Edwina chegou ao andar do escritório primeiro correu para sua mesa e fingiu estar terminando o trabalho, obvio que depois do que ouviu ela não iria conseguir finalizar nada, até saber de Penelope o que estava acontecendo, logo em seguida o elevador se abriu e saíram Eloise e Phillip, que correram até a sala da diretoria, alguns segundos se passaram e Penelope saiu do elevador sozinha e caminhou até sua mesa, Edwina a seguiu com os olhos e ela simplesmente se sentou.
- Aconteceu alguma coisa Penelope? – Edwina perguntou.
Penelope ainda distraída pensando na imensidão dos sentimentos – An? Não... o que? – Ela balançou a cabeça tentando se concentrar – o que disse?
De repente o elevador se abriu mais uma vez saindo de lá Colin que nem olhou para os lados e seguiu direto até sua sala, Edwina e Penelope o seguiram com os olhos e ao fechar a porta Penelope voltou os olhos a Edwina que já a encarava.
- O que foi Edwina? – Perguntou sem conseguir encarar a amiga.
- Eu que te pergunto o que foi – falou cruzando os braços – está movimentado aqui hoje não acha? – Arqueando uma das sobrancelhas, foram interrompidas com o tocar do telefone, era Eloise da diretoria, pedindo que Penelope fosse até lá.
[...]
Colin passou pelo escritório sem olhar para o lado e foi direto para a sala da diretoria, ao entrar se deparou com os olhares de Eloise e Phillip, ele seguiu direto e foi até o pequeno bar que tinha em sua sala e se serviu de Whisky, tomou em um gole só e seguiu até sua mesa.
- E então? – Eloise quebrou o silencio – como foi o pedido?
- Se ajoelhou? – Phillip indagou.
Os dois caíram na risada, mas foram repreendidos com um olhar severo de Colin.
- Ok, sem brincadeira – Eloise disse levantando as mãos – quero saber como foi!
Colin se levantou foi até a mesa de reunião colocou as duas mãos na mesa e encarou os dois.
- Querem mesmo me fazer acreditar que não estavam lá? – Ele se sentou – eu vi a porta da escada se fechando atrás de Penelope assim que ela disse sim.
Eloise e Phillip se olharam e caíram na gargalhada, Colin soltou o ar pelo nariz revirando os olhos, Eloise é claro sacou o celular e mostrou a Colin que havia gravado, ele simplesmente balançou a cabeça em sinal de reprovação, mas não podia negar que havia uma certa graça em tudo aquilo, trabalhava com Penelope a mais de um ano e não conhecia esse lado dela autoritário, ela queria um pedido de casamento descente mesmo já tendo decidido aceitar a proposta.
- Depois que terminarem de rir, podem me dizer o que faremos agora? – Ele questionou os dois.
- Chame ela aqui para combinarmos os próximos passos – Phillip falou, Colin relutou em pegar o telefone e chama-la não sabia o porquê, mas estava envergonhado desde o pedido de casamento, ele não se imaginava nessa situação, Eloise pegou o telefone e a chamou.
Penelope entrou pela sala carregando uma bandeja de café com biscoitos, ela imaginou que Colin estaria nervoso com toda aquela situação, Eloise sorriu ao ver.
- Bom Penelope – Eloise falou se levantando – podemos acertar algumas coisas.
Ela soltou uma risada nervosa se virando para Eloise após deixar a bandeja na mesa – o que vem agora?
Colin atacou os biscoitos ele realmente estava nervoso e Phillip foi servir as xicaras de café, Eloise estava com alguns papeis em mão e explicou para Penelope que era o acordo de confidencialidade, eles confiavam em Penelope, mas Eloise era muito detalhista e para ela era importante acertar algumas coisas, esse acordo garantia que ambas das partes iriam cumprir seus papeis nessa armação.
- Eu vou sair agora depois do almoço – interrompeu Phillip entregando uma xicara de café a Eloise e Penelope – e dar entrada no visto de noivo.
Colin se remexeu na cadeira – eu vou ter que ir junto?
- Não – Eloise falou se sentando a mesa e sinalizando para que Penelope sentasse também – vamos esperar se vão ser chamados até lá, vamos mostrar que não temos nada a esconder.
- Mas nós precisamos inventar uma história – Phillip falou se virando para Eloise – vão estranhar ninguém daqui saber.
- A gente pode dizer que – ela fez uma pausa – pelo trabalho preferiram não divulgar aqui.
- Isso – Phillip concordou animado – e podemos marcar um jantar na casa da sua mãe para apresentar ela a sua família.
