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By hobievante

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[FINALIZADA] Taehyung achava que seu tempo já tinha passado, que sua vida não seria mais nada além daquilo qu... More

AVISOS
I
II
III
IV
ÍҰ

V

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By hobievante

GENTE NAMORAL COMENTEM MUITO TÁ E VOTEM QUERO ESSE CAPÍTULO HITADO PORQUE ELE MERECE VIU SE NAO TIVER 91237192743827431 VOTOS E 821948193849312 COMENTÁRIOS ATÉ  HOJE AS 00:99 VOU ME DESVIVER NA FRENTE DE VCS AUUUUUUU AU AU AU

bjs boa leitura tem muita putaria nesse tá então aviso tá dado amo q amo love q love 

CAPÍTULO CINCO

Quando Taehyung acordou, não sentia mais vento forte em sua pele, não sentia mais medo, sequer escutava sons da floresta direito.

Pelo contrário, se sentia aquecido e confortável, como nunca havia se sentido na vida. E acordou com seu próprio ronronar ecoando pelo grande quarto.

Suas pálpebras pesadas demoraram e vacilaram em se abrir, o ômega grunhindo pelo desconforto de ter acordado. Quando finalmente sua visão se acostumou com a luminosidade que a atingiu, Taehyung esfregou os olhos para distinguir o que parecia neve caindo do lado de fora da grande janela, com o sol brilhando brando e sereno por trás dos flocos. O atingindo no rosto. Era lindo.

O ômega mexeu nos lençóis, virou o rosto grunhindo mais e espremeu os olhos em sono, afundando o rosto nas cobertas e percebendo que aquela pele que o envolvia era confortável e cheirosa de um jeito anormalmente familiar. Só quando abriu os olhos para vê-la melhor foi que Taehyung percebeu o porquê.

Era a manta de bisão que Hoseok o havia dado da última vez que se viram na floresta, na frente da sua casa, quando trocaram aquele último beijo. Aquele maldito beijo que ecoou na mente do ômega por dias e dias depois que aconteceu.

Um pequeno sorriso se abriu em seus lábios, o ômega fechou os olhos e esfregou mais o nariz na pelagem fofinha, cheirando sândalo sem mais qualquer constrangimento ou vergonha, sentindo o calor e o conforto imediato que o acometia ali.

Se lembrava bem do terror que tinha passado, e as imagens chegavam a ocupar sua mente, imagens de dor e de medo e de desesperança. Acontece que eram flashes curtos, que nunca duravam o bastante para incomodar o ômega, simplesmente porque nenhuma memória era mais forte do que a de Hoseok.

Hoseok o salvando. Hoseok o buscando. Hoseok o reivindicando. Hoseok em sua forma animal. Forte e imponente. O melhor alfa do mundo.

Taehyung se ergueu lenta e preguiçosamente com os cotovelos na cama ao bocejar. Uma de suas mãos foi para seu pescoço, dedos deslizando em sua pele macia e ainda intocada. Olhou para seu corpo por baixo das cobertas, percebendo que usava uma calça de linho básica, como as que sempre tinha hábito de usar. Deslizou os dedos pelo seu próprio rosto e também percebeu que ali não havia mais quaisquer resquícios da maquiagem da corrida. Cara limpa, corpo lavado.

O ômega olhou ao redor. O quarto era enorme, e a cama parecia algo vindo da realeza. Pedaços de seda branca pendiam de cima para baixo, esvoaçando levemente com o vento brando que vinha de fora. O cheiro era de sândalo, baunilha, e de frutas frescas. Tudo junto. Apesar de nevar, o ômega não sentia frio. Pelo contrário, Taehyung se sentia no céu, se sentia nas nuvens, confortável e quentinho naquele local que parecia ter vindo direto de seus sonhos.

O cheiro de frutas vinha de uma enorme e sortida cesta colocada num cômodo ao lado da cama. Taehyung, ao vê-las, escutou seu estômago roncar e esticou a mão para pegar alguns morangos, framboesas e mirtilos que estavam ali. Sorrindo satisfeito ao mastigar as frutas docinhas, dando ao seu corpo o alimento que tanto pedia. Confortável e contente. Lobo na mais plena paz.

Tinha tantas perguntas, sendo a maior delas a pergunta de onde diabos Hoseok estava. Só que ao terminar de comer, bocejando de novo sonolento, sentindo seu corpo cansado e olhos baixos exigirem por mais descanso, o ômega aceitou ter que permanecer com elas por mais uns minutinhos, talvez mais algumas horas.

Seus músculos ainda estavam exaustos, e aquela cama com o cheiro reconfortante de Hoseok o fazia ter certeza que, independentemente de onde estava, ou como tinha parado ali, Taehyung estava seguro. Estava com seu alfa, estava seguro.

Taehyung se aconchegou de novo na manta macia, fechou os olhos mais uma vez e aspirou satisfeito o cheiro de sândalo vindo dela. Dormiu instantaneamente, e não teve sonho algum.

Quando o ômega acordou novamente, tão atordoado e sonolento quanto da primeira vez, não foi por conta própria, mas sim por sentir dedos delicados deslizando levemente em seu pescoço, o dando arrepios.

O ômega grunhiu de sono, um espasmo leve em seu rosto, com um ronronar ainda ecoando de seu corpo, e abriu as pálpebras pesadas lentamente, tentando reconhecer e distinguir a imagem embaçada à sua frente.

A verdade é que a sua visão poderia demorar o tempo que quisesse para processar quem estava ali, porque o cheiro que o acalmava e fazia seu ômega acordar, definitivamente, não o deixava ter muita dúvida.

Hoseok estava bem. Hoseok estava ali.

E Hoseok estava lindo.

Era como se, depois de tudo o que tinha acontecido, o ômega visse aquele alfa mais lindo do que jamais tinha visto. Hoseok não tinha mais linhas de tinta em seu rosto, olhos vermelhos ou presas evidentes, nem quaisquer outros traços de alfa lúpus que a lua cheia de inverno tinha deixado tão evidentes. Estava de cara tão lavada quanto a sua própria, à sua frente, com cabelos macios em ondas caindo nas laterais de seu rosto, torso despido, calça marrom e olhos escuros como a noite nos seus, parecendo preocupado. Com o cheiro mais aconchegante que um alfa podia ter.

— Você dormiu tanto que eu quis ter certeza que não 'tá doente, ômega. - Hoseok disse baixinho, como se quisesse ter certeza que Taehyung não se assustasse com o volume de sua voz, sentado na cama onde Taehyung estava deitado.

A mão do alfa logo saiu de onde sentia a temperatura do pescoço de Taehyung, para tirar uma mecha loira e macia da sua testa.

— Eu... eu 'tô bem... - Taehyung respondeu, num sussurro rouco e sonolento, ainda tinha a expressão cansada e franzida de sono. Olhos quase fechados enquanto seu rosto se inclinava para que a mão de Hoseok que o tocava o envolvesse ainda mais, praticamente se entregando ao carinho do alfa, um sorriso nos lábios ao ronronar.

O seu cheiro de baunilha estava tão, mas tão doce, de um jeito que Hoseok nunca tinha sentido. E só de pensar que aquilo ali era por sua causa, porra, seu alfa tinha vontade de sair por aí uivando em felicidade. Hoseok sorria sem sequer perceber.

Taehyung abriu os olhos e viu melhor o corpo de Hoseok à sua frente. O alfa tinha um curativo grande no ombro, com manchas secas de sangue, muitos arranhões e cortes no seu rosto e corpo, que pelo menos já pareciam ter sido lavados. Um grande hematoma roxo também manchava a pele lateral de seu torso, mas tudo parecia ter sido muito bem cuidado, ao menos na visão de Taehyung, que conhecia cura muito bem.

— Você se machucou. - O ômega resmungou, com uma mão indo deslizar os dedos delicados no torso alheio. Apesar de aparentemente ter sido bem cuidado, o ômega não gostou nada de ver o alfa daquela forma. Taehyung tinha dor e angústia em seus olhos, como se ver aquilo doesse em si.

— Nada que eu não esteja acostumado. - O alfa respondeu com um pequeno sorriso, segurando a mão inquieta e preocupada de Taehyung na sua, enlaçando os dedos para que não focasse mais naquilo. - As curandeiras me ajudaram, a lua cheia de inverno me ajudou. Não se preocupa. Já Já eu fico novo em folha.

Taehyung assentiu, olhos ainda nos machucados e mordendo o lábio ainda preocupado, mas aceitou o que lhe foi falado. Até porque tinha mais perguntas a fazer. e não queria perder tempo.

— O que... aconteceu? - Olhou ao redor novamente. Mão ainda dada com a do alfa. - Onde a gente 'tá?

— É uma das cabanas que preparam para os casais que se formam na corrida... o Namjoon nos deu a melhor. Você... basicamente desmaiou antes que eu chegasse aqui com você, mas já tinham curandeiras esperando - Hoseok explicou, atencioso, acariciando a mão alheia com o dedo. - Umas tomaram conta de mim, e outras foram se garantir de que você não tinha se machucado muito. Te deram banho, te trocaram. Pelo que me disseram você 'tava meio acordado meio dormindo, e um pouco em choque, mas te trataram muito bem. Então te colocaram na cama e você... só dormiu, ômega... até agora.

Taehyung escutou tudo, assentindo levemente, finalmente as peças se encaixavam sobre como exatamente havia parado ali, mas à medida que algumas perguntas eram respondidas, várias outras apareciam em sua mente. Longe de acabarem.

— Lá... n-na corrida... eu... eu escutei você brigando, Hoseok... brigando feio. - Taehyung negou com a cabeça, cenho franzido. Pele se arrepiando só de lembrar daquilo que sentiu. - Eu... pensei que você não fosse voltar. - Apertou a mão alheia, com olhos fixos nela tentando segurar as lágrimas.

— Eu tive que brigar. - Hoseok explicou para o ômega. Com certeza. O aperto firme na mão que segurava. - Você não entende, Taehyung... era lua cheia de inverno, meu alfa... meu alfa que decidia as coisas. Eu acho que um grupo de alfas traçou uma estratégia ou algo assim, porque logo quando o Namjoon deu largada e eu entrei na floresta tentaram me emboscar. Eram uns três... eu perdi muito tempo com eles, que não devia ter perdido. - O alfa negou com a cabeça, estalando a língua nos dentes como se estivesse realmente decepcionado consigo mesmo. - Quando consegui me livrar deles já era tarde demais, e só eu te encontrei com aqueles outros alfas que... que queriam machucar você então... eu só, só tive que dar um jeito neles. E no final o filho da puta do Seon-ho ainda apareceu pra bloquear meu caminho e eu... tive que dar um jeito nele também.

O coração de Taehyung se apertou, o ômega ficou levemente boquiaberto. Com lábios trêmulos e ansiosos. Sem ter certeza se realmente acreditava em tudo aquilo que havia escutado.

— Você... lutou contra... sete alfas? Por mim?

Hoseok, ao escutar aquela pergunta do outro, percebendo aqueles olhos enormes e preocupados nos seus, só conseguiu bufar num pequeno riso, como se fosse impossível acreditar que, àquele ponto, Taehyung ainda precisasse fazer aquele tipo de pergunta.

— Quando você vai entender, ômega? - O questionou, uma mão indo acariciar os cabelos da nuca do ômega. - Eu lutaria contra um exército inteiro por você.

Taehyung corou com aquela resposta, e ficou constrangido demais com a forma que Hoseok o olhava acariciando seu rosto para conseguir responder alguma coisa coerente.

Um pequeno silêncio se instalou antes que Taehyung mordesse o lábio, olhar ainda desviado, se atrevendo a passar para a próxima outra pergunta.

— Você matou eles? Matou Seon-ho? - O ômega levantou o olhar para Hoseok. Tinha um nó na garganta, e sentia algo ruim, algo muito ruim sequer cogitando a possibilidade daquilo.

Hoseok de repente ficou mais sério, e deu uma inclinada de rosto, desviando o seu próprio olhar como se aquilo não fosse a coisa mais fácil de admitir.

— Os primeiros sim... eu... eu matei eles. Eles... eles me atrasaram, Taehyung e eu só... meu alfa só pensava em chegar até você, não importava muito o que tivesse que fazer pra isso. Então... é... eu não parei pra ter certeza, e sinceramente também não me importei. - Hoseok suspirou, sendo honesto, porque como já havia dito, somente dizia se arrepender de algo quando realmente se arrependia. - Na corrida e na lua cheia, vale tudo. Com aqueles outros também, mesma coisa... principalmente depois de terem mexido com você. - Continuou falando toda a verdade, sem poupar nada. Porque Taehyung seria seu ômega dali para frente, não queria começar a sua história com ele dizendo mentiras. - Mas Seon-ho, eu não matei... a gente brigou bem feio, admito, ele... porra, Taehyung, aquele alfa realmente não queria desistir de você. - Hoseok fechou mais a expressão, negando com a cabeça e travando a mandíbula, parecia ter raiva só de lembrar do outro alfa. - Me deu mais trabalho que os outros todos juntos... mas no fim eu rendi ele, e ele cedeu, porque era ceder ou morrer. Então foi embora depois disso.

Hoseok finalmente terminou de contar tudo o que havia acontecido, e com um olhar ainda distante, franziu o cenho, leve e brevemente, como se perdido em seus próprios pensamentos.

— Acho que... ele ter cedido... não sei, só me fez ter ainda mais certeza de que você é meu ômega, Taehyung, sempre foi. Meu, e não dele.

— Como assim?

Taehyung não entendeu, e, como sempre, o alfa o explicou. Seus olhos se encontraram novamente e Hoseok explicou, e sério, porque falava muito sério.

