Catorze anos se passam lentamente, mas quando a vida se torna difícil e complicada, é como se fosse um piscar de olhos. Por conta de um simples cantar dos pássaros, Taehyung despertou de seu sono profundo. Se sentou rapidamente ao constatar que teve o mesmo sonho, sonho que era nada menos que uma lembrança, que por vezes tinia em seu subconsciente, lhe fazendo doer a cabeça, como uma enxaqueca crônica.
Os raios solares não se privaram ao cega-lo. De imediato levou o braço na altura dos olhos tentando se acostumar com aquele clarão que atravessava a janela, anunciando que mais um dia se iniciava, mas este seria diferente.
Não demorou mais que dez segundos, para Taehyung se recompor do pesadelo que teve. Nele, flashs muitos distantes de uma noite que marcou a sua vida como uma cicatriz irreparável! Por anos ele sofreu penosamente pelas ditas lembranças, principalmente quando via a sua mãe lutando para ser forte, estando ela sozinha, com os seus dois filhos.
— Taehyung-ah? — a doce fala feminina fez ele sair de seus devaneios, notando a silhueta na porta. — Não seja preguiçoso, huh! Precisa ir na cidade.
Se sentando no colchão rústico, ele coçou os próprios olhos, viu tudo embaçado a sua volta, inclusive a sua irmã.
Mesmo sendo uma situação esdruxulamente incomparável, Taehyung sentia internamente que, a compreendia melhor sempre que acordava, já que Clair, possuia apenas quinze por cento de sua visão.
Ainda que só visse vultos e alguns traços de claridade naqueles olhos azuis, ela agia como se tal coisa não fosse capaz de a impedir de algo, qualquer coisa.
Ver a irmã de catorze anos tão forte e confiante, lhe trazia uma paz e ainda assim, uma saudade imensa da mulher que lhe trouxe ao mundo. Podia vê-la em Clair, a mesma confiança, o mesmo instinto e o mesmo toque singelo. Os olhos tingidos de um oceano cintilante, deslumbravam qualquer pessoa pela a sua beleza, por mais que fossem vazios e quase inúteis. Clair era uma verdadeira atração naquela casa de repouso, já que havia puxado cem por cento o seu pai, deixando os traços coreanos apenas para o mais velho.
— Yah, o Sr. Do-Yoon já está irritado porque a mesa não está montada, hyung. — a mais nova pegou aquela mania de chama-lo de tal forma, era apenas uma bebê quando retornaram para a Coreia do Sul e pôde aprender as duas línguas, assim como o seu irmão. — sabe como ele fica ranzinza pela manhã.
— Aigo, eu sei. — mesmo coberto de preguiça e falta de vontade, Taehyung se levantou — Não sei como aguenta o mal-humor diário dele — riu-se.
— É por que me lembra o vovô. — a boca rósea se apertou brevemente, Clair não podia se lembrar dos traços do mais velho, mas podia senti-lo! Podia se lembrar da voz, dos assuntos e da familiaridade.
— Eu não sei se é bom continuar aqui, Clair. — ao se levantar, o irmão se aproximou da loira, pegando em sua pequena mão. Mesmo sem poder fita-lo, ela levantou o rosto sentindo a diferença de tamanho entre eles. — Não acho que faça bem ficar aqui, principalmente para você!
— Não insista nisso, hyung. — ela negou com a cabeça — aqui é o único lugar que eu conheço, para onde mais eu iria?
— Não temos mais nada aqui. — Taehyung não gostava de entristecer sua irmã, mas ele não se via mais naquele ambiente, havia completado a maioridade a menos de uma semana, sabia que podia seguir com a sua vida, mas não podia deixa-la. — A mamãe morreu de desgosto e os nossos avós com a peste. — ele umedeceu os lábios ao notar o semblante da mais nova se franzir.
— Mas eles também são nossa família. — a pequena disse num murmúrio, se referindo aos idosos que moravam naquela casa.
— Eu.. — ele não queria chateá-la logo cedo, mas simplesmente não podia concordar — não consigo vê-los dessa forma, me desculpe.

VOC? EST? LENDO
Salvatore ? Kim Taehyung
Fanfiction(CONCLU?DO) Numa noite fria de 1864, Damon Salvatore deixou misteriosamente a sua família. Sua esposa grávida da pequena Clair, e seu filho mais velho de sete anos, Taehyung. Agora com vinte e um anos de idade, estando ele e Clair sozinhos no mundo...