Eloise e Phillip engataram em uma conversa para ajeitar alguns detalhes daquela história, eles estavam pensando nos mínimos detalhes para que tudo parecesse o mais convincente.
- Acho que esqueceram que estamos aqui – falou Colin se virando para Penelope.
- Eu acho que sim – respondeu sem tirar o olho dos dois que estavam planejando toda a sua vida. – Com licença – ela falou mais auto levantando a mão, fazendo os dois virarem para ela – tem minha família também.
Phillip e Eloise encaram Penelope, parecem que tinham esquecido da família da noiva, ao falar em sua família Colin se lembrou de uma coisa, se levantou, foi até sua mesa, e voltou com uma pasta preta em suas mãos e entregou para Penelope, ela ficou encarando a pasta pensado em o que seria aquilo agora, outro contrato de casamento, talvez não confiassem tanto assim nela, e então quando ela se abriu a grande surpresa, era a escritura da casa de Penelope, já em seu nome, aquilo fez ela ficar sem reação, paralisada com a boca aberta ela olhou dos papeis a Colin que ainda estava parado em sua frente.
- Mas como? Eu ... nem tinha aceitado – ela o encarava com os olhos arregalados.
Colin balançou o corpo para frente e para trás duas vezes – Mandei que Eloise resolvesse isso o quanto antes.
- Mas se eu não tivesse aceitado? – Ela perguntou incrédula do que ele havia feito.
- Ora Penelope, você está comigo desde que comecei aqui – ele revirou os olhos – não iria te deixar na rua independente se aceitasse ou não.
Nesse momento de felicidade genuína Penelope teve o impulso se levantou da cadeira e abraçou Colin pela cintura, ele ficou alguns segundos sem reação olhando de Phillip para Eloise que acenou com a cabeça para que ele retribuísse e então ele a envolveu em seus braços, todos ali naquela sala envolvidos no momento esqueceram completamente que a sala tinha uma parede inteira de vidro e as cortinas estavam abertas, isso significa que qualquer um que passasse ali veria a interação dos dois, e lá estava Cressida que havia subido para trazer alguns papeis, olhando pela parte de vidro, mas ela saiu antes que pudesse ser vista.
Depois de se soltarem do abraço, Eloise e Phillip voltaram a se programar para o que seria a história que eles iriam conta, um clichê de filmes americanos, ele era o chefe ela a secretaria, aqueles momentos até tarde trabalhando juntos sozinhos despertaram neles um sentimento, com medo do que fossem achar no trabalho decidiram se manterem em segredo, mas a paixão de Colin era tanta que depois de 3 meses a pediu em casamento, estava tudo esquematizado, Colin iria levar Penelope em casa essa noite para que pudessem contar a sua mãe sobre o pedido de casamento.
[...]
Cressida havia recebido uma correspondência de Agatha Danbury e todos ali sabiam da importância dessa mulher, resolveu deixar a recepção por alguns segundos e levar ela mesmo a correspondência para o chefinho, afinal qualquer oportunidade de estar na presença dele se deve agarrar, ela paralisou a frente da parte de vidro da sala assim que olhou e viu Penelope e ele em um abraço, cheio de sentimentos pelo que ela podia constar, saiu de lá antes que pudessem vê-la, olhou ao redor e resolveu deixar a correspondência com Edwina.
- Está rolando alguma coisa entre o Chefinho e a sua protegida – ela apontava para a cadeira vazia de Penelope.
Edwina geralmente não se importava com o que ela dizia afinal Cressida era uma cobra, mas depois do que ouviu na escada a curiosidade falou mais alto – porque diz isso? – Ela questionou a loira tirando sua atenção do computador.
- Porque ela estava agarradinha com ele na sala da diretoria acabei de ver – falou apontando para a parte de vidro – eu ia entregar a correspondência pessoalmente, mas não quero atrapalhar os pombinhos – ela lhe entregava o papel.
Edwina olhou para a sala da diretoria, e depois para Cressida estendendo a mão para pegar o papel – sabe... – ela ponderou se falava o que ouviu na escada – segui eles até a escada e ouvi Eloise dizer que Colin a pediu em casamento – Edwina se arrependeu assim que falou quando viu a expressão de choque na cara de Cressida seguida de um sorriso maquiavélico – na verdade, não sei se foi isso que entendi, talvez seja outra pessoa e eu tenha confundido.