— Ceder pra mim nunca foi uma opção, Taehyung. - Afirmou, com tanta certeza e sinceridade na palavra quanto jamais teve. - Na escolha entre morrer e viver sem você, eu morreria.

O ômega sentiu seu coração pular uma batida dentro de si naquele momento. Havia algo sobre Hoseok sempre mantendo a expressão séria quando lhe falava aquele tipo de coisa que era... era eletrizante. Algo que fazia sua garganta secar um pouco, sua respiração vacilar, seus pelos eriçarem e seu ômega simplesmente se deitar em submissão.

Depois de um silêncio compartilhado assimilando aquilo, Taehyung corou novamente e assentiu desviando o olhar, também se sentiu um pouco melhor em escutar aquilo. Sobre Seon-ho. Porque não era como se o odiasse, pelo contrário, Seon-ho o salvou quando estava a ponto de ser tomado por um alfa estranho. Taehyung o respeitava. O queria bem. Seu ômega podia não ser submisso a ele, mas com certeza não se sentia mal. Então claro que não queria que ele morresse.

Seon-ho apenas... não era seu alfa.

— Ele... - Taehyung o olhou, afirmando e querendo que Hoseok afirmasse também. - Você deixou ele ir.

— Seon-ho é um bom alfa. - Hoseok disse, um tanto a contragosto, rosto franzido como se o custasse muito falar aquilo. - Por mais que eu não ame admitir isso, ele é um bom alfa, Taehyung... e eu o respeito. Ele... ele só escolheu o ômega errado. - O alfa assentiu, com olhos meio distantes. - Ele não sabe ainda, talvez porque é orgulhoso demais pra aceitar, mas ele escolheu o ômega errado. A Deusa não trabalha desse jeito.

— Como assim?

— Você é meu, Taehyung. Você não entende? A Deusa te fez pra mim, e me fez pra você. - Hoseok explicou, costas dos dedos deslizando na bochecha alheia. Explicou com calma, na esperança de que, talvez pela centésima vez, o ômega entendesse. - Se Seon-ho ou qualquer outro alfa achava diferente, é porque estava se enganando. A Deusa não faz o mesmo ômega para dois alfas. Não funciona assim. O ômega certo pra Seon-ho está por aí e eu realmente espero que ele o encontre, mas eu tive que tirar ele do caminho, porque definitivamente não é você. - Assentiu, com a maior da certeza naquelas palavras. - Você é meu. Mesmo que tenha teimado por tanto tempo e me dado tanto trabalho quando eu tentei te falar, você é meu, Taehyung. E sempre foi. - O alfa franziu o rosto, como se ele mesmo tentasse entender os próprios pensamentos. Uma expressão até um tanto culpada - Acho que eu só demorei demais pra perceber o que era óbvio. E eu realmente te peço desculpas por isso.

— Não, Hoseok... - Taehyung se ergueu para ficar mais perto do outro, uma mão ainda apoiada na cama. Não queria que Hoseok tivesse aquele pensamento. Aquele rancor que manteve por tanto tempo em seu coração já tinha causado rupturas o bastante entre os dois, já tinha causado estrago e medo e angústia demais. O ômega definitivamente se sentia pronto para desapegar daquilo. Hoseok havia se provado, havia se provado como nenhum alfa jamais conseguiria. - Não é bem assim, eu exagerei. Não precisa de desculpa- eu-

— Não, Taehyung.... - Hoseok o interrompeu, apertando sua mão, não se interessando em o que o ômega tinha a dizer ali, precisava ser escutado. Precisava que Taehyung entendesse. - Você pode ter me deixado puto e nervoso naquele dia, mas... acho que eu só fiquei tão puto porque no fundo eu sabia que você tinha razão, você tinha toda a razão. Você realmente sempre 'teve aqui. Você realmente era alguém antes de ser ômega. Alguém tão maravilhoso e tão merecedor de cuidado e de amor quanto o ômega que eu 'tô olhando agora. Eu que fui um imbecil e um idiota por não ter visto... por não ter visto que tudo aquilo que eu sempre procurei já 'tava bem na frente do meu nariz. - Hoseok travou a mandíbula, um nó na garganta do alfa. Falar aquilo doía, mas era a verdade. Precisava deixar tudo em panos limpos com o ômega. Precisavam começar do zero. - A questão é que eu te magoei, Taehyung... - Franziu o rosto, abaixando o olhar porque se envergonhava daquilo. Seu alfa realmente nunca o deixaria em paz por ter feito o que fez. - Eu te magoei quando você não merecia, e acho que realmente nunca vou me perdoar por isso, então... eu... eu só espero que você possa me perdoar um dia. Não precisa ser hoje, nem amanhã, mas um dia. - O alfa apertou mais a mão alheia, e depois a levantou para deixar um beijo longo ali antes de olhar novamente para Taehyung e voltar a dizer. - Porque eu te prometo que vou passar o resto da minha vida tentando compensar o tempo que eu perdi com você, ômega. Cada dia que eu não te olhei, que eu desperdicei não te tendo ao meu lado, pode ter certeza que eu vou compensar te fazendo o ômega mais feliz do mundo por dez outros. Até o fim da minha vida. - Beijou a mão alheia de novo, selando a promessa. - Eu prometo. - Outro beijo. - Eu prometo. Eu prometo.

Taehyung sentia o amor vindo de cada beijo dado, reverberando em sua pele, borbulhando em seu sangue. E um sorriso terno cresceu levemente em seus lábios enquanto via aquela cena. O alfa beijando sua mão, com aqueles olhos escuros mais verdadeiros do que nunca, arrependidos e completamente devotos de Taehyung. Cada promessa sendo selada como uma tatuagem em sua pele, e o ômega só sabia que cada uma das palavras que aquele alfa falava eram verdadeiras.

Se perguntava se Hoseok sabia que ele, naquele momento, já se sentia o ômega mais feliz do mundo.

Taehyung soltou a mão do aperto alheio, e levou os dedos para acariciar a bochecha do alfa à sua frente, acariciar aquele aquele rosto lindo. Perfeitamente desenhado pela Deusa, e somente para ele. Aquele rosto que foi, no que o que agora Taehyung tinha certeza ter sido capricho Dela, protagonista de todos os seus sonhos por tantos anos. E agora estava simplesmente ali à sua frente, com olhos completamente apaixonados em si, afeto transbordando de cada centímetro de sua pele, fazendo aquelas juras de amor tão lindas num momento que definitivamente nenhum dos sonhos do ômega jamais conseguiria se comparar. E Taehyung se perguntava se aquele ali não era mais um deles.

Porque parecia. Hoseok, definitivamente, parecia um sonho.

— Você já ouviu aquele ditado de que as flores que demoram a desabrochar são as mais bonitas? - Taehyung perguntou, dedos ainda deslizando na pele alheia, calmo e sereno. Hoseok não entendeu muito a pergunta, mas assentiu. – Minha mãe costumava falar pra mim. E eu... eu só acho que... é a mesma coisa com o amor. - O ômega disse, com o coração cheio como jamais esteve. - E nós dois, Hoseok, isso aqui... é a prova disso. - Assentiu, esperando, de alguma forma, que conseguisse consolar aquele alfa que parecia se culpar tanto. - Meu ômega demorou pra acordar, teu alfa definitivamente demorou pra me encontrar... - Sorriu, de leve, e sua mão envolveu a bochecha alheia em um gesto de carinho. - Mas tudo bem... passou... 'tá tudo bem porque valeu a pena esperar por você.

— Cada segundo, Taehyung. - Hoseok assentiu, fervorosamente, olhando para o outro. Olhar chegando a ser um tanto incrédulo, porque realmente era difícil acreditar no quanto já amava Taehyung ali. Amava o Taehyung e amava seu ômega. Sem marca. Sem cruzamento. Sem sexo. Sem nada. - Você valeu a pena cada segundo.

Depois daquilo, Taehyung sorriu mais, sua mão envolveu a nuca do alfa e então só o trouxe para si, porque nada mais precisava ser falado.

Taehyung o trouxe para si e Hoseok beijou Taehyung, beijou seu ômega, beijou seu destino.

E Taehyung o beijou de volta, tão apaixonado quando. Porque queria. Queria beijar seu alfa, e não via mais sequer um motivo para não fazê-lo, não mais. No fim, sempre soube que nunca teve.

Porque sabia que tudo aquilo que seu ômega sempre tinha tentado falar, por tanto tempo, era a mais pura verdade.

Hoseok era um bom alfa. Hoseok seria bom para ele. Hoseok era bom com caça. Hoseok proveria para ele. Hoseok lutaria por ele. Hoseok seria um bom pai. Hoseok seria um bom pai para seus filhotes. Hoseok era um bom alfa.

Tudo era verdade, e que alívio para o ômega era, que alívio era simplesmente poder aceitar aquilo sem mais insistir num conflito interno bobo movido por orgulho e que, de repente, não fazia mais sentido nenhum.

Hoseok o beijou lento e cuidadoso, tendo cuidado, uma mão delicada em sua cintura, outra em seu pescoço. Sempre com selos longos, úmidos mas castos. Serenos e doces. Com olhos fechados e respirações profundas.

E o ômega até retribuía, achando aquilo tudo muito fofo por parte dele e tudo mais... mas acontece que... não queria cuidado, não queria lentidão, não queria castidade.

Queria Hoseok, e queria agora.

Queria seu alfa.

Taehyung o puxou para si pelo pescoço para que ficasse mais por cima de si, fazendo Hoseok quase tombar. O alfa riu, se apoiando na cama e o endireitando nos lençóis abaixo de si depois de ter sido exigido por aquela forma quase dolorosa por Taehyung. Beijos continuando, Taehyung sempre com mais pressa, mais intensidade, mais saliva. Insistindo que o casto se tornasse algo além.

— Calma, ômega. - Hoseok se afastou, contendo seu ômega levemente, sorrindo e erguendo uma sobrancelha. Taehyung o olhava como se quisesse comê-lo vivo ali mesmo.

— Eu já tive muita calma, alfa...

Taehyung retribuiu o sorriso, do jeito mais travesso e safado possível, com olhos lascivos e sugestivos ao puxar a nuca alheia para soprar cada letrinha que formava aquela palavra bem nos lábios de Hoseok. Aquele ômega sabia exatamente o que estava fazendo.

Escutou um rosnado leve ecoando, os olhos do alfa chegarem a vacilar na coloração, o castanho escuro querendo virar cobre. Um sorriso automático aparecendo. Puta que pariu. Puta que pariu, puta que pariu, puta que pariu. Hoseok ia se transformar ali mesmo e sair uivando e correndo pela floresta.

— Porra, Taehyung, finalmente... - Hoseok só teve um comentário àquela frase. O beijando com o maior dos sorrisos. Se tivesse uma cauda, definitivamente estaria balançando satisfeita naquele momento.

— O quê? - Taehyung perguntou, rindo do jeito alheio, fingindo não saber, mas segurando o rosto do alfa e retribuindo cada beijo.

— Você. Me chamando de alfa. - Hoseok sorriu mais, o beijando de novo. O ego de seu lobo sendo acariciado da melhor forma possível. Queria uivar. Queria explodir de tão feliz. - Porra, Taehyung, pensei que nunca fosse acontecer.

Taehyung riu do outro, ômega automaticamente se agradando do quanto o alfa pareceu ter gostado daquilo. Queria ver mais daquele sorriso em Hoseok, queria ver aquele sorriso todos os dias de sua vida. Finalmente entendia porque Jungkook quase balançava um rabo inexistente todo bobo sempre que Jimin o chamava daquela forma.

Era simples, se fazia Hoseok feliz, se fazia o alfa sorrir daquele jeito, Taehyung não teria cerimônia nenhuma em aquela palavra falar outra vez, e outra vez e outra vez. Pra sempre.

Alfa... - O ômega repetiu, mordendo o lábio num sorriso ao trazer o rosto de Hoseok mais para perto. Nariz deslizando de leve no dele. Numa demonstração de carinho lupina e terna, que fazia o coração do alfa aquecer cada vez mais. - Meu alfa. O melhor alfa do mundo. O mais bonito. O mais forte. O melhor. Meu alfa. Meu alfa. Meu alfa.

Hoseok só sorria mais a cada frase que Taehyung proferia, sempre intercaladas com beijos em sua boca e em sua bochecha, em seu nariz, em seu rosto todo. Hoseok simplesmente fechava os olhos, recebendo todo aquele afeto que sequer sabia se merecia. O ômega era tão carinhoso quando queria. Tão submisso. Tão lindo. O chamando de alfa daquele jeito, mergulhado em seu cheiro daquele jeito, com aqueles olhos enormes, aqueles cabelos loiros, aquele cheiro tão doce.

— Ômega... - Hoseok respondeu, retribuindo cada um dos beijos alheios, enlaçando mais a cintura de Taehyung com um braço. Queria se unir àquele ômega como um só, mesmo sabendo que não era possível. - Meu ômega... você é perfeito, sabia? Perfeito.

Os beijos ficavam mais úmidos e, para a alegria de Taehyung, definitivamente menos castos. O chamar de alfa aparentemente tinha funcionado. Então Hoseok foi de beijar o rosto alheio direto para mergulhar o nariz no pescoço do ômega. Deixando seu cheiro ali, beijando sua glândula com carinho, com certeza. Deixando seu cheiro ali forte, tão mas tão forte que lobos que estivessem a milhas e milhas dali saberiam que Taehyung era finalmente seu, seu e de ninguém mais.

E aquela também foi outra primeira vez para Taehyung. Hoseok já tinha deixado seu cheiro em si, claro, mas quando se beijaram outras vezes, imersos no momento e quase por acidente. Nunca daquela forma, nunca com aquela intenção. De realmente deixar seu cheiro ali por saber que Taehyung era seu, e Taehyung o permitindo porque sabia que o pertencia.

