¶¶ÒõÉçÇø

As Estrelas e Outras Drogas

By claricefiorentinni

191K 25.1K 8.9K

Kyle é uma garota com sonhos não realizados e com a fama de megera entre os estudantes da cidade de Greendale... More

notas iniciais
playlist
±ð±èí²µ°ù²¹´Ú±ð
1. Italianos e barulhentos
2. All we need is love
3. Kyle
4. Miles
5. Can't let you go
6.
7. A festa de Samantha Bloom
8: Uma garota bêbada no telhado
9. "vai pro inferno!"
10.
Capítulo XI: fugindo de James
Capítulo XII
13: desculpas para o James
15
16: Detenção
XVII
18.
19.
XX
21. Não-encontro
22: uma briga no Greendale's Lake
23. início de um sonho
24: enfim, amigos
25
26: o feriado
27
28: noite na casa da Samantha
29
30: o feriado parte I
31: o feriado// parte II
32
33
34.
35.
36.
37.
38.
39.
40. aquela tarde
41.
42: atrás do drive-in
43: os outros herdeiros
44. deu tudo errado
45. deu tudo errado...mesmo
46. parte I
47. parte II
48.
49.
50. DEU TUDO CERTO
prólogo - narrado pela autora
2. 51
2. 52
2. 53
2. 55 - parte I
2. 56 - parte II
2. 57
2. 58
2. 59
2. 60
2. 61
2. 62
2. 63
2.64
2. 65: deu errado de novo
2. 67
2. 68
2. 69
2. 70
tchau, até logo, amigo
Epílogo - escrito pela autora
Agradecimentos
Galatis Planet

14. lavagem do carro

2.9K 419 303
By claricefiorentinni

Estaciono o carro em frente a garagem da minha casa desligando-o em seguida. Kyle me segue até a porta da frente enquanto eu a destranco lhe dando espaço para entrar assim que a abro.

- Bela casa. - a ouço elogiar quando me viro.

Minha casa não é muito grande já que só eu, minha mãe e meu irmão morávamos, e não tínhamos tanta grana para gastar com toda a nossa mudança para Greendale após a morte da minha avó. Mas tudo nela, desde a sala de estar até os quartos e cozinha, são bastante aconchegantes apesar de ainda não ter me acostumado com tudo aqui.

- Obrigado. - sorrio rapidamante.

Atravesso a sala de estar subindo as escadas a procura de minha mãe

- Ela deve estar na cozinha. - assim que volto a descer, minha mãe aparece na sala de estar com algumas caixas vazias - Oi, mãe. - digo nervosamente enquanto a mesma encarava Kyle com um leve sorriso nos lábios.

- Oi, vocês. - sorriu animadamente - Maia, prazer. - cumprimentou com um aperto de mão.

- Kyle. - sorriu simpaticamente. Olho para as duas surpreso, mas sei que se tivesse tido tempo de pensar em um possível encontro entre minha mãe e Kyle - se é que eu pensaria em algo assim se tivesse - com certeza, imaginaria que as duas se dariam bem.

- Kyle é uma amiga da escola. - explico rapidamente passando as mãos por meu cabelo. Aquilo estava chegando a ser constrangedor, ao menos para mim. Eu não sabia que precisava me preparar para isso até acontecer. Rezo para que minha mãe não seja atrevida como ela normalmente é.

- A mesma que fez você chegar às duas da madrugada em casa? - sorriu me fazendo fechar os olhos envergonhado.

É disso que estava me referindo.

- Provavelmente. - Kyle responde sorrindo timidamente - Ele me deixou em casa, eu não estava...muito bem. - reprimiu os lábios - Desculpe se causei algum incômodo.

- De modo algum. - rebateu animada - Miles precisa aprender a ser um adolescente, as vezes. - diz á Kyle como se já fossem grandes amigas - Parece que eu tenho 17 anos de vez enquando. Venham comigo. - se virou voltando para a cozinha - Eu sei que sou um pouco liberal com meu filho, mas sabemos que matar aula está fora de questão. - deixou as caixas em um canto da cozinha indo até o outro lado do balcão - Algo a dizer, Miles Blackburn. - me encarou seriamente.

- Sabe que eu não tomaria uma decisão tão idiota matando aula, e voltando para casa sabendo que você está aqui. - rebato a refutando como sempre gosta que eu faça.

- Então qual o motivo de ter matado aula?

- Um motivo importante o suficiente para matar aula e me arriscar em vir até aqui onde você está.

