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O salão era absurdamente elegante. Espelhos dourados, lustres de cristal, uma multidão vestida com seus melhores disfarces sociais. O evento era uma grande noite de gala beneficente organizada pela própria Nova Seoul — e Jennie Kim, como sempre, era o centro gravitacional da noite.
Vestido preto justo, cabelo solto, salto alto, postura de rainha. Quando ela entrou, o salão literalmente parou por um segundo. E ela sabia disso. Sempre soube como ocupar espaço sem pedir licença.
Cumprimentava empresários, apertava mãos de políticos, sorria para câmeras. Mas seus olhos... procuravam alguém.
E então encontrou.
Lisa estava encostada no balcão do bar, com um copo na mão, usando um terno preto sob medida que parecia ter sido feito direto na sua pele. Cabelo preso, expressão entediada, e um olhar de quem já sabia que estava sendo observada.
Jennie não foi até ela. Não ainda. Só manteve o contato visual por tempo suficiente pra deixar um recado: “Eu te vi. E você sabe o que isso significa.”
Lisa ergueu o copo em um brinde silencioso, um canto da boca levantando em um sorriso torto. Provocação. Desdém. Interesse. Tudo misturado.
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O evento seguia, mas a presença das duas era um ímã. Todo mundo sentia — mesmo sem entender. Um desconforto sutil no ar, como eletricidade silenciosa antes da tempestade.
Horas depois, quando a maioria já estava ocupada tentando impressionar ou ficar bêbada o suficiente pra esquecer da vida, Lisa se aproximou.
Parou ao lado de Jennie sem anunciar. Tão perto que seus ombros quase se tocaram.
— Você parece entediada — murmurou.
Jennie sorriu, mas não olhou pra ela.
— É o que acontece quando se está cercada de gente com conversas rasas e intenções ainda piores.
— E eu? — Lisa virou o rosto, inclinando levemente o corpo. — Eu sou o quê, exatamente?
Jennie virou-se, finalmente encarando.
— Você é o erro que a gente considera cometer mais de uma vez.
Lisa soltou uma risada baixa, rouca, e olhou ao redor.
— Sabia que a maioria dessas pessoas te odeia em segredo?
— Sabia que a maioria dessas pessoas quer te comer em segredo?
— E você? Me odeia ou...?
— Eu não faço nada em segredo, Lisa.
Houve um silêncio. Um segundo inteiro onde qualquer um que passasse perto sentiria o calor do embate disfarçado sob palavras afiadas.
Lisa inclinou a cabeça, aproximando-se o suficiente pra sussurrar no ouvido dela:
— E se eu dissesse que tô pensando em te arrastar pra fora daqui só pra ver até onde vai esse teu autocontrole?
Jennie piscou lentamente. Não recuou. Nem um centímetro.
— Eu diria pra você tentar. Mas só se estiver pronta pra perder o seu primeiro.
Lisa não respondeu. Apenas a encarou, os olhos fixos como se estudasse o espaço entre elas, medindo o risco, sentindo a adrenalina de estar perto demais do que não se pode tocar.
Jennie virou-se de novo, agora de frente pra ela, as mãos ainda segurando a taça de champanhe.
— Todo mundo aqui tá olhando pra gente.
— Que bom — respondeu Lisa. — Pelo menos vão ter uma boa história pra inventar depois.
— Só não esquece — Jennie disse, com a voz baixa, firme — que o que começa com fogo também pode acabar em cinzas.
Lisa sorriu. Lenta, perigosa.
— Eu vim do meio das cinzas, Jennie. Não me assusta fácil.
~×
A noite seguiu, mas pra elas já tinha acabado.
Lisa saiu primeiro, sem avisar. Jennie viu da varanda enquanto fingia ouvir o CEO de alguma startup tentando falar sobre parcerias. Ela não ouviu uma palavra. Só o som da porta se fechando atrás de Lisa, como um sinal de que o jogo estava longe de terminar.
Mas uma coisa era certa: o próximo passo ia queimar mais do que qualquer provocação.
E elas sabiam.
Ambas estavam andando em linha reta pro desastre. E adorando cada segundo.
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OIII, LINNIES! Estão gostando da fic? Espero que gostem dessa cap. Beijosss 💗!!