O nariz alheio em contato com a sua glândula gerava uma sensação no ômega que parecia fazer com que seu corpo todo entrasse em chamas. Taehyung arfou, franziu o rosto em prazer e não conseguiu evitar soltar um gemido ao apertar mais as unhas nas costas alheias. As pernas do alfa estavam entrelaçadas nas suas e aquele contato estava ficando quente demais. Taehyung espremeu os olhos, arfando outro gemido, roçando as pernas nos do outro. Querendo unir suas intimidades. Querendo que aquilo não acabasse nunca.

Hoseok tirou o rosto de lá, ofegante e também aparentemente bem afetado pelo que ocorria, olhos perdidos daquele pequeno prazer foram preocupados para encontrar os do ômega. Hoseok tirou cabelos de sua testa, com cuidado.

— Tudo bem? - Perguntou, genuinamente em dúvida. - Você gosta?

— Muito. - Taehyung sorriu um tanto atordoado por aquele contato, olhos tão perdidos quanto o do outro, segurando o rosto de Hoseok e dando mais um beijo para o assegurar daquela resposta. - Muito, pela Deusa... eu... - O ômega ofegava, e até mordeu o lábio, porque tinha vergonha, mas ao mesmo tempo não queria mais esconder nada do outro. Definitivamente não queria mais. - Porra... eu... eu só quero você, alfa... agora. Agora. - Assentiu, fervorosamente, precisava que Hoseok entendesse.

Foram vinte e quatro anos sem. Taehyung simplesmente necessitava de seu alfa.

Hoseok se alarmou com aquilo, chegou a corar com a forma direta que o ômega o pediu aquilo. Seus olhos se arregalaram levemente.

— Agora? - Perguntou, negando com a cabeça, olhando o corpo de Taehyung inteiro antes de voltar para seus olhos. - Você sabe que não precisa, não sabe? - Hoseok o assegurou. - Você... não precisa fazer isso comigo agora só porque eu te peguei na corrida, Taehyung. Eu falei com o Namjoon, a gente pode esperar até a cerimônia de cruzamento, ou até mesmo depois dela. O quanto você precisar. Eu não quero te machucar. Nem quero que você faça algo que não quer só por uma tradição boba.

— Esperar até a cerimônia de cruzamento, você enlouqueceu? - Taehyung só riu, rosto franzido como se Hoseok tivesse falado a coisa mais idiota e absurda do mundo.

— Por quê? - O alfa ficou um pouco nervoso, engolindo em seco. - Você não quer? Não quer cruzar?

— Não, Hoseok... - Taehyung revirou os olhos. A Deusa definitivamente tinha mandado o mais avoado dos alfas. - Você só pode estar louco de pensar que eu quero esperar por algo. Pela Deusa... eu... eu não quero mais esperar, Hoseok. Eu já cansei de esperar. Eu esperei demais. E só... - O ômega segurou o rosto alheio, com olhos fixos nos do alfa, revelando tanta sinceridade quanto um olhar podia carregar. Explicaria só aquela vez. - Eu não quero mais passar nem um segundo sem ser teu ômega. Sem ser realmente teu ômega. A tradição diz que eu tenho que voltar para a alcateia marcado... e eu sei disso, mas mesmo se não dissesse, Hoseok, eu que te digo agora... eu não piso pra fora dessa cama sem tua marca. - Negou com a cabeça, porque ali, estava mais do que decidido. - Não desço daqui sem teu nó. Eu quero tudo, alfa. - Taehyung o beijou. - Me marca. - O beijou de novo, narizes unidos, como se de alguma forma precisasse daquilo para convencer Hoseok. Não precisava. - Me tem. Pega o que é teu. - Mais um beijo, agora descansando uma mão na bochecha do alfa. - Me morde, me dá teu nó, tua semente. Toma teu ômega, Hoseok, toma teu ômega, porque eu não aguento mais esperar.

Hoseok definitivamente rosnou quando trouxe Taehyung para um beijo. Rosnou sem fazer mais questão de ser discreto. Porque simplesmente não conseguia reagir àquilo com palavras. Era completamente desumano o que Taehyung fazia com seu alfa falando daquele jeito. Com aqueles olhos enormes, aqueles beijos doces e úmidos. Aquelas mãos delicadas em seu rosto. Falando aquelas coisas. Dizendo que era seu, pedindo seu nó, pedindo sua marca, pedindo sua semente. Porra. Nem em seus maiores sonhos Hoseok conseguiria se sentir tão bem quando se sentiu escutando tudo aquilo daquele ômega. Escutando tudo aquilo vindo de Taehyung. Finalmente Taehyung.

Finalmente Taehyung seria seu, finalmente. Não só por causa de uma tradição ou de uma corrida, mas porque Taehyung queria. Taehyung consentia e queria ser seu. O pedia por aquilo. O suplicava por aquilo. E sinceramente, para Hoseok, era algo maior do que qualquer tipo de legado ancestral a ser seguido.

Hoseok o beijou, e se antes era com receio e lentidão, dessa vez não mais. O alfa passou uma mão pela cintura delicada do ômega, a apertando com força, com a outra segurou os cabelos de sua nuca, com mais força ainda. O beijando com afinco, cada um dos beijos uma certeza maior do que se selava ali. Hoseok consumaria sua ligação com Taehyung numa manhã de inverno, com neve caindo lá fora, com a Deusa de testemunha e pássaros cantando.

Consumaria o que, para aqueles dois, aparentemente tinha começado no dia da apresentação de Taehyung, mas que para a Deusa que na lua habitava, tinha começado muito antes.

Décadas antes. Séculos antes. Vidas antes, e vidas depois.

Se consumado ali, assim como já tinha sido consumado em todas as vidas passadas, e para continuar se consumando por todas as outras que viessem.

Porque Hoseok era de Taehyung, e Taehyung de Hoseok. Eram um do outro assim como as flores eram da terra, assim como os frutos eram das árvores. Eram um do outro antes que soubessem, antes que notassem, e antes mesmo que quisessem.

Seus nomes estavam escritos no céu, delineados com estrelas pelas próprias mãos da Deusa-Lua. As almas de seus lobos se conectando desde ali para toda a eternidade, numa infinita e sempiterna história de amor, com um início tão antigo quanto a própria terra.

Taehyung gemeu nos lábios de Hoseok, rosto franzido e mãos temerosas apertando seus ombros, sentia vergonha da forma que só com aquilo, só beijando Hoseok um pouco mais intensamente e com o mínimo de língua, sentindo aquelas mãos fortes em seu corpo naquele curto pequeno espaço de tempo, já se sentia de um jeito que... o deixava tão... o ômega não sabia nem explicar, só sabia que era demais, e definitivamente ainda não tinha se acostumado bem.

Hoseok, por sua vez, não parecia ligar, na verdade parecia gostar. Porque sentia o cheiro de lubrificação, e seu alfa acordava cada vez mais. Estava há meses esperando por Taehyung, se guardando por Taehyung, e mal podia esperar para sair daquela pequena seca. Hoseok então rosnou, sem mais qualquer receio daquilo, e moveu os lábios para o pescoço de Taehyung grunhindo em prazer, para beijá-lo ali, chupando a pele macia, doce, sentindo aquele sabor do ômega, aquele sabor delicioso. Tão doce em sua língua, tão sensível ao seu toque.

Taehyung contorceu o corpo levemente e arqueou a cabeça para trás mordendo o lábio segurando um gemido. E Hoseok rosnou em seu pescoço, apertando sua cintura fina contra a cama ao tentar se segurar para não o tomar ali mesmo, para não enfiar um nó pra dentro ali mesmo. Porra, Taehyung era tão sensível, tão reativo.

O alfa não sabia se eram os resquícios da lua cheia ou seus instintos, mas era como se sentisse e notasse cada mínima reação que o ômega tinha ao seu alfa. Cada mínimo pelo se eriçando, cada gemido fraco, cada arranhar de unhas em suas costas, cada movimento do quadril querendo encontrar o seu. O ômega era perfeito. Era simplesmente perfeito.

O sentir de Taehyung era palpável, palatável, e Hoseok simplesmente adorava o gosto.

— Não segura, ômega... - Hoseok disse, sério e com olhos intensos ao segurar seu queixo e o obrigar a abrir os olhos envergonhados para encontrar os seus. Tinha presas evidentes, lábios úmidos e vermelhos de beijá-lo. Completamente bagunçado. Lindo. - Se teu alfa te faz te sentir bem, deixa ele saber. - Hoseok assentiu, Taehyung ofegava atento à cada palavra. - Deixa ele saber. Gemendo, vazando, não me importa. Não segura nada. Eu quero tudo de você, Taehyung. Eu também esperei demais, e agora eu quero tudo de você.

Hoseok beijou seus lábios depois de concluir, Taehyung não respondeu nada mas assentia a cada mínimo afastar daquele beijo, fervorosamente, assentia como se dissesse "sim, sim, sim", ainda que ainda vermelho de vergonha, porque de fato, sim. O deixaria saber, deixaria a alcateia saber, deixaria a porra do mundo inteiro saber o quanto Hoseok o fazia sentir bem. Faria o que seu alfa pedisse, faria qualquer coisa que seu alfa pedisse enquanto o tocasse daquele jeito.

Hoseok apertou mais a cintura alheia, os beijos já chegando a ser desajeitados de saliva. Gemidos de Taehyung sendo tudo o que conseguia ouvir enquanto suas mãos desciam para desfazer o laço das calças alheias e enfim abaixá-las. Se ajoelhando para deslizar aquele tecido pelas pernas lisas e macias, com o olhar mais enfeitiçado do mundo. Perdido. Completamente perdido no que era Taehyung e desembrulhando aquele ômega como o verdadeiro presente que era. Da Deusa para ele.

Hoseok faria questão de agradecê-la com uma grande caça em oferenda depois, porque porra... que presente.

O alfa mordeu o lábio inferior alheio depois de finalmente deixar o ômega nu, tendo pressa em descer seu torso novamente para voltar a beijar o ômega e envolver sua cintura. Taehyung continuando a sinfonia de gemidos e respirações ofegantes enquanto se contorcia a cada toque. O que só se intensificou quando os beijos do alfa saíram dali para o seu peitoral, lambendo seu mamilo no caminho, leve e brevemente, mas arrancando um gemido ainda mais forte do outro, Taehyung se agarrou às cobertas e esticou suas pernas em prazer, ar quente saindo de sua boca na forma de um arfar ansioso. Olhos arregalados e surpresos, não sabia se se assustava ou pedia por mais.

Porque aquilo ali era outra primeira vez, e uma primeira vez que definitivamente não imaginava que fosse ser tão boa.

— Hoseok... - Taehyung espremeu os olhos, se contorcendo na cama e sentindo a língua gelada umedecendo aquela pequena área de seu corpo, a deixando dura a cada deslizar molhado. Taehyung tremia. - Pela Deusa... Hoseok...

Taehyung só repetia, movendo o rosto de um lado para o outro nas cobertas, porque o ômega não sabia o que falar, não sabia o que sentir. Tinha pedido tudo de Hoseok, mas, definitivamente, não estava esperando tudo aquilo.

E o melhor de tudo era que... era apenas o começo.

O alfa desceu mais pelo abdomen alheio e deixou o ômega mais ansioso ainda. Taehyung abriu os olhos, ergueu o rosto de leve e, ofegante e curioso, acompanhou dali enquanto o alfa descia os lábios pela sua barriga. Lisa, macia, com pêlos todos eriçados a cada toque. Tão deliciosa, tão gostosa para o alfa.

Hoseok rosnava. Hoseok segurava a cintura de Taehyung com as duas mãos, o segurava contra a cama e rosnava, grunhia, delirava enquanto os beijos viravam esfregadas de seu nariz na área, aspirando forte, aspirando como um adicto aquele cheiro, aquele cheiro de baunilha tão convidativo, e sentindo aquele gosto que parecia feito para si.

Tudo aquilo era ainda melhor do que poderia ter imaginado. Porra, Taehyung era melhor do que qualquer delírio solitário em sua cama que Hoseok pudesse ter tido, junto de seu alfa, imaginando como seria foder o omega, e não foram poucos.

Hoseok delirava em prazer, porque quando segurava a cintura alheia, beijando e esfregando seu nariz e seus lábios naquela área mais baixa da barriga do ômega, simplesmente vinham coisas específicas em sua mente, coisas que faziam seu lobo simplesmente ficar maluco.

Hoseok imaginava seu nó inteiro naquele ventre, imaginava sua semente naquele ventre.

Imaginava seus filhotes naquele ventre, e aquilo era o suficiente para o deixar insano, completamente insano.

— Porra, Taehyung... - Hoseok grunhiu, tirando o nariz de lá, olhando para a barriga alheia e deslizando as mãos ali tal como Taehyung havia visto Jungkook fazer com Jimin depois de saber da gravidez. Hoseok tinha a expressão completamente perdida em prazer, como se olhar para aquilo, olhar e tocar na barriga de Taehyung, em específico, o fizesse transcender. - Eu quero tanto um filhote meu aqui. Porra... Tanto. Tanto. Quero tanto te encher de filhote aqui. Caralho.

— Hoseok... pela Deusa. - Taehyung só sentia vergonha, porque estava vulnerável e submisso naquela posição. Espremeu os olhos e virou o rosto para o lado desviando o olhar daquilo. Porque Hoseok simplesmente falando aquilo, com aquelas presas aparecendo discretamente e olhos pecaminosos em seu corpo... era um pouco demais.

