[CONCLUÍDA] *
Hanny sempre acreditou que o amor residia nos interstícios, no segundo antes de um toque, no silêncio que pulsa entre duas respirações, na eternidade contida num olhar que hesita e foi exatamente assim que encontrou Jungkook, um suspiro antes do abismo, não era um herói, nem um vilão, era a sombra que se estendia sob a luz, o caos que carregava no peito a promessa do que poderia ter sido salvação.
No verão em que seus caminhos colidiram, o destino não foi generoso, o amor floresceu como erva-daninha entre escombros, belo demais para durar, feroz demais para morrer em paz, quando foram separados, não foi por falta de sentimento, mas porque o mundo ao redor não soube como suporta-los e o que ficou para trás não foi apenas ausência, mas íDz, pedaços de um infinito que nunca se cumpriu.
Anos depois, Hanny vive exilada dentro da própria vida, em uma existência polida que não reconhece como sua. A pressão dos pais, o peso das expectativas, o sufocamento das escolhas impostas, tudo a consome em silêncio, até que ele retorna, mas o menino que conheceu agora é outro. Jungkook carrega nos olhos a marca de quem viu demais e bebe para esquecer os demônios que o consome.
Há amores que não desaparecem, há vínculos que não obedecem à lógica ou à cronologia, e o que une os dois está além da carne, além da lembrança. Um encontro de almas que se perseguem por vidas inteiras, se reconhecem na dor, e se perdem infinitamente.
Mas nem toda alma ferida deseja ser salva e nem todo amor, por mais profundo, consegue resistir à própria maldição.