- Meu garoto. - sorriu convencida apoiando-se no balcão. - Viu o que ele fez? - indagou para Kyle animadamente - Amo quando ele deixa qualquer um sem palavras. Será um ótimo advogado um dia. É um dom! - limpa o balcão agitada.

Suspiro tentando controlar minha vergonha. Me apresso em mudar de assunto quando Kyle se senta no balcão parecendo gostar da conversa.

- Mãe, você ainda tem aquelas coisas que você usa pra limpar literalmente tudo? - pergunto a vendo inclinar a cabeça confusa.

- Acho que meus produtos não limpam a sujeita adolescente de vocês. - vejo Kyle tentando controlar o sorriso.

Minha mãe gosta de levar absolutamente tudo para outro sentindo, um sentindo vulgar e malicioso.

- Mãe...- quase a suplico para que parasse.

- Tudo bem! - aceitou rindo de nossos rostos corados - Me mostrem a sujeira. - largou o pano de limpeza sobre o balcão nos seguindo até o carro de James - Tinta néon. - tocou os desenhos - Não vou nem perguntar como isso aconteceu. - zombou - Sorte sua que é tinta spray néon...para cabelo. - eu e Kyle nos olhamos surpresos e aliviados.

- Isso sai com água? Facilmente? - Kyle se aproxima dela. Minha mãe concorda sorridente.

- É preciso apenas uma boa lavagem, por fora e por dentro. - comenta ao abrir a porta do passageiro. O fedor de Lana é lamentável - Bom, boa sorte. Os produtos estão na garagem para facilitar o trabalho de vocês, vai deixá-lo novinho em folha.

- Obrigada, sra. Blackburn. - Kyle agradece com um sorriso bonito em seus lábios vermelhos. Animada com a ajuda de minha mãe, ela acaba a abraçando rapidamente. Minha mãe sorriu surpresa.

Eu definitivamente, não reconheço a Kyle à minha frente, mas gosto tanto dela quanto da garota descontrolada do telhado.

- Me chame de Maia. - Kyle assentiu ao se afastarem sorridentes - Eu gostei dela. - murmurou quando passou por mim.

Eu não apresento uma garota à minha mãe faz um bom tempo. Só não espero que com Kyle, ela crie expectativas demais como aconteceu da última vez.

- Ao trabalho! - Kyle me tira de meus pensamentos me puxando para a garagem.

Passamos quase uma hora lavando todo o carro, tanto por dentro como por fora. Não controlei as risadas quando a garota a minha frente tirou os tênis amarelos, amarrou a blusa, prendeu o cabelo cacheado em um coque e ligou o toca-fitas do carro, começou a dançar enquanto enxaguava as janelas de vidro das portas.

- Do que está rindo? - questionou do outro lado do carro. Podia ver seus rosto e um pouco do seu ombro por cima do teto do automóvel.

- Pensei que você só fosse agitada sob efeito do álcool. - respondo enquanto via mais um de meus desenhos desaparecer com a lavagem.

- Pra onde nós fomos quando saímos da festa? - sorri, seu batom quase já não era nítido em seus lábios.

- Não sabíamos muito bem para onde íamos. - começo ao lembrar detalhadamente em minha mente, como uma série de cenas turvas e agitadas. - Fomos para o centro da cidade. Estava tendo um festival de cores por lá.

- O 10⁰ festival de cores de Greendale. - lembra. - Eles acontecem quase todo começo de semestre.

- Esse mesmo. - concordo - Acabamos ficando por lá. Nos misturamos com as pessoas, compramos algumas tintas néon...- aceno para o carro a fazendo entender o que queria dizer - Dançamos feito loucos entre as danças, pintamos um ao outro. Você me fez beber um pouco, mas ainda me restara juízo e alguém precisava te levar de volta pra casa em segurança.

- Eu acordei com meu rosto coberto de tinta. - fez uma careta engraçada.

- Passei quase uma hora lavando meu rosto também. - comento a fazendo concordar - Não lembro muito bem o que aconteceu depois, mas nos infiltramos em um velório.

- Está falando sério? - me encara assustada.

- Você fez um pequeno discurso caloroso para um cadáver desconhecido. - digo receoso a fazendo paralisar.

Dou a volta no carro quando Kyle se vira colando suas costas no carro e deslizando pela porta até se encolher no chão atônita. Me abaixo a sua frente.

- Eu nunca mais vou beber, Miles. Nunca. Mais. - afirma com os olhos arregalados apoiando seus braços em seus joelhos dobrados - Nunca vou me perdoar por isso.