O alfa não ligou para a falta de resposta, apenas continuou seu caminho, descendo os beijos e lambidas pela barriga do ômega, evitando a intimidade de propósito e descendo beijos pelas suas pernas, ansioso e faminto como se nunca na sua vida estivesse estado na cama com um ômega. Como se fosse ainda um alfa virgem, ainda mais virgem do que Taehyung era.

Hoseok segurou uma das pernas alheias, a erguendo, e fez o caminho de volta à intimidade de Taehyung com uma trilha de beijos por ali, lenta e pacientemente, indo de seu pé e passando por seu tornozelo, depois pelas costas de seu joelho onde o ômega tinha uma sensibilidade fofa que o fez gemer ainda mais alto, depois pela parte interna de sua coxa. Taehyung só arfando e ofegando cada vez mais forte enquanto assistia atento e ansioso a cena. A cena de seu corpo completamente nu, sendo adorado pela primeira vez. Adorado por um alfa, como sempre quis ser. E não só por um alfa, por seu alfa.

Algo naquela cena fazia seu coração se encher cada vez menos com nervosismo de ser sua primeira vez, e cada vez mais com ansiedade por ser sua primeira vez.

Hoseok olhou para Taehyung, rosto já perto de onde o pau alheio pendia duro contra a barriga que há momentos atrás adorava, e então segurou a extensão que pendia ali, dura e vazando, atento a cada reação do ômega quando esse arfou alto e arregalou os olhos àquele primeiro contato. Taehyung chegou a se erguer de leve com os cotovelos na cama, respirando forte, como se tivesse medo, porque aquilo era tão bom que era assustador. Era demais.

Taehyung nunca tinha sido tocado ali por ninguém, Hoseok sabia.

— Shh. Calma. - Hoseok pediu, tentando o tranquilizar, olhos atentos e preocupados nos do outro enquanto começava a deslizar, com extremo cuidado, extrema calma e extremo zelo, o seu aperto na extensão alheia, espalhando o líquido que escorria por lá. - É bom?

Taehyung, depois daquele susto inicial, só assentiu, mordendo o lábio e continuando a assistir o trabalho que o alfa fazia, sentindo seu corpo reagir quase tremendo à forma com a qual o tocava ali. Porque aquilo era bom, era muito, muito bom. Taehyung nunca tinha sentido aquilo. Era como se estivesse prestes a flutuar.

— Ok... - Hoseok assentiu de volta para o outro, como se o assegurando que sabia exatamente o que estava fazendo. Queria ter certeza que Taehyung não sentisse nada além de prazer naquele momento. - Agora, se você me deixar, ômega, eu vou... te preparar pra mim... pode ser?

Hoseok perguntou e para Taehyung, aquilo era surreal. Era surreal perceber todo aquele cuidado, toda aquela preocupação do alfa com o seu consentimento e com o seu conforto. Porra, aquilo fazia seu ômega querer só apresentar de uma vez para o alfa e implorar pelo seu nó, sem qualquer cerimônia e sem qualquer preparação.

Muito felizmente para Taehyung, seu ômega não era o único presente ali.

Taehyung só assentiu de novo, corpo trêmulo, mãos segurando forte as cobertas e se esforçando para manter os olhos abertos, porque aquele deslizar úmido, molhado e gostoso que ainda sentia em seu pau era simplesmente bom demais para que conseguisse manter qualquer diálogo coerente. Então só assentiu e esperou que Hoseok entendesse que sim. Que podia ser. Podia ser sim. Podia ser qualquer coisa que quisesse.

— Você prefere como? - Hoseok perguntou, movendo a mão livre para empurrar uma coxa de Taehyung um pouco mais para cima, o olhar desejoso indo para aquela área pretendeu deixar mais acessível com aquele movimento, aquela área que já lubrificava em abundância para receber seu nó. - Meus dedos, minha língua? - O alfa o olhou novamente, querendo uma resposta. - O que você quiser ômega, eu faço do jeito que você quiser.

— Hoseooook... - Taehyung gemeu dengoso e longo, mãos indo para o próprio rosto enquanto Hoseok ainda tinha seu pau na mão, esperando. Não aguentou mais de vergonha... aquilo era demais. Como que o alfa só falava aquelas coisas assim?

Hoseok chegou a rir levemente, achando Taehyung a coisa mais adorável do mundo, mas ainda assim insistiu.

— Eu preciso te preparar de algum jeito, Taehyung... Só quero que você me fale como.

— Eu... eu já 'tô preparado. - Taehyung respondeu, tirando as mãos do rosto timidamente. Vermelho de vergonha. Porque estava vazando há minutos, e Hoseok sabia daquilo porque estava com seu rosto basicamente enfiado lá. Sinceramente não imaginava como aquilo já não era estar preparado.

Hoseok, em resposta, só conseguiu rir um pouco mais, porque para aquilo ali em específico, foi bem difícil se segurar.

— Acredite em mim, ômega... - Hoseok disse, sorriso safado nos lábios, mão ainda masturbando o ômega levemente. - Pro meu nó, você não 'tá. Então preciso que você fale pra mim.

Hoseok insistiu, insistiu porque não era arrogância, era apenas a verdade. Lubrificação natural não bastaria.

— Dedos. - O ômega só respondeu com pressa, ofegante e com bochechas coradas como nunca, respondeu porque só queria que aquele momento completamente vergonhoso e constrangedor para si acabasse logo. Respondeu deds porque definitivamente não estava preparado para lidar com Hoseok enfiando a língua ali do nada, não na sua primeira vez. Porque ainda tinha um mínimo de respeito à Deusa e àquela tradição ancestral.

De toda forma, também tentou não pensar na forma como Hoseok havia rido da sua proposição anterior sobre estar suficientemente preparado.

Pela Deusa, não podia ser tão grande assim, podia?

Taehyung não teve muito tempo de sequer continuar se preocupando com aquilo, porque de repente só sentiu um dedo de Hoseok passeando por aquela área nunca tocada antes, cuidadosamente espalhando o líquido que saía de lá com. E só aquele mínimo contato já fez o corpo do ômega se unir às cobertas novamente, abrindo os lábios em um gemido.

Quando Taehyung se sentiu sendo invadido, ainda que somente com aquele dedo, pela primeira vez, seu corpo todo, já unido à cama, se arqueou. Sua cabeça se jogou mais no travesseiro e ele arfou, soltou um arfar que não sabia se ecoava um grito escondido de prazer ou de simplesmente socorro. Não sabia nada, só sabia que aquilo ali era bom, muito bom. O dedo de Hoseok adentrava em si, deslizando molhado. E era bom.

— Dói? - Hoseok perguntou com olhos cuidadosos no ômega, logo depois dando um beijo no interior da coxa alheia ao sentir as paredes alheias se acomodarem àquela instrução, olhos indo novamente ao outro logo após.

— Não, não mesmo. - Taehyung se apressou para responder, retribuindo o olhar alheio. Porque não, não doía. Porra, aquilo era o contrário de doer. E só de ver como o alfa olhava para aquela sua área tão exposta, de algum jeito, deixava tudo melhor. Para Taehyung, perceber como o alfa o queria deixava tudo melhor.

— Me avisa se doer... - Hoseok pediu, sincero, mexendo um pouco mais o dedo já introduzido apenas para perceber como o ômega reagia, a outra mão segurando sua perna delicadamente para o manter no lugar, porque Taehyung, definitivamente, era muito reativo. Quando Hoseok o tocava, o corpo inteiro do ômega reagia. Parecia algo de outro mundo.

— Não... não dói, alfa... não dói nada. - Taehyung disse, mordendo o lábio deixando a cabeça desabar na cama novamente, olhos fechando, respiração forte, corpo suado e trêmulo, e quadris iniciando movimentos que sequer percebia que fazia, mas Hoseok percebia. Hoseok definitivamente percebia o ômega começando a rebolar em seu dedo. A lubrificação aumentando. Então o alfa aproveitou o prazer que notava para introduzir um outro dedo.

A palavra alfa saiu dos lábios do ômega outra vez, Taehyung não tinha outra palavra além daquela para exprimir aquilo que sentia. Dois dedos. Dois dedos dentro onde Taehyung nunca tinha sentido nada por toda sua vida. Era surreal. Se sentia cheio. Se sentia tão cheio.

Só chamava por alfa. Chamava repetidamente por seu alfa. Quadris se movendo em círculos, olhos fechados ao sentir aquela intrusão ainda maior, ao se sentir abrir por Hoseok, se sentir abrir por aqueles dedos habilidosos do alfa, que se moviam, o exploravam e o faziam desabrochar como uma flor na primavera.

Lágrimas caíam dos olhos de Taehyung, ainda que fechados, e o ômega nem sabia se era normal chorar por aquele motivo, mas naquele momento, a racionalidade era a última coisa que estava em sua mente.

A primeira sendo nó, nó, nó.

Hoseok tentava o preparar da melhor maneira possível, o abrindo com calma e paciência mesmo que seu próprio pau estivesse tão duro e quente e latejante que o causasse literal dor física. O alfa ignorava aquilo para beijar sua virilha, o interior da sua coxa, e cada centímetro alcançável da sua pele macia, a cada gemido que o ômega proferia.

Alfa, alfa, alfa. Hoseok amava escutar aquilo, amava escutar aquilo vindo de seu ômega. Amava ser o alfa de Taehyung, e sentia que havia nascido para aquilo.

O interior de Taehyung pulsava quente ao redor de seus dedos, definitivamente lambuzado o bastante para receber seu nó. As contrações que sentia ali eram como se fossem um grande anúncio daquilo. Era como se o corpo de Taehyung, fisicamente, quisesse demonstrar precisar do alfa. Como se seu corpo chamasse pelo alfa, chamasse por seu nó tanto quanto Taehyung havia chamado com palavras. E aquilo deixava o alfa à beira do delírio. Hoseok sequer fazia mais esforço algum para mover os dedos e abrir Taehyung ali, mas ainda assim ofegava, cabelos pregavam em sua testa e o alfa suava. Porque era quente, porque tudo aquilo era tão quente e simplesmente não aguentava mais. Seu pau estava literalmente latejando para entrar ali. Não dava mais. Realmente não dava mais.

Aconteceu tudo muito rápido, Hoseok tirou os dedos com pressa e Taehyung sequer pôde reclamar pela ausência repentina ou processar o rosnado que escutou, porque em segundos o alfa havia subido novamente e estava com o nariz em sua bochecha, boca arfando quente em sua pele quando, definitivamente, sentiu a ponta do membro alheio deslizando quente na lubrificação da área em que, há segundos atrás, estavam os dedos do alfa.

— Preciso de você, ômega... - Hoseok grunhiu, uma mão segurando o joelho alheio para cima, outra no pescoço do ômega, palavras saindo em um tom grosso e quase rosnado que só fazia o ômega querer obedecer. - Não consigo mais esperar, preciso entrar, agora. - Hoseok empurrou a cabeça de seu pau minimamente contra a área, apenas para fazer Taehyung sentir o que seria o início iminente daquela intrusão. O ômega arfou alto, franzindo o rosto pela sensação, olhos perdidos no teto, apenas para, de forma provocativa e pouco segundos depois, sentir o alfa se afastando novamente. – Acha que aguenta? Hm? Acha que aguenta seu alfa? - Hoseok continuou perguntando , sorrindo safado com lábios em seu rosto.

Taehyung não respondeu na hora, só virou o rosto para Hoseok, com uma mão indo para o queixo alheio. Acariciou o nariz do alfa com o seu próprio, mantendo os olhos entreabertos nos dele, e então assentiu. Assentiu do jeito mais submisso possível, fazendo questão que Hoseok o olhasse bem enquanto o dava aquela permissão que queria.

Enquanto o dava a permissão para, enfim, ser seu primeiro.

Seu primeiro, seu último, e seu único.

— Me tem, alfa. - Taehyung sussurrou, seus lábios roçaram nos alheios. - Eu te aguento. - Taehyung lambeu os lábios em que sussurrava as palavras. - Sou um bom ômega. Vou ser bom para você. Eu aguento meu alfa. Me tem, me tem, Hoseok, me tem.

Hoseok então só o beijou em resposta, estrategicamente engolindo o gemido alto que o ômega quis dar quando o sentiu, enfim, entrando. E pôde até ter conseguido calar sua boca, mas seu corpo ficando tenso, as mãos apertando suas costas e unhas arranhando ali, demonstraram muito bem a reação que o ômegatinha. Hoseok soltou seus lábios, e viu que Taehyung o olhava com olhos estupefatos, como se sequer entendesse nada, ofegando de boca aberta, com rosto franzido e cabelos loiros grudados em sua testa.

— Aguenta mais? - Hoseok perguntou baixinho, terno, nariz se unindo ao de Taehyung, acariciando de leve em seu rosto, tentando ao máximo tirar a mente alheia da dor.

— Tem mais? - Taehyung arregalou os olhos, assustado e segurando nos ombros alheios pela sua vida. Definitivamente sem entender nada.

Aquela dor toda que havia sentido, aquele sentimento todo que o fez quase explodir, gritar e arrancar a pele das costas de Hoseok com as unhas, aquela sensação de todo o seu corpo entrando em chamas apenas por sentir aquela extensão grossa se forçando para dentro de si. Aquele tempo que tinha levado se acostumando com o tamanho para esperar a dor passar minimamente.

Aquilo tudo... e ainda tinha mais?

Taehyung só engoliu em seco, sabendo que chamar pela Deusa não o salvaria ali.

E Hoseok assentiu, sério, porque levava aquilo muito a sério, queria uma resposta, porque não continuaria se Taehyung não aguentasse. Sairia em segundos se o ômega não o quisesse mais dentro.

