抖阴社区

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Boa Leitura 💜


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Aviso de conteúdo: uso de drogas e abuso sexual. Leia com cautela.

...

O primeiro contato de Yoongi com entorpecentes aconteceu ainda na adolescência. Tinha por volta de 15 anos quando fumou maconha pela primeira vez. Pouco tempo depois, conheceu a cocaína

A curiosidade nasceu silenciosa, disfarçada de liberdade. Um trago em um baseado passado por um colega de escola. Risadas. Tontura. Alívio.
Era só maconha. Todo mundo fazia.

Depois veio a cocaína. Uma carreira discreta em uma festa qualquer, onde ninguém se importava com o que os outros faziam no banheiro. Na primeira vez, Yoongi achou que estava no controle. Na segunda, já estava procurando mais. Na terceira, já não conseguia parar.

Por algum tempo, o efeito do estimulante preencheu o vazio que crescia dentro dele. Era como se cada dose afogasse uma dor que ele não sabia nomear. Mas a sensação boa não durou muito, e logo veio a necessidade, a dependência, o desespero.

O vício se enraizou em silêncio, como um tumor que cresce sem sintomas visíveis. E ninguém notou, ou fingiu não notar.

Sem renda, começou a vender o que tinha: tênis, fones, peças do computador. A avó achava que era fase. A irmã, que era rebeldia. Nenhum deles viu o menino que implodia por dentro.

Naquela época, costumava sair todo fim de semana. Uma dessas noites foi marcante: Yoona o convidou para uma boate clandestina no subúrbio de Seul, junto de alguns amigos dela. O lugar era escuro, abafado e preenchido por luzes pulsantes e sorrisos entorpecidos.

Eles misturaram gin com vodka e algumas latas de cerveja. Yoongi, que não era de beber, ficou alterado rapidamente. Tentou se controlar, sabia que Yoona o observava de longe. Mas após alguns drinks, a tensão se dissolveu , ele se entregou à euforia do momento.

Naquela noite, fumou maconha com um dos amigos da garota. Yoona viu, mas não o impediu. Ela não fazia ideia de que o vício do irmão já havia se instalado tão profundamente. Se soubesse, talvez tivesse agido diferente. Mas, naquela época, ela ainda via tudo como diversão inofensiva.

Mais tarde, em meio à fumaça, barulho e gente desconhecida, um homem o puxou pelo braço. Era mais velho, devia ter perto de 40 anos. Yoongi não o conhecia, mas, naquela confusão, não resistiu. Riu, talvez achando que era mais uma brincadeira.

Dali em diante, tudo virou borrões.

Flashes.

Fragmentos que ele preferia esquecer.

Acordou horas depois, em um quarto de motel barato. As roupas estavam jogadas no chão, rasgadas. Ele estava completamente nu, deitado de costas em uma cama estranha. Tentou se lembrar do que havia acontecido, e se arrependeu no instante em que as imagens começaram a voltar.

Lágrimas surgiram sem controle. Ele se sentia sujo. Enojado. O corpo tremia, e o rosto ardia com pequenos machucados. Ao se olhar no espelho, viu hematomas nos ombros, no pescoço, nas costelas. O reflexo devolveu um rosto que ele mal reconhecia.

No canto da cama, havia um maço de dinheiro. Muito. Dinheiro que ele sabia de onde tinha vindo. Em outros tempos, talvez teria deixado ali, por orgulho, por dignidade. Mas, naquela altura, já não se sentia digno de nada.

Pegou o dinheiro. E usou. Usou até o corpo pedir socorro. Até a dor anestesiar o que havia restado dele.

...

Hoseok estacionou a moto em frente à casa dos Kim e sorriu ao ver a pequena caixa de correio decorada com glitter e adesivos coloridos. Aquilo era a cara da Lia. Bateu à porta duas vezes.

Seokjin abriu e se surpreendeu com a visita inesperada. Não perguntou nada, apenas se afastou, dando espaço para o amigo entrar.

Na sala de estar, os brinquedos no chão contrastavam com o silêncio desconfortável que pairava entre os dois. Jin voltou da cozinha com duas canecas de chocolate quente e entregou uma a Hoseok.

— Ainda com dois marshmallows — comentou, sorrindo.

— Sempre — Hoseok respondeu, tentando forçar um sorriso. — Continua sendo o meu preferido… e o da Lia.

Beberam em silêncio por alguns minutos. Hoseok olhava para o líquido na caneca como se procurasse alguma resposta ali. Por fim, falou:

— Eu não te contei na época, mas terminei com o Mark no dia em que o Yoongi acordou. Não sei… acho que já o amava desde aquele momento. Ou talvez até antes.

Jin ergueu os olhos, surpreso, mas não disse nada de imediato.

— Foi tudo muito rápido — continuou Hoseok. — Mas, ao mesmo tempo, parecia inevitável. Como se tivesse sido sempre ele.

— Você devia ter me contado — disse Jin, com um suspiro leve, mas sem amargura. — Eu teria entendido.

— Eu sei. É que, naquele momento, eu ainda estava tentando entender o que estava sentindo. E você estava com tanta coisa nas mãos, com o hospital, com a Lia… E além disso, me despedir dos meus pais foi a parte mais difícil. Minha mãe chorou como criança. — Hoseok sorriu com os olhos marejados. — Mas no fim, ela só pediu pra eu cuidar dele. E eu vou.

Jin assentiu devagar, emocionado.

— Eu sei que vai. — Ele se levantou, caminhou até um dos armários da sala e voltou com uma pequena chave prateada. — É do meu apartamento em Seul. Fiquem lá até decidirem para onde querem ir.

Hoseok pegou a chave e segurou a mão do amigo com força.

— Obrigado, hyung. Por tudo. De verdade.

...