- Kyle, você estava bêbada, não sabia o que fazia. E alguns se emocionaram com seu discurso. - consigo fazê-la rir - É sério, não sei se foi o efeito do álcool, mas eu vi alguns chorarem. - sua risada aumenta sentindo seu corpo se apoiar no meu ao seu lado.

- Ok, você me convenceu. - me observou por um momento - Mas enquanto não lembrar totalmente de tudo, vai ser difícil dizer que foi uma noite boa.

- Foi a melhor noite da minha vida. - encosto minha cabeça no carro com o olhar longe - Nunca me senti tão vivo.

- Bom pra você. - rebate não muito convencida.

Não sei se é o fato de não se lembrar de nada ou de ter contado 90% de toda a sua vida para um completo desconhecido que eu era enquanto estava bêbada, mas ela se arrepende de tudo o que aconteceu. Enquanto aquela foi uma noite inesquecível para mim. Para Kyle não passou de um erro desvirtuoso.

Aquilo me frustrava de certa forma. Mas não a culpo. Em seu lugar, eu ficaria perdido.

Mas não posso deixar de confessar que é difícil ouvir de seus lábios que se arrepende de uma das melhores noites da minha adolescência, e não teria sido nada disso se não fosse, especialmente e unicamente, por ela.

"There is freedom within, there is freedom without, try to catch the deluge in a paper cup..."

Lembro-me da sua voz enquanto cantava "Don't dream i'ts over" do Crowded House no carro de James quando observávamos o céu estrelado no capô. Era como ouvir a Maya Hawke ao vivo em uma versão entendida e alucinógena.

Sorrio ouvindo o refrão da mesma música que tocava em meus headphones.

- Mais um cliente, fofinho. - me sobressalto com a voz de minha mãe ao tirar um fone de meu ouvido.

- Tô indo. - amarro meu avental na cintura pegando o cardápio da cafeteria. Atendo a moça de idade voltando para o balcão onde minha mãe organizava mais alguns pedidos - Mais um café expresso.

- Que carinha é essa? - minha mãe me encarava semicerrando os olhos como sempre faz quando quer ler meus pensamentos. Na maioria das vezes, ela consegue. Dou de ombros fingindo não entender - Você gosta dela. - declara parando o que está fazendo para me analisar melhor.

- Não sei do que está falando. - digo organizando as xícaras empilhadas. a cafeteria não tinha muito movimento aquele horário.

- Ah, você sabe. - me cutuca brincalhona - Já faz dois anos, filho. Já está mais do que na hora de você superar a Eleanor. - e sai me deixando ainda mais perdido em pensamentos. Suspiro me afastando do balcão.

Já faz dois anos desde a Eleanor, mas não significa que terei que superar meu último relacionamento com a Kyle. Ela mal deixa que as pessoas de sua família se aproximem, imagine eu que a conheci a pouco mais de um dia, e quando estava totalmente bêbada.

Eu quero que ela se lembre de tudo, principalmente de algo em especial. Talvez a medida em que se recorde da aventura que foi a noite passada sua opinião mude, e tudo o que eu senti ao seu lado seja mútuo. Mas não quero arriscar tudo o que Eleanor não fez questão de massacrar. Por isso, continuarei quieto até que algo aconteça, e se não acontecer, ao menos terei algo divertido para contar ao meu irmão antes de dormir.

Tirando as partes inapropriadas e totalmente desnecessárias para uma criança de seis anos, é claro.

***

Me contem o que estão achando da história. Espero que estejam gostando e não esqueçam de votar e me seguir no Instagram @Clarice.f.p

Até segunda!

Continue Reading

You'll Also Like

232 4 11
Rebeca, uma adolescente de 16 anos que só queria sobreviver até o final do ensino médio, se vê completamente perdida após uma tragédia. Ela ainda não...
18.3K 1K 74
Zoe Brooks nunca imaginou que sua vida mudaria tanto quando foi enviada para uma cidade pequena para morar com a avó. Longe da correria de Los Angele...
209K 4.3K 16
Daxton Wenthworth é um problema. Aos 21 anos, ele conquistou um currículo de causar inveja em qualquer aspirante à bad boy: uma reprovação, muitas ta...
89.5K 10.7K 52
A ousadia é só para quem pode.|| Bevelly Brige vive em uma pacata cidade, na qual a moral e os velhos costumes são tradicionalmente valorizados pelos...