Taehyung mordeu o lábio, nervoso. Porque tinha doído, sentia seu interior pulsando e querendo expulsar a parte do alfa que já estava dentro. Mas não interessava, definitivamente para seu ômega não interessava, porque por mais que doesse, Taehyung queria mais.

Não tinha chegado até ali para parar. Não tinha corrido e enfrentado alfas assustadores e malucos a noite toda para simplesmente dar para trás no principal momento.

Então Taehyung assentiu para o alfa, engolindo todo e qualquer medo. Assentiu com certeza, sério, e travou a mandíbula.

Assentiu porque era um ômega forte, e aguentaria o que quer que seu alfa tivesse para o dar.

Os rostos estavam a milímetros um do outro e Hoseok recebeu aquele consentimento. Depois, abaixando o olhar para ter a plena visão daquilo que aconteceria, da forma que seus corpos suados se uniriam por completo, não conseguiu segurar o grunhido alto, longo e aliviado que soltou, porque daquela vez, sim, o alfa entrava por completo. Sua extensão inteira, dentro de Taehyung. Era difícil se conter.

Taehyung abriu ainda mais a boca como se fosse possível, olhos arregalando ao mesmo tempo que seu rosto se franziu pela dor daquela invasão por completo, Realmente o alfa não mentia. Definitivamente tinha mais.

Porra, Hoseok era grande, Hoseok era enorme. Taehyung sentia suas pernas tremendo, suas pálpebras da mesma forma, suor escorrendo em sua pele, unhas se agarrando ao corpo alheio como se temesse pela sua vida. Hoseok nem se mexia e Taehyung já sentia que talvez fosse amarelar e desistir de tudo. Precisava de um tempo.

— Porra... - Hoseok não se controlava, suas mechas escuras suadas estavam nas cobertas onde ele apoiava sua testa em uma clara tentativa de se conter. Chiando e mordendo o lábio inferior enquanto se sentia dentro do ômega, tentando se conter de para não morder Taehyung e o tornar seu ali mesmo.- Ômega... Caralho. - Seus lábios proferiram ao voltar o rosto um pouco para encostarem na bochecha de Taehyung, mas olhos fechados ainda perdido naquela sensação de ser abrigado pelo ômega.. Gostas do seu próprio suor caindo das pontas de seu cabelo para o rosto alheio. - Tão apertado... minha Deusa... - Hoseok chiou outra vez, mãos se apertando no corpo alheio Sentia as paredes do ômega, sentia aquelas paredes quentes e úmidas ao seu redor, tentando expulsá-lo por ser um corpo estranho repentino e nunca antes sentido, mas definitivamente sem sucesso. Porque Hoseok queria ficar. Hoseok iria ficar. - Tão apertado pra mim, ômega. Puta que pariu.

Quando voltou a si minimamente depois daquela sensação inicial para olhar para Taehyung, ainda ofegante e se contendo para não falar mais obscenidades do que devia, percebeu a expressão e a forma como o ômega franzia o rosto.

— 'Tá tudo bem, ômega? Quer... que eu pare? - Hoseok se alarmou um pouco, porque a expressão de Taehyung claramente demonstrava algo intenso. Seus cabelos loiros grudavam em sua testa, bochechas estavam vermelhas, olhos lacrimejavam e pálpebras tremiam querendo se fechar. Hoseok só não sabia se aquilo denunciava uma intensidade ruim ou boa.

— 'Tá sim... - Taehyung assentiu, buscando o olhar do alfa como um bote salva-vidas, com pressa para assegurá-lo de que tudo estava bem, segurando na nuca alheia como uma forma de segurança. Era um ômega forte. Seria um ômega forte para seu alfa. Hoseok estava ali. Hoseok era seu alfa e estava ali. Tudo ficaria bem. - Só... - Taehyung continuou assentindo, respirando longo e forte como se preparando para o que viria, olhos sem sair dos de Hoseok por um segundo sequer. Corpo ainda se acostumando com aquela presença nova. - Calma. Calma. - Taehyung sussurrou, apertando mais sua nuca, olhos enormes lacrimejantes, para os quais Hoseok nunca conseguiria dizer não. - Só... só me beija, me beija, alfa. Faz a dor passar.

Taehyung pediu para ser beijado. Seu ômega. Seu ômega o pedia um beijo daquele jeito submisso e dengoso. O alfa nunca teria chance alguma contra aquilo, então o beijou. Fez o que Taehyung queria, porque sabia que era o que iria fazer, ali e para o resto de sua vida. Tudo pelo seu ômega. Tudo.

O primeiro contato dos dois então foi sentido daquele jeito, intensamente ao início, mas logo amenizado por um beijo terno, carinhoso e longo enquanto o ômega se acostumava com aquela sensação nova, com a forma que todo o seu corpo reagia àquilo. Após alguns segundos sendo beijado de forma doce e paciente pelo alfa, com língua, calma e ternura, sentindo seu próprio interior se amoldar àquele membro grande dentro de si, o preenchendo tanto, Taehyung começou até a se acostumar com a sensação.

As mãos de Hoseok apertaram seu corpo, suas línguas deslizavam úmidas uma contra a outra, Taehyung gemeu de prazer e apertou o alfa de volta, sentindo fogo o consumir da cabeça aos pés.

E não era nada mal.

A língua de Hoseok fazendo movimentos lascivos e pecaminosos, os dentes lupinos do alfa mordendo seus lábios travessamente entre aqueles beijos, os sorrisos afetuosos e até constrangidos trocados entre os dois no meio dos beijos com certeza estavam ajudando ao ômega se sentir um pouco mais... confortável com aquilo.

Confortável, para não dizer extremamente excitado.

— Isso é bom... - Taehyung sussurrou entre um dos beijos, sorrindo e apertando mais os dedos na nuca alheia, como se se animasse. Adorável. - Isso é muito bom.

Taehyung tinha certeza daquilo, falava porque tinha certeza. A forma como seu próprio pau duro pingava em sua barriga e seus quadris queriam começar a mexer de novo deixavam aquilo bem evidente.

— É? - Hoseok perguntou, interessadíssimo naquela mudança de postura do outro. De tensão para lascívia. Um sorriso safado apareceu nos lábios do alfa quando segurou a cintura alheia e trouxe Taehyung mais para perto, movendo seu pau um pouco mais pra dentro num movimento repentino antes de continuar. - Gostou do pau do alfa, Taehyung? É isso?

Taehyung gemeu abrindo mais os lábios antes de assentir. Fervorosamente e ansioso. Porque gostava, e definitivamente gostou de como o alfa conseguiu ir ainda mais dentro.

Queria mais.

— Se mexe... se mexe, alfa. - Taehyung continuou assentindo, toda a permissão do mundo já expressa naquele olhar. - Eu... eu quero mais.

Taehyung não precisou pedir duas vezes. Hoseok mordeu o lábio para segurar um rosnado antes de apertar mais a cintura alheia e pegar um impulso para finalmente começar a se mexer.

A partir dali, Taehyung que orasse para a Deusa. Porque na primeira estocada os olhos do alfa já mudaram de cor, e definitivamente não tinha mais volta.

— Porra, Taehyung... seu... porra. - Hoseok grunhiu e apertou mais a cintura fina, sendo sua vez de delirar um pouco e fechar os olhos em prazer quando começou a deslizar o pau para dentro e fora da entrada lubrificada do ômega. - Tão molhado, tão apertado. - Hoseok se concentrava, se concentrava em cada sensação, porque queria sentir tudo, queria se sentir adentrando cada centímetro daquilo que era seu. - Porra, perfeito, ômega, você é perfeito.

Hoseok sussurrava em prazer, seu rosto em cima do do outro. E Taehyung só assentia a cada um daqueles elogios, recebendo eles completamente satisfeito, sentindo o pau alheio em si repetidamente, ainda que de forma inicialmente lenta.

Parecia até irônico. Taehyung simplesmente esquecia da dor quando o sentia daquela forma, quando o sentia ir fundo, fundo. O preenchendo completamente. Da quarta para a quinta estocada do alfa, o resquício de tensão no rosto de Taehyung mudou, algo aconteceu. Algo mudou dentro do ômega. Seus olhos adquiriram uma lascívia diferente. O ômega mordeu o lábio, a expressão havia ido de uma um tanto incomodada para outra, outra mais travessa aparecendo para receber o alfa. Para receber seu alfa.

Do mesmo jeito que o lobo de Hoseok deu às caras, aquilo ali representava o de Taehyung, que definitivamente também havia chegado.

Taehyung, ao sentir aquele pau indo e vindo, ao se sentir vazando, sentir cada vez mais aquele líquido quente encharcar as cobertas e o meio de suas pernas. Ao escutar os sons molhados da invasão sentida, os sons de alfa de Hoseok e o suor dos cabelos alheios salgando seus lábios, definitivamente percebia o quanto era bom ter um alfa dentro de si.

Porra. Graças à Deusa tinha apresentado.

Que bom que Ela havia escutado suas preces, porque ser ômega era muito, muito bom.

Agora entendia a anatomia. Agora Taehyung entendia aquilo de alfa e ômega. Dos corpos serem completamente compatíveis e divinamente feitos um para o outro, tudo aquilo que era ensinado desde filhote.

Agora definitivamente entendia porque Jimin e Jungkook faziam aquilo o tempo inteiro. Porque era bom. Sexo era muito, muito bom. Taehyung tinha gostado daquilo. Taehyung tinha amado. Provavelmente viraria sua atividade favorita para sempre. Seu novo hobby favorito. Sequer tinha acabado e Taehyung mal esperava para fazer de novo.

— Mhmmm... - Taehyung gemeu, mãos indo do pescoço alheio para deslizar as unhas nas costas do alfa enquanto Hoseok continuava com o ritmo. Olhos do ômega se revirando enquanto se deixava sentir aquilo por completo. - Tão grande. Tão grande, alfa-a-a-a-a-

E Taehyung continuou, as sílabas cortada por cada vez que Hoseok estocava dentro de si ritmo aumentando, a fricção úmida, lubrificada e quente se intensificando. Gotas de suor do alfa caindo em sua pele. Grunhidos graves e deliciosos embalados por um rosnado soando em seu ouvido.

O ômega abraçou mais os braços nas costas do alfa jogou a cabeça pra mais para trás, arqueando o pescoço ao revirar mais os olhos. Porque Taehyung transcendia. Transcendia enquanto se deixava receber Hoseok ali, de novo e de novo e repetidamente, como se tivesse nascido para aquilo. Como se tivesse nascido para levar o pau de Hoseok, e nada mais.

Se era esse o destino que a Deusa queria para si, de levar o pau daquele alfa até o resto da vida, poderia ter falado antes. Não precisaria nem de muito convencimento, poderia ter começado com aquilo, Taehyung aceitaria de bom grado e muito nervosismo e complicação na história dos dois teriam sido poupados.

— Você gosta, né, ômega? - Taehyung, com pálpebras tremendo e olhos perdidos de ser fodido daquele jeito, olhou para Hoseok quando este reivindicou sua atenção o segurando pela nuca. - Gosta, né, porra? - Hoseok sorria, malandro, e Taehyung também percebeu exatamente o segundo exato em que a expressão do alfa, que até ali era apenas de cuidado e preocupação, virava alguma coisa diferente. Bem diferente. - Gosta do pau grande de um alfa, né? Mal apresentou e já ama dar desse jeito. - O alfa apertou suas bochechas, bruto e safado, e o ritmo em que o fodia aumentou. - Nem parece virgem levando assim, porra... ômega sujo, ômegazinho safado do caralho. Puta que pariu.

— Não para, não para. - Taehyung, que segurava o pescoço alheio, apertou mais forte, ofegante e necessitando mesmo que o alfa falasse atrocidades, sem ligar para nenhuma delas, não quando levava pau daquele jeito, de repente como se fosse a coisa mais fácil do mundo, como se não doesse nada. - Não para, alfa.

— Não para, é? - Hoseok sorriu, mas obedecia o outro, não diminuindo a velocidade um segundo sequer. De repente a cabeceira da cama começou a bater contra a parede. E Taehyung arregalava os olhos, ia explodir de tão bom que aquilo ficava. O alfa o deu um beijo repentino, engolindo sedento o gemido alheio e o tomando para si porque era seu, porque todos os gemidos de Taehyung, a partir dali, seriam seus. Hoseok grunhiu de prazer ao soltar os lábios alheios. - Safado pra caralho mesmo... porra, quem diria... virgem e já viciado em pau, mas só do seu alfa, né? Só do seu alfa.

— Hoseok... - Taehyung mordeu o lábio para segurar o gemido, olhos querendo revidar pela milésima vez, mas o alfa não permitiu, o segurou pelas bochechas e reivindicou sua atenção para si. Taehyung já estava em outra dimensão, mas Hoseok ainda tinha muita coisa em mente. Não estava nem perto de acabar.

— Só do seu alfa, né, Taehyung? - Perguntou, numa voz quase rosnada e autoritária, apertando mais as bochechas alheias. - Fala. Fala pra mim. Fala pro seu alfa. Fala pro seu alfa que você só fica estúpido por pau assim quando é com esse aqui metendo.

— Aham, aham. - Taehyung, completamente, submisso, só assentiu, repetidamente. Porque assentiu e confirmaria qualquer coisa que o alfa quisesse se ele continuasse estocando aquele pau enorme para dentro. - Só do meu alfa. Só do meu alfa. Hoseok, minha... minha Deusa.

— Quer meu nó? - Hoseok encostou a testa na do outro, chiando aquela pergunta de uma forma até doce, suor caindo de suas mechas, Taehyung só abria mais suas próprias pernas como se quisesse de alguma forma o receber melhor. Talvez fosse um ômega sujo mesmo, foda-se. - Quer? Quer o nó do alfa?

