Muito antes de todos os acontecimentos.
Me apaixonei quando o vi naquela boate. Me apaixonei ali.
Eu sabia que não daria certo, mas mesmo assim eu quis levar até onde meu peito aguentaria.
Eu escolhi isso. Só que minha escolha ultrapassou o limite. Por esse erro, por essa falha final é o que está me fazendo sofrer.
Ouço a porta da minha casa abrir, arregalo os olhos, uma pontada de esperança me toma e eu me levanto, me atirando em direção a sala.
— Jimin! — Meu corpo murcha quando vejo Yoongi, colocando alguma sacolas em cima do balcão.
— Ora, então se divertiu bastante? Correu tudo como planejei? — Ele perguntou, não notando como meu rosto estava encharcado pelas lágrimas. Pelo menos até o minuto seguinte. — Jungkook...
— Hyung... — Eu o chamo baixo, com a voz rouca. O vejo se aproximar e então o abraço, assustando o rapaz no primeiro momento. Mas então pouco a pouco vai retribuindo o contato, dando leves afagos em minha nuca.
— droga... Acabei com o seu aniversário. O que houve?
— Eu... Eu... — balancei a cabeça, soluçando. — Eu disse, hyung.
— Disse o quê?
— Eu disse pro Jimin que gostava dele.
— Você... Você... O quê?? — Ouço um suspiro da parte dele. — Você sabia que ia dar merda né? Me diz, o que aconteceu entre vocês?
Novamente balancei a cabeça, em sinal de negação, sem conseguir falar. Não queria falar. Mesmo assim Yoongi entendeu, tocando meu ombro.
— Ele disse que sou um pirralho... — Chorei ainda mais, tampando meu rosto. — Eu sou um pirralho hyung!
— Sim, você é um pirralho. — Gi apertou meu ombro em sinal de acolhimento. — Mas um pirralho bondoso, de bom coração, que ajuda, que se importa com os outros, independentemente do que a pessoa seja. Você é um pirralho incrível, Jungkook. A idade não te faz menos ou mais experiente. Quando você ama alguém, eu sei que é pra valer, você é leal em todos os sentidos, se choramos você chora conosco. Você Jungkook, faz qualquer ser humano dessa terra se sentir fodão. — Ele me puxa e me aconchega em seu abraço pouco carinhoso. — Não chora, está bem? Não chora mais. Se não quiser que eu raspe seu cabelo estilo militar e com degradê.
Em meio àquela angústia que tomava meu coração eu tenho tempo de rir com a piada de Yoongi. Que bom que ele é meu amigo, apesar dele ser um vândalo e provavelmente ter passagem pela polícia. Que bom que ele existe.
— Eu trouxe bolo e pão carteira, aquele que você vive pedindo pra mim comprar. Vem, vamos tomar café e depois eu te levo no trabalho. De bicicleta mesmo porque minha saveiro deu pau, tá no concerto aquela merda. — Disse ele, enquanto eu limpava minhas lágrimas.
— Ah, eu trabalho. — lembrei vagamente, acompanhando o hyung até a cozinha. — Obrigado hyung.
— Não agradeça. É meu dever como pai proteger o filho de cinco anos. — Revirei os olhos, ajeitando as coisas do café da manhã.
— Claro, pai.
(...)
Eu peguei o primeiro táxi, com destino a minha casa. Não sei o que deu em minha cabeça fazer tudo aquilo.
De dormir com aquele garoto, que a todo momento deixava claro que gostava de mim. Afinal, quem em sã consciência gostaria de alguém como eu?
Acho que ele só está deslumbrado, carente ou sei lá o quê. Por algum motivo, me senti entregue ao tudo o que ele estava disposto a me oferecer.
Mas foi um erro.
— Jimin, você transa e é pago por isso. Só aceite, é essa sua vida. E será assim pra sempre. — Falei a mim mesmo, enquanto terminava de vestir meu "uniforme" de trabalho. Ajeito meus cabelos e então pego as chaves de casa, indo pra boate.
Durante todo o expediente movimentado eu não conseguia focar muito. Estava difícil fingir, atuar nos gemidos, tentar deixar eles os mais reais possíveis, mas eu não conseguia, não conseguia.
Eu gostava de Jungkook. Eu estava gostando dele.
Aquele sorriso, aqueles olhinhos pedintes...
— tomara que o Dom não saiba do desastre que você foi hoje. — Lídia, uma das prostitutas do lugar disse, me acompanhando no drinque. — Que foi, chim chim? Problema na família?
Eu ri, sem humor, dando um gole no whisky. — Você sabe que não tenho família, Líh.
— Mas essa sua cara aí... Sei não, me parece que tem a ver com alguém.
— Vê se para de tentar saber da minha vida e vai sentar em algum porco, porra. — Senti ela me abraçar e beijar minha bochecha, revirei os olhos.
— Meu bebê gostoso está triste. Fica de boa, piranhas não se apaixonam. — E então ela vai em direção a um dos caras da Lost, um freguês frequente.
Sua beleza, era perceptível a milhas de distância.
Kim Taehyung.
O homem beijou a boca de Lídia, se afastando com desdém em seguida, se aproximando de me mim. Suspirei, exausto, molhando a garganta com a bebida.
— diabinho. — me chamou, me abraçando por trás, beijando meu pescoço. — Me diz, como você tá?
— Como sempre. — respondi, na lata. — não tô afim de sentar na sua anaconda hoje. Dói demais.
— Não fala desse jeito. Você não reclama quando está rebolando nele. — Ele faz um sinal para o barman que já conhecia seu pedido, era da casa praticamente. — Mas hoje não vim aqui a procura de satisfazer meu desejo sexual.
— Fico surpreso. Geralmente você é insaciável. — Falei, debochado.
— Hoje vim só olhar o movimento e saber de algumas informações. Acho que pode me conceder isso?
— Depende... Do que se trata?
Ele sorri, ajeitando o blazer caro que usava, estalou a língua no céu da boca.
— Fiquei sabendo que uma certa pessoa voltou a frequentar paradise lost. Tenho um negócio inacabado com ele, preciso resolver. — Kim recebe a bebida do barman, bebendo de forma preguiçosa.
— Nunca vi ninguém de novo aqui.
— Você sabe aquele... Dj, o meu antigo parceiro tem ou tinha um lance com ele. Enfim, isso não me interessa. Ele trabalhou aqui há uns anos atrás, sempre fez um bom serviço mas... Tudo que é bom tem seu lado negativo.
— Se você falar o nome dele ficará mais fácil pra mim. — afastei o copo vazio de mim, bufando.
— Min Yoongi. — abro os olhos, anteriormente fechados com aquela conversa tediosa. Meu coração acelera por algum motivo desconhecido. — Preciso que fale com ele, consiga contato com ele de alguma forma. Não precisa o seduzir, ele é meio inabalável quanto a isso, diga apenas que o V está o procurando, assim que o ver. — o moreno alto bebeu o resto da bebida, colocando de lado no balcão e veio até a mim, beijando minha testa. — Faça isso, e eu vou te pagar bem.
— Tá bom. — olhei pro lado, ainda nervoso.
Min Yoongi. O amigo de Jungkook.
Meu deus, não poderia ser outra pessoa?
Merda.

VOC? EST? LENDO
Amor de programa - ?°?JIKOOK?°?
FanfictionJeon Jungkook é um garoto prestes a completar dezenove anos, mas n?o entende muitas coisas da vida, embora seja muito inteligente. Vivendo uma vida simples, num apartamento menor que uma cela de pris?o sempre acaba se metendo em enrascadas gra?as ao...
6. deception
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