? Sabe que sou péssima com números Harvey. - Digo rindo.
- Na verdade é péssima com datas. - Diz ele.
- Exatamente, mas e ai o que faz aqui no NU? - Pergunto, pois ele já se formou.
- Vou dar umas pequenas aulas de dança aqui. - Ele diz sorrindo.
- Sério, está tão bom assim? - Pergunto, sei que Harvey dança bem, ele é um dos poucos que sabe que danço e ele me ajudava, me ensinava.
- Sim, digamos que meu pai não gosta muito, mas eu disse que era isso ou eu fugia novamente, então ele concordou. - Diz Harvey dando os ombros.
- Ah sim. - Digo.
- Bom, você vai me mostrar o colégio, porque pelo que sei ele foi reformado enquanto estava fora. - Ele diz sorrindo.
- E foi, mas não mudou muita coisa. - Digo retribuindo o sorriso.
- Mas irá me mostrar, já nem me lembro mais como é. Vamos? - Ele diz e oferece seu braço a mim.
-Vamos. - Digo sorrindo e engancho meu braço ao seu.
Quando nos viramos para entrar no colégio, vejo Joshua parado a uns metros de distância, e ele tem a cara fechada, está sério e quando me vê não hesita em encarar profundamente. Reviro os olhos e olho para outro lugar que não seja ele.
E eu e Harvey entramos no colégio "enganchados" e todos nos olham, umas garotas tem a cara de pau de mexer com Harvey, ou revirar os olhos por ele estar comigo, e ele nem liga se mantém sorrindo e me contando coisas e as suas aventuras que teve fazendo intercâmbio.
Eu dou uma gargalhada a cada 10 palavras de Harvey, ele é uma das pessoas mais engraçadas que conheço, ele tem uma vida tão digamos que aventureira, ele tem pais rudes, e difíceis de lidar, e nada liberais e ele consegue manter ânimo em sua vida, e partir para as suas aventuras loucas que ele faz várias e várias vezes no ano.
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Oie, só passando pra avisar que essa história é uma adaptação da Thurn_
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By: Laura✨