— Aham, aham, aham... - Taehyung respondia, repetidamente, só assentindo a tudo o que o outro falava, mãos incertas e inquietas sem saber se se mantinham nas costas alheias ou se agarrando aos lençóis para descontar o prazer, então manteve uma em cada lugar.

Sequer tinha consciência de quais palavras saíam de sua boca, só sabia que o pau daquele alfa o atingia tão fundo que podia sentir em suas entranhas, era como se de algum jeito chegasse a crescer dentro de si cada vez mais, como se sequer fosse possível. Porqu ao olhar levemente para baixo o ômega podia jurar que conseguia ver a pele da sua barriga revelando uma protuberância com o formato fálico certinho aparecendo e desaparecendo de si. Taehyung arregalou os olhos, seus lábios se abriram surpresos. Hoseok estava literalmente o partindo ao meio e Taehyung delirava vendo aquilo. O estímulo visual foi um pouco demais. Ia desmaiar, Taehyung ia desmaiar de tanto prazer.

Ia morrer levando pau, e depois que desse um jeito de explicar pra Deusa, na outra dimensão, como aquilo tinha acontecido.

— Alfa, alfa... - Taehyung gemeu, abrindo mais a boca num arfar tanto de surpresa quanto de medo por ter visto aquela cena, e um gemido de prazer por causa do exato mesmo motivo, olhos surpresos voltando para os de Hoseok. - Minha Deusa... tão fu-u-u-undo, a-a-a-alfa-a-a.

As sílabas saíram partidas, de novo. E Hoseok sorria em resposta, sorria porque se deliciava com aquilo. Ver Taehyung sendo fodido até ficar completamente estúpido daquele jeito, perdendo qualquer capacidade de comunicação e de falar frases sequer coerentes. Com unhas arranhando suas costas, necessitadas. Gemidos cortados pela força de suas estocadas fortes.

Se Taehyung se sentia sendo partido ao meio, Hoseok, do outro lado, conseguia sentir seu pau bagunçar todo o interior do ômega, se sentir tirando tudo de lugar. Eliminando todo e qualquer resquício de pureza e virgindade que ainda existia no corpo daquele ômega. Tomando tudo para si, porque foda-se, era tudo seu. Tudo era de Hoseok. Hoseok era seu alfa, tinha lutado por aquele ômega e vencido, agora aquilo tudo era seu. Só seu. A pureza e a virgindade de Taehyung lhe pertenciam inteiras, e Hoseok desfrutava delas como se fosse a porra de um banquete.

— Se quer, pede, ômega... pede pro seu alfa. - Hoseok apoiou uma mão na cabeceira da cama para o foder ainda mais forte, segurando Taehyung na cama quase que suspenso pela cintura, com tanta facilidade como se ele fosse um leve saco de bolas de algodão. O ômega se segurou também na cabeceira como se aquilo ali fosse o ajudar, mas não adiantava nada. Taehyung escutou o rosnado autoritário alheio quando o alfa repetiu.- Pede, pede o nó do seu alfa como um bom ômega, Taehyung. Pede pra mim.

— Quero... - Taehyung deixou a cabeça tombar suspensa quando proferiu num sussurro, fios loiros deslizando no tecido da cama. Uma mão segurando na cabeceira atrás de si e outra arranhando as costas do alfa ao ponto de fazer marcas, olhos perdidos se revirando tanto que o ômega não tinha certeza se algum dia as orbes voltariam ao lugar. - Quero teu nó, alfa. Tão gra-a-a-ande... tão fu-u-undo. - Taehyung mordeu os lábios, safado, espremeu os olhos e àquele ponto literalmente se fodia ao mesmo tempo que era fodido, corpo indo e vindo naquele pau enorme, pegando impulso pela sua mão na cabeceira, como se fosse a única coisa que soubesse fazer no mundo, como se fosse um profissional. - Eu quero. Quero teu nó, eu quero.

E percebendo aquilo Hoseok sinceramente jogou tudo pro alto. Porque foda-se, aquele ômega era tão safado que sinceramente não teria mais qualquer cerimônia em falar todas as obscenidades que seu alfa o induzia a falar.

— Vou te dar, vou te dar meu nó. - Hoseok proferiu quando, ergueu mais o ômega pela cintura e começou a basicamente rosnar as coisas mais absurdas do mundo no ouvido alheio enquanto o fodia. - Porra, Taehyung, o alfa vai te dar um nó tão grande que você vai sentir nas suas tripas, caralho. - Deu uma estocada maior, e aquela ali, deixou Taehyung sentir, pausando bem quando atingiu o mais fundo que podia, segurando Taehyung e o mantendo empalado em seu membro. O ômega arregalou os olhos em surpresa, se segurou mais na cabeceira como se de algum jeito fosse ajudar, não ajudou. - Vou te dar um nó tão forte que vou te prender com ele aqui, vou te prender no meu nó pra você não sair mais nunca, Taehyung. Assim, porra. - Estocou de novo, o segurando mais contra si, mais forte ainda que a vez anterior. Taehyung segurou na cabeceira pela sua vida, sentia que ia explodir. Hoseok ia literalmente o partir ao meio e não sobraria nada. - Te manter aqui preso no meu nó pra sempre, porra... pra alfa nenhum nunca mais olhar pra você. - Hoseok estocou uma terceira vez, e daquela Taehyung sentiu todos seus orgãos se desorganizando dentro de si. O alfa segurou o ômega pelo pescoço para, mesmo que completamente fodido e perdido em estímulo, olhasse bem em seus olhos enquanto falava aquela última vez. - Pra alfa nenhum nunca mais olhar pro que é meu, nunca mais olhar pro que pertence a mim. Entendeu, Taehyung? Você é meu, porra, todo meu, todinho meu.

— Seu, seu, seu... - O ômega confirmava, confirmava tudo o que o alfa falava com olhos fixos nos vermelhos e intensos dele, porque sabia que era verdade, não tinha mais como negar aquilo.

A cada vez que Hoseok metia forte, voltando ao ritmo mais rápido, Taehyung só sentia o poder daquelas afirmações se gravando em seu corpo. Taehyung não pertencia a Hoseok somente porque o alfa o tinha pegado na corrida. Taehyung pertencia a Hoseok porque o alfa o fazia seu. O tomava. Consumava a vontade da Deusa ali e o fazia seu, selando cada promessa com estocadas fortes. Não queria que sobrasse uma parte sequer de Taehyung que não fosse alcançada, não queria uma parte sequer de Taehyung que não soubesse daquilo. E Taehyung tinha que se esforçar para acompanhar aquilo sem que sua alma saísse do corpo. Proferindo aparentemente a única palavra que seus lábios conseguiam e queriam falar naquele momento. E a única palavra que importava para aquele alfa maluco.

— Isso. Isso. - O alfa assentiu, grunhindo e mordendo o próprio lábio pelo esforço de segurar o próprio prazer, queria gozar, mas não diminuía o ritmo um segundo sequer. - Só isso que você vai falar pra mim agora, entendeu? A partir de agora você só abre essa sua boca teimosa pra falar que é meu, ômega.

— Seu... - Taehyung assentiu, uma mão nas costas suadas alheias foi para o rosto do alfa num gesto doce e terno. Assentindo e gemendo e respirando forte pela boca porque era muito, o estímulo era muito. Taehyung estava assustado com tudo o que sentia e seus olhos buscavam no rosto do alfa como uma espécie de conforto, por saber que tudo vinha dele. Conforto, certeza, calma, amor. Tudo vinha dele e tudo ficaria bem. -Seu... sou seu, seu. Todo seu. - Continuou assentindo.

— Vai apresentar pra mim pra receber meu nó? - O alfa perguntou, uma mão tirando mechas encharcadas da testa alheia num gesto também terno, um olhar que pareceu até mais doce ao mesmo tempo que sádico, a voz um pouco manhosa. Hoseok deu um beijo na têmpora suada de Taehyung antes de continuar sussurrando na orelha do ômega, o que contrastava com o fato de que ainda fodia sem pena nenhuma. - Hm? Vai apresentar pra mim, Taehyung? Vai ficar de quatro e receber meu nó como um bom ômega? Seu alfa merece?

— Sim. Sim. Si-i-i-m. - Taehyung assentia, sempre fervorosamente, porque queria aquele nó. Queria apresentar para aquele nó. Era o que o ômega dentro de si o urgia a fazer. Não sabia como era. De que tamanho era. Se o faria explodir ou morrer ou mesmo ficar ali preso pra sempre, mas não importava, porque já tinha entendido que enquanto era fodido daquele jeito, diria sim a qualquer coisa que o alfa falasse. Taehyung se agarrou mais e arranhou as costas alheias revirando os olhos mais uma vez ao deixar a cabeça pender pelo prazer de ser invadido daquele jeito. - Sim, sim, sim, alfa.

O ômega nem sabia mais o que falar. Palavras como "seu", "sim", "nó" e "mais" eram aparentemente as únicas que haviam sobrado em seu vocabulário e ele simplesmente as deixava sair, em gemidos, sussurros, gritos. Palavras indo para o ar abafado e sujo daquele quarto, repetidas como um mantra. Porque quando aquele alfa o fodia daquele jeito virava um filhote analfabeto e sem qualquer capacidade cognitiva. E o pior de tudo era que Taehyung amava.

Quando achou que falharia Hoseok gozando antes mesmo de receber o nó, Taehyung de repente se sentiu vazio. Se sentiu vazio e de repente não havia mais protuberância alguma em sua barriga. Taehyung não gostou nada daquilo, mas não teve muito tempo de reclamar.

— Apresenta. - O ômega estava na cama apoiado com os cotovelos quase cedendo, tentando decifrar Hoseok ali enquanto recuperava a visão, porque na verdade estava tão fora de si que pareciam ter três Hoseoks à sua frente. O alfa masturbava aquele pau enorme ajoelhado na sua frente, e não tinha sido um pedido, tinha sido uma ordem. De alfa para ômega. - Apresenta pra mim, ômega. Agora. Meu nó 'tá vindo.

Taehyung, ofegante, suado e confuso, olhou para o tamanho de Hoseok e arregalou os olhos, soltando um arfar quase assustado quando se apressou para se virar logo de costas e ficar de quatro, reunindo toda a força que ainda tinha em suas pernas trêmulas para fazê-lo. Se apressou porque se olhasse por mais alguns segundos para o tamanho do pau de Hoseok na iminência do nó, só havia duas opções: ou desmaiaria, ou desistiria.

Era melhor não olhar. Definitivamente, era melhor não olhar.

Taehyung ergueu o quadril, deslizou as palmas das mãos pelo tecido macio e abaixou seu torso fazendo-o se unir à cama. Sua bochecha se unindo contra os lençóis. Coração rápido, ansioso, e entrada pulsando lubrificação pela falta daquilo que o estava preenchendo há tanto tempo.

O ômega de repente sentiu as mãos alheias acariciando suas bandas e estremeceu. Hoseok tomando todo o tempo do mundo para fazer aquilo, como se, ao contrário de Taehyung, não tivesse pressa alguma.

— Tão lindo. - Hoseok disse, chiando e rosnando de prazer. Porque era demais. O estímulo visual era absurdo. Seu alfa ficava completamente descontrolado por ter seu ômega finalmente apresentando para si de forma tão submissa. - Perfeito, ômega, tão perfeito. Perfeito pra mim. Vai receber meu nó tão bem. Meu ômega vai receber meu nó tão bem.

O ômega mordeu o lábio ao sentir o alfa o endireitando na posição que melhor entendeu, depois fechou os olhos em prazer ao sentir as mãos alheias deslizando das suas bandas para pararem ao redor de sua cintura, apertando forte, ainda rosnando de prazer.

— Muito bem, muito bem ômega. - Hoseok assentia, acariciando Taehyung ali como se o desse um agrado, mãos doces e cuidadosas deslizando em sua cintura e costas suadas, o fazendo quase ronronar com o rostinho cansado deitado nas cobertas. As mãos voltaram para as bandas alheias, e Taehyung arfou no susto de sentir outro dedo entrando em si, daquela vez, sem aviso algum, sem dificuldade nenhuma. - Acha que aguenta, Taehyung? Aguenta o nó do seu alfa? - Perguntou, sorrindo ao perceber como o ômega se destruía só com aquele dedo se mexendo ali de novo.

— Por favor... - Taehyung espremeu os olhos de vergonha ao falar baixinho, assentindo e erguendo o quadril no dedo alheio, fazendo o alfa rosnar de desejo. Hoseok não aguentaria mais ficar provocando. Foda-se.

— Gostoso, gostoso pra caralho. - O alfa chiou grunhindo as palavras ao tirar o dedo de uma vez e envolver Taehyung pela cintura, encostando seu torso nas costas alheias enquanto alinhava seu pau com a área que pulsava vazia. Lambeu o suor do pescoço e do ombro alheio, beijando e rosnando ali. Taehyung tremia, se o alfa não o segurasse no lugar, cederia naquela cama com certeza. - Porra, Taehyung, você é perfeito. - Hoseok enfim entrou, lentamente e novamente, dentro do outro. Sorrindo mais, grogue e perdido, a cada centímetro que deslizava para dentro. Úmido, molhado, quente. Perfeito. - Perfeito, Taehyung. Feito pra mim. Todo meu. Só meu - Mais um beijo terno na têmpora suada, facilitando aquela intrusão para o outro ao sussurrar palavras doces em seu ouvido. - Meu ômega obediente. Meu ômega bonzinho. Meu. meu. Deusa-Lua fez pra mim. Tão lindo. Meu ômega perfeito. Meu.