Já era tarde Cressida saiu da mesa de Edwina com uma expressão no rosto de quem tinha ganhado na loteria, Edwina estava furiosa que Penelope estava escondendo as coisas dela, mas contar a Cressida foi realmente de mais, até o fim do expediente todos estariam sabendo, se lembrou da correspondência de Agatha Danbury, sabiam o quão importante ela estava sendo nos últimos dias e uma correspondência dela devia ser entregue imediatamente, geralmente quem iria levar isso a direção seria Penelope mas como não estava lá Edwina resolveu ela mesma ir, e talvez desse pra ouvir um pouco do que se falava na sala da diretória.
- Com licença – ela abriu a porta após dar duas batidas – chegou essa correspondência muito importante...
- Agatha? – Colin a interrompeu se levantando da mesa de reunião e indo até ela, pegou o papel e se sentou novamente.
Edwina assentiu que sim e Eloise e Phillip foram correndo para a mesa junto de Colin, que estava boquiaberto lendo a correspondência, Penelope vendo os 3 parados lendo, achou melhor deixar eles sozinhos.
- Bom, eu vou voltar ao meu trabalho qualquer coisa podem me chamar – ela se levantou e agarrou o braço de Edwina a arrastando para fora, ao sair recebeu alguns olhares, as pessoas em suas mesas a encarando, achou tudo muito estranho.
- Edwina porque estão todos me encarando – ela falou se sentando a mesa.
Edwina deu uma risada nervosa – eu acho que a culpa é minha – arqueou as sobrancelhas e mordeu os lábios.
- o que você fez? – Penelope a encarava.
Soltando um suspiro Edwina falou rapidamente – eu perguntei o que estava acontecendo, você não quis falar, vi Colin subindo, depois você subindo, depois Eloise e Phillip subindo e então os segui, e ouvi na escada quando eles disseram que Colin te pediu em casamento.
- Espera Eloise e Phillip subiram também? – Então eles viram o pedido de casamento, ela balançou a cabeça para espantar os pensamentos – eu posso explicar, mas o porquê estão todos me olhando, você contou para todo mundo?
Edwina soltou novamente a risada nervosa – Eu estava com raiva – ela falava dessa vez mais devagar – e Cressida apareceu aqui na minha mesa...
- Você contou pra Cressida – a voz de Penelope saiu mais alto do que ela imaginou, fazendo com que todos a olhasse novamente, ela riu nervosa se levantou da mesa e puxou Edwina para o banheiro, trancando a porta principal, antes de verificar se tinha mais alguém no banheiro.
- Você ficou louca contar para Cressida o que ouviu na escada – Penelope tentava controlar o tom de voz.
- Eu te perguntei o que estava acontecendo – Edwina andava de um lado para o outro – eu me arrependi assim que falei.
- O que você escutou exatamente – Penelope a segurou a sua frente, fazendo ela parar de andar
Edwina soltou um suspiro – que Colin te pediu em casamento, que acharam que você não ia aceitar, e que o pedido foi bonito até, - ela agarrou Penelope pelos ombros – desde quando você e o chefe estão saindo? Casamento Penelope? Você vai se casar?
Penelope encarou Edwina, ela era sua amiga mais antiga, não tinha o porquê mentir para ela, além disso precisava conversar com alguém, ela respirou fundo e contou a Edwina, explicou que o visto do Colin não saiu e ele estava preste a perder tudo, explicou que estava preste a ser despejada e precisava de ajuda, juntou o útil ao agradável, e que esse casamento eram apenas negócios, Edwina ouviu tudo boquiaberta, no final da história não conseguia dizer nada.
- Diga alguma coisa – Penelope suplicou.
- Não sei o que falar – Edwina tentava reorganizar os pensamentos – isso é crime você pode ser presa.
- Não é para tanto – ela tentava disfarçar seu nervosismo – Eloise me assegurou que se algo desse errado ela cuidaria de mim.
- Pen...- Edwina fez uma pausa, como se não quisesse falar o que estava prestes a dizer – você tem que tomar cuidado.
- Eu já disse que vai do tudo certo – Penelope tentou tranquilizar a amiga.
- Amiga – Edwina falou pegando em suas mãos – eu te conheço, você é uma romântica incorrigível, vai acabar confundindo as coisas.
Penelope tentou não demonstra, mas sabia que Edwina tinha razão, e também não era como se fosse difícil se apaixonar por Colin, mas ela já havia se comprometido não podia voltar atrás.
- Fica tranquila amiga – ela soltou um sorriso sem dentes – são apenas negócios.
Edwina achou melhor ter essa conversa com Penelope em outro lugar, o banheiro da empresa não era um ambiente propicio para uma conversa mais intima sobre sentimentos e então ela assentiu com a cabeça, as duas se retiraram do banheiro, e nem ao menos se deram conta que Cressida estava escondida ouvindo tudo.