Taehyung derretia mais na cama a cada elogio, ainda que o pau enorme o invadisse estocando de novo, ele sequer sentia qualquer dor. Pelo contrário, seu ômega ronronava de dengo, ego amaciado por finalmente ser bom pro seu alfa, do jeito que sempre quis ser. Se antes, encontrava obstáculos dentro de si, ali não, não mais.

Era um bom ômega para Hoseok. Era sim e tinha orgulho daquilo. Sentia a extensão o preenchendo novamente e chegava a sorrir contra os lençóis. Taehyung sorria. Estava sendo fodido e reduzido a basicamente nada há tanto tempo que sinceramente tinha perdido noção de dor, simplesmente sorria, aéreo e nas nuvens ao receber Hoseok em si, de novo e de novo e de novo. Com aquele alfa rosnando, o fodendo, o elogiando, o colocando no topo do mundo e o falando absolutamente tudo o que queria escutar, Taehyung sorria, língua no céu da boca, pálpebras cansadas e caídas, lacrimejando. Arfando e gemendo baixinho a cada nova estocada do alfa em si

— 'Tá sentindo? - Hoseok perguntou, olhos baixos e sorrindo safado, caninos roçando na orelha alheia quando uma mão pegou a do ômega para a colocar na sua própria barriga. Taehyung abaixando a cabeça e olhando para o local, mordendo o lábio porque agora não podia apenas ver a protuberância formada, mas também a sentir, indo e vindo, completamente intrusa em seu corpo. Sentir aquele pau enorme indo tão fundo que quase o rasgava pela barriga e saía para fora. Era surreal. Era divino. Taehyung não conseguia parar de olhar. - Sente, sente seu alfa, Taehyung. - Hoseok rosnava, pau entrando e saindo com força, ofegando e suando mais do que antes. Ficando tão afetado quanto o outro. - Sente. Sente aqui. - Apertou mais a mão alheia onde estava. - Sente aqui onde eu vou te encher de porra, encher de semente, sente onde eu vou te encher de filhote, ômega. Te dar uma ninhada inteira aqui mesmo, porra, pra você nunca mais esquecer.

— Hoseok, pela De-e-e-eusa-a-a. - Taehyung espremeu os olhos, não sabendo se só corava ou simplesmente se escondia naquela cama por ter aquelas atrocidades faladas em seu ouvido. Uma mão ainda esticada se apoiando na cabeceira como podia, logo abaixo da do alfa. As outras mãos unidas no ventre alheio, Taehyung sentindo aquele inchar, inchar, inchar.

— Caralho, caralho ômega. - Hoseok apoiou a testa suada no ombro alheio, grunhindo, chiando e suando, ritmo cada vez mais desordenado. Seu nariz se esfregou lá, e Taehyung sentiu os lábios beijando sua pele mais uma vez. A mão do alfa apertou mais seu ventre como se o empurrando mais contra si, como se movendo Taehyung para a direção em que seu pau ia, mais forte, mais rápido, e cada vez maior. - 'Tô vindo, caralho, meu nó 'tá vindo. Taehyung, porra... 'tô vindo. Agora. Agora. Meu nó 'tá vindo.

Taehyung abriu a boca sentindo o tamanho que o pau alheio já estava, inchado dentro de si, e abriu mais ainda, arregalando os olhos ao perceber que, da última vez que saiu de si, pelo tamanho grosso que estava, a extensão quase não conseguiu passar novamente pelas paredes que antes percorria com facilidade, grande demais. O alfa teve literalmente que ter a ajuda do impulso que pegou na cabeceira e da sua mão no ventre de Taehyung para conseguir fazer passar aquilo por ali. Taehyung nunca gemeu tão alto na sua vida, gemeu alto num grito que deve ter chegado até a Deusa. Porque doeu, puta que pariu, doeu. Suas unhas descascaram desesperadas a madeira da cabeceira e fizeram barulho de lascas saindo.

Tudo ficou branco. O nó de Hoseok inchou dentro de si. A protuberância ficou maior do que qualquer vez antes e, enfim, perene em seu interior. Escutava o rosnado e o grunhido alto daquele alfa gozando e apertando mais seu corpo, mas tudo parecia barulho de fundo, quase que distante. Taehyung não sabia sequer onde estava, tremia, se perguntava se estava vendo o paraíso da Deusa ou o inferno das almas decaídas diante dos seus olhos. Sentia o alfa jorrando em si, preenchendo completamente cada mínimo centímetro de seu ventre, o deixando cheio, o consumindo por completo, como se a porra começasse a fazer parte do seu próprio organismo.

Ali, já era, estava acabado. Taehyung já tinha passado para outra dimensão e ultrapassava o limite do prazer. Via estrelas e a lua, via o paraíso e o inferno. Era absurdo.

— Hoseok, alfa... - Taehyung sussurrou em delírio, orbes perdidas sem saber sequer para onde iam. Uma de suas mãos fori para trás acariciar os cabelos do alfa que rosnava animalesco beijando seu ombro e seu pescoço, ele próprio se deleitando do prazer que tinha por finalmente ter seu nó dentro de Taehyung, jorrando em Taehyung.

— Meu... - Hoseok sentia seu nó pulsando quente, transcendendo assim como o outro. Pálpebras baixas e anestesiado em prazer. Beijou a têmpora de Taehyung, acariciando o nó na barriga alheia com calma, tomando seu tempo porque finalmente tinha acontecido, finalmente tinha acontecido. - Meu. - Hoseok repetiu, movendo o beijo da têmpora para o ombro, fazendo Taehyung arrepiar mais. - Só meu, ômega. - Hoseok continuou a repetir, abrindo os lábios e roçando os dentes em pele, indo dali para a dobra entre o pescoço e o ombro, dentes se posicionando bem na glândula alheia. - Meu, meu, meu... - Os olhos do alfa ficaram mais vermelhos e ele rosnou com os dentes ali outra vez, num tom gutural, rosnado e diferente de qualquer coisa que o ômega já tinha ouvido em sua vida. A última palavra proferida não foi diferente. Hoseok selava seu destino, selava o destino de ambos. - Meu.

Hoseok abriu os lábios num rosnado, seus caninos apareceram, mais afiados do que nunca.

Taehyung não precisou ouvir "meu" mais uma vez. Porque já sabia que era, e aceitava que era. Fechou os olhos e moveu o pescoço pro lado, submetendo, se oferecendo, preparado para o que vinha. Porque sabia que era seu destino.

E então Hoseok mordeu.

Dentes perfuraram a pele. O braço inteiro do alfa envolveu sua cintura apertando o corpo do ômega contra si. Sangue escorreu, se unindo à lubrificação no ato de manchar os lençóis já encharcados. Dor veio, e logo depois foi embora, mas depois veio de novo. Assim como os flashes de branco vinham na visão do ômega atordoado. Taehyung sentia todo o seu sangue começar a borbulhar dentro de si. Sentia Hoseok o tomar por inteiro, completamente por inteiro, como sempre foi para ser.

Como a Deusa sempre quis. Como Taehyung sempre quis.

Depois daquilo, a visão de Taehyung foi de embaçada e confusa para inexistente.

E tudo ficou branco.



🌕



Taehyung suspirou. Com olhos fechados. Suspirou bem fundo, do jeito que sua mãe o havia ensinado quando era mais novo. Ar entrando por lentos segundos, ar saindo por longos segundos. Tentando acalmar seu coração que queria sair pela garganta.

Seus olhos se abriram e o ômega se viu no lindo espelho da penteadeira, decorada em dourado e branco assim como a veste tradicional em forma de quimono que usava. Seda branca com detalhes dourados delineando flores e folhagens por todo o tecido. Havia tatuagens delineadas, dessa vez em dourado, indo de seu antebraço até cada ponta de seus dedos. Seus lábios tinham sido levemente retocados com cereja, e poucas linhas finas em dourado também delineavam seus olhos caramelo. Os cabelos loiros estavam um pouco bagunçados de tanto tentar endireitar a coroa de gipsofilas que nunca parecia ficar no lugar.

Taehyung bufou irritado com aquilo, bico formado nos lábios concentrado demais em falhar naquela missão para perceber a presença nova no ambiente.

Bem, as duas novas presenças.

— Quer ajuda? - Jimin estava grávido, bem grávido, e segurava a própria barriga ao abrir a porta do quarto em que Taehyung estava. Com quatro meses de gravidez, a barriga que antes sequer era vista, agora já conseguia ser com muito mais facilidade. Poucas eram as roupas que ainda lhe cabiam.

Taehyung sorriu levemente para o amigo, corpo todo aliviado por sentir a presença dele ali. Cheiro de amoras acalmando seu ômega. Assentiu, tímido e discreto, suas mãos desistiram, descendo e descansando em seu próprio colo.

Não precisou falar mais nada. Com Jimin, nunca precisava.

Jimin chegou por trás do amigo, e olhando pelo espelho começou a endireitar a coroa de flores, arrumando os cabelos que Taehyung havia bagunçado e deixando o as mechas no lugar, loiras e sedosas coroadas com as flores brancas, contrastando com a sua pele amorenada e suas roupas tradicionais. Jimin acariciava as mechas da franja de Taehyung para atrás das orelhas do amigo quando suspirou, olhando para a cena no espelho. Um sorriso terno e feliz para a imagem que via.

— Lembra algum tempo atrás? - Perguntou. - Quando era você ajeitando meu cabelo, e me dizendo todo teimoso que ninguém nunca ia querer você?

Taehyung bufou num pequeno riso. Lembrou, lembrou bem. O coração chegava a se apertar lembrando de todas as coisas que pensava sobre si mesmo naquela época, suas convicções e sua desesperança em suas próprias virtudes. Em tudo o que sentiu e tudo o que sentia antes de... bem, de tudo acontecer. Antes da Deusa simplesmente virar toda sua vida de cabeça pra baixo.

Ali, parecia que tinha passado uma eternidade.

De alguma forma, às vezes queria voltar no tempo e abraçar aquele Taehyung, abraçar aquele Taehyung que tinha tanta certeza que nunca teria nada, e o dizer para se acalmar, porque um dia teria tudo. Tudo aquilo que sempre sonhou, na verdade bem mais, bem mais do que sonhou.

Taehyung sorriu, olhos baixos e bochechas vermelhas, dedos brincando no grande e belíssimo círculo forjado em ouro que decorava seu anelar. Taehyung sempre se pegava olhando para aquilo como uma forma de se sentir mais seguro, de se lembrar de que aquilo ali era realidade. Não era sonho, por mais que parecesse tanto.

— Pois é... - Jimin não precisou de uma resposta verbal para saber o que o amigo pensava. - E agora olha só... sou eu que 'tô aqui, te preparando para sua cerimônia. Do jeitinho que você me preparou pra minha, lembra? - As mãos do amigo foram para os seus ombros, apertando lá, Taehyung o olhou ainda sorrindo, olhos lacrimejando porque lembrava, como lembrava. - Eu sempre soube que as coisas iam acontecer pra você, Tae. Você nunca acreditou, mas eu acreditei. E olha... olha onde a gente tá agora.

Taehyung suspirou ao assentir, mão indo até a do amigo em seu ombro, olhos sinceros se encontrando pelo espelho. Jimin também estava lindo, vestes tradicionais em azul claro que combinavam e ressaltavam seus olhos e pele leitosa. Aquele olhar significou muito, aquelas palavras de Jimin significavam muito.

Porque, de fato, Taehyung nunca acreditou nem em um milhão de anos que aquilo fosse acontecer. E mesmo que sempre tivesse tido fé e cogitado possibilidades, com certeza nenhuma das possibilidades chegaria sequer perto do sonho que estava vivendo desde que havia voltado da corrida.

Hoseok era o seu alfa. O melhor alfa do mundo. A ligação tinha sido formada na corrida de inverno e abençoada pela Deusa, com fertilidade e prosperidade. A marca enorme e ainda em processo de cicatrização no seu pescoço, mesmo que fizessem meses, o fazia lembrar daqueles dias como se tivessem sido ontem.

De tudo o que viveu, tudo o que sentiu. Medo, angústia, nervosismo, ansiedade, mas também proteção, prazer, amor, muito amor.

Muito, muito amor, muito mesmo.

Agora, após meses de preparação e organização, estavam prontos para celebrar a sua união na frente de família e amigos, e para receber a benção da Deusa uma segunda vez. Prontos para finalmente serem parceiros cruzados.

Coisa que, bem no fundo, ambos sabiam que já eram. Independentemente de qualquer cerimônia.

— 'Tão prontos? - Jungkook perguntou, batendo na porta, todo lindo. Taehyung o amava, tanto quanto amava Jimin. Roupas tradicionais em cor azul escuro que caíam bem no alfa de olhos grandes e atentos. Jimin sorriu colocou uma mão em sua barriga grávida assim que viu seu alfa, e Taehyung achou aquele simples ato muito bonitinho.

— Sim, só 'tava terminando de arrumar ele. A gente já vai. - Assentiu, se virando para o amigo novamente, segurando seus ombros. - 'Tá pronto?

Taehyung sorriu para Jimin pelo espelho, sentindo um embrulho estranho em sua barriga, sua respiração já começando a ficar um pouquinho forte de novo. Nervoso e ansioso, mas do melhor jeito possível. Amava aquela sensação, na verdade.

Porque mal podia esperar para sair daquela cabana em direção daquilo que seria eterno. De sair de lá para o seu para sempre, tão, tão merecido.

— Faz tempo, Jimin... - Taehyung assentiu, olhando para o outro pelo espelho, sabendo bem que o amigo entendia o que estava falando. - 'Tô pronto faz tempo.

Segurando uma placa de madeira decorada com o nome da mãe de Taehyung e suas datas de nascimento e morte, porque sabia que Taehyung iria a querer ali naquele momento, Jimin foi quem caminhou até o altar com Taehyung.

Bem, Jimin, a mãe de Taehyung, e a pequena Eunji em sua barriga.

Taehyung pensou que não podia estar melhor acompanhado. A música tocava suave pelo jardim. A primavera havia chegado, mais linda do que nunca. Como se a Deusa a tivesse preparado bem, tomado seu tempo fazendo dela a mais bonita exatamente para aquele momento. O céu estava azul e sem nuvens. O jardim estava deslumbrante, decorado com flores brancas por toda parte, em sua maioria exatamente para aquela ocasião.

A cerimônia era pequena. Amigos e família, mas ao ver todo mundo que estava ali sentado enquanto ia ao altar, Taehyung não podia se sentir mais sortudo.

Quando viu o que o esperava mais à frente, o ômega se sentiu mais sortudo ainda. Porque seu alfa estava lá, o esperando com mãos atrás de si, em sua posição em frente ao grande arco de flores que decorava o altar. Taehyung sabia que o alfa líder estava ali também no meio esperando sua chegada, com livro de orações em mãos, mas simplesmente não conseguiria prestar atenção em algo que não fosse seu alfa.

Porque era Hoseok ali, trajes tradicionais em marrom o deixando ainda mais lindo do que já era, e quando Taehyung olhava para ele, principalmente com aquela marca pulsante em seu pescoço, o relembrando a cada pulsar de que o pertencia, era como se nada mais nem ninguém mais no mundo existisse.

Só os dois. Hoseok e Taehyung, Taehyung e Hoseok.

As pupilas de Taehyung dilataram e ele apertou mais o buquê de peônias em nervosismo. Seu coração batia mais rápido só de ver o alfa, que não conseguia parar quieto, segurando as próprias mãos e olhando para o Taehyung daquele jeito, daquele jeito apaixonado, sorriso nervoso, o olhando como se só aquele ômega existisse no mundo inteiro. Como se estivesse pronto para enfrentar exércitos, mover mundos, atravessar mares, e pacificar guerras por aquele ômega.

Hoseok engoliu em seco, movendo o peso nervoso entre uma perna e outra, parecendo tão nervoso quanto Taehyung o havia visto naquele primeiro cortejo perto da fogueira.

O resto do caminho até o altar foi fácil depois que os olhares se encontraram, e em segundos Taehyung estava abraçando forte Jimin e sussurrando um "eu te amo" no ouvido do amigo com gratidão, depois colocando a mão na barriga alheia com um sorriso terno antes de ser deixado no altar, aceitando a mão de Hoseok quando este a ofereceu para que subisse para seu lugar em frente a Namjoon junto com ele.

Enfim estavam frente a frente. Flores brancas por todo lugar. Pétalas delicadas por vezes caindo das árvores sobre os dois. Taehyung riu com o coração cheio levantando a mão para pegar uma delas. Capricho da Deusa. Sempre capricho da Deusa. Era tão grato.

Hoseok sorriu para Taehyung, sem dizer nada, e foi o que bastou para todo e qualquer nervosismo do ômega ir embora. Apenas aquele sorriso. Aquele sorriso sempre bastava. O ômega sorriu de volta.

— Nós estamos aqui reunidos hoje. - Namjoon começou, falando alto com um livro de orações na mão. E até os animais da floresta paravam para escutar. - Não só como amigos e familiares desses dois lobos excepcionais e queridos por toda a alcateia, mas também como testemunhas. Testemunhas de um amor que, ao meu ver, só acontece uma vez a cada vida. Testemunhas de um amor forjado pela Deusa em cada mínimo detalhe. Planejado, pensado e arquitetado em cada pequeno detalhe, em cada passo do caminho. Um amor que definitivamente precisou amadurecer antes de ser desfrutado. - Namjoon ergueu as sobrancelhas, rindo, brevemente. - Um amor que com certeza demorou a desabrochar, mas agora está aqui, à nossa frente... forte, vivo, como a mais linda das flores.

Taehyung tinha as mãos dadas com Hoseok, e ao escutar cada palavra dita era como se sua vida toda viesse em flashes, refletida nos olhos alheios. Refletida nos olhos ternos de seu alfa.

Todo o amor de sua mãe. Todos os seus momentos solitários. Toda a sua vida se sentindo renegado e invisível. Todos os seus momentos com Jimin e Jungkook. Todos os seus momentos em Hoseok, indo de brigas e rejeições a beijos roubados e corpos unidos em escapadas rápidas no meio da floresta, indo da corrida e de todas as suas intempéries encontradas para o momento da consumação do amor e da marca. Indo de Hoseok em sua forma animal para Hoseok como homem, como alfa, o tomando e o enchendo de amor em uma cabana nevada não tão longe dali.

Nada. Mesmo que o caminho tivesse sido tortuoso até ali, e não exatamente uma história perfeita de conto de fadas, Taehyung não mudaria absolutamente nada.

Taehyung não percebeu que chorava até ter um dos dedos do alfa limpando uma lágrima que caía, Hoseok o olhando como se pudesse o dar o mundo inteiro apenas para que nunca mais cheirasse, o ômega fungou em vergonha. Constrangido de amor.

— Proclame, alfa... - Namjoon se endereçava a Hoseok, virando para ele. - Eu, Jung Hoseok. Alfa. Tomo Kim Taehyung como meu ômega e parceiro. Aceito da Deusa toda a prole e toda a benção, assim como aceito de bom grado todos os planos que Ela tiver para nós.

— Eu, Jung Hoseok. - O alfa limpou a garganta, e suas mãos tremiam nas de Taehyung, como um filhote que segurava a mão de alguém pela primeira vez. Para Taehyung, não era o grande alfa líder de caça ali. Era apenas Hoseok, alfa doce e terno, alfa amoroso e gentil. Seu alfa. Olhando em seus olhos e proclamando seu amor. - Tomo Kim Taehyung como meu ômega e parceiro. Aceito da Deusa toda a prole e toda a benção, assim como aceito de bom grado todos os planos que Ela tiver para nós.

— Proclame, ômega...

Taehyung sequer precisou prestar atenção nas palavras que foram ali repetidas por Namjoon, porque já as sabia. Sabia aqueles votos de cabeça, desde a primeira cerimônia de cruzamento que havia testemunhado em sua vida. Nunca pensou que fosse chegar o momento de finalmente proferi-los ele mesmo, mas ali estava, ali estava com seu alfa à sua frente e todo o amor do mundo em seus olhos.

— Eu, Kim Taehyung. Ômega. Tomo Jung Hoseok como meu alfa e parceiro. Aceito da Deusa toda a prole e toda a benção, assim como aceito de bom grado todos os planos que Ela tiver para nós.

Namjoon sorriu ao fechau o livro. Ergueu as mãos a frente dos dois, e proclamou, em voz alta para que todos ouvissem.

— Alfa e ômega. Início e fim. Presente e futuro. Laço que pelas mãos da Deusa é formado. Duas almas em uma. Um só coração. Uma só vida. Uma só voz e um só amor. Do presente momento, até o resto de seus dias.

— Do presente momento, até o resto dos nossos dias. - Hoseok e Taehyung repetiram em uníssono, como pedia a tradição, de mãos dadas, e colocando todo o coração em cada uma daquelas palavras. Porque sabiam bem que era a verdade.

— Certo, vocês dois... a Deusa já fez vocês esperarem demais, eu é que não irei. - Namjoon brincou logo depois, já mais descontraído. Livro ainda em mãos. - Alfa, pode beijar seu ômega. Ômega, pode aceitar seu alfa.

Hoseok não esperou mais um milissegundo depois de escutar aquilo, afinal, assim como Taehyung, e bem como Namjoon havia dito, já havia esperado demais. Então beijou Taehyung, beijou seu ômega. Selando aquele laço na frente dos seus, perante a Deusa, com o coração em êxtase por saber que, dali para frente, nem a morte os separaria.

Estavam ligados para sempre, porque sempre estiveram. Antes da corrida, antes da apresentação de Taehyung e antes de qualquer coisa.

Hoseok era de Taehyung, e Taehyung era de Hoseok.

O ômega sorriu pela forma apressada e forte que o alfa o puxou pela cintura sorrindo, reivindicando seus lábios porque sabia muito bem que era a ele que pertenciam. O ômega riu com mãos desajeitadas em seu peitoral porque amava aquilo no alfa, amava o jeito que Hoseok sempre estava arranjando jeitos e mais jeitos de reafirmar que Taehyung o pertencia, e mais ainda, gostava como agia do mesmo jeito para reafirmar que a recíproca era verdadeira, e que Hoseok também pertencia a si. De corpo e alma.

Hoseok o beijou e Taehyung sorriu no beijo, se deixando derreter nos braços do alfa, sem resistência nenhuma. Em meio a um grande arco feito sob medida, com todas as suas flores favoritas. Com tanta gente querida os assistindo e aplaudindo e desejando bem, lançando pétalas de flores. Com pássaros cantando, com música tocando. Com a Deusa os abençoando. Como Taehyung sempre sonhou. Como sempre tinha assistido acontecer com todos ao seu redor, sem nenhuma esperança que um dia fosse acontecer consigo.

Jimin chorava como um filhote de onde estava em seu posto ao lado do casal apaixonado, sorrindo entre as lágrimas e feliz por tudo o que o amigo vivia, emocionado por ele. Jungkook o abraçava por trás e segurava o próprio riso daquele seu ômega chorão, mas ao mesmo tempo o consolava, beijando seus cabelos e sua têmpora para confortá-lo, a outra mão segurando sua barriga, aquela que carregava o segundo e mais novo maior amor da sua vida. O alfa também sorrindo de forma terna para o beijo do mais novo casal cruzado da alcateia.

Aquele que em que tinha apostado suas fichas desde o começo, mesmo que definitivamente fosse sentir falta de se divertir vendo Hoseok se humilhando e levando vários foras. Foram bons tempos.

— Eu sempre soube que você ia acabar aqui, sabia? - Hoseok sussurrou nos lábios de Taehyung, mãos em sua cintura. Os dois em meio à chuva de pétalas que eram jogadas sobre eles. - Mesmo quando você era aquele ômega teimoso que só me dava trabalho, toda vez que você me rejeitava, Tae, eu só voltava pra casa com mais certeza de que no fim você ia acabar exatamente aqui. - Segurou o rosto alheio para mais um beijo, depois continuou. - Num altar comigo, com um anel no seu dedo e minha marca no seu pescoço.

Taehyung riu apaixonado nos lábios de Hoseok, também acariciando o rosto lindo daquele alfa, seu alfa. Quando Hoseok sorria daquele jeito à sua frente, era como se nada de errado jamais tivesse existido no mundo.

Porque Hoseok podia até duvidar daquilo, mas por aquele sorriso, Taehyung também enfrentaria exércitos, moveria mundos, atravessaria mares e pacificaria guerras. Era um ômega forte, e faria tudo aquilo e mais um pouco.

O ômega mordeu o lábio. Sua marca pulsou latente em seu pescoço, suas pupilas dilataram e seus olhos mudaram de cor, como se fosse a primeira vez. Às vezes doía, às vezes Taehyung sentia que amava tanto aquele alfa que doía fisicamente. Tinha vontade de chorar.

— Obrigado... obrigado por ter me encontrado. - Foi a única coisa que conseguiu falar sem desabar no choro, duas mãos no rosto alheio, uma levando mechas escuras do alfa para de trás de sua orelha. Apaixonado, irremediavelmente apaixonado. - Obrigado por não ter desistido de mim.

— Seria mais fácil a lua se acabar em chamas... - Hoseok repetiu o que um dia já havia falado, recebendo e aceitando o carinho alheio como se fosse um filhote dengoso, encostando o nariz no de Taehyung, o dando mais um selo nos lábios antes de continuar, com mãos em sua cintura. - Por você, qualquer coisa, ômega. Qualquer coisa que você quiser, qualquer coisa que você sonhar. Do real até o irreal, o possível e o impossível. Eu faço pra você. Tudo. Daqui até o resto da eternidade.

Hoseok assentia a cada frase, querendo muito que Taehyung entendesse o quanto falava sério, o quanto seu alfa falava completamente sério, e com certeza Taehyung entendia.

— Eu te amo. - Taehyung disse, porque sentiu que bastava aquilo, com coração querendo sair de seu peito e explodir para fora de tão cheio.

— Eu sei. - O alfa respondeu, dando de ombros e sorrindo convencido, porque sabia mesmo. E antes que o ômega pudesse revirar os olhos e o empurrar para longe por aquela arrogância, Hoseok o segurou pelo rosto mordendo o lábio e o trouxe de volta para seu abraço e beijo, onde pertencia.

Ao beijar seu alfa ali novamente, Taehyung pensou em tudo o que tinha passado até ali, mais uma vez. Porque aparentemente se lembraria sempre daquilo. Da parte boa e da parte ruim, porque cada uma foi importante para que chegassem até ali.

Sua mãe sempre o havia dito que a Deusa trabalhava de formas misteriosas, e Taehyung, como um filhote ingênuo, nunca tinha entendido, mas estava crescido, e agora entendia. Agora entendia por quê cada pedaço tortuoso e desencaixado de sua história havia sido importante.

E mais do que nunca, tinha certeza... que não. Não era uma aberração. Não era um erro. Não era um nada. Não era uma incógnita. Não era invisível.

Era Taehyung. Kim Taehyung.

Era Taehyung. Era forte. Era importante. Era gentil, e merecedor de toda a felicidade.

Era Taehyung antes de ser ômega, e antes de ser qualquer coisa.

Era Taehyung, e era amado.

Seria amado para sempre.

🌕

DEIXEM O VOTO ANTES DE IR PRO EPÍLOGOOOOOO  🔪🔪🔪🔪🔪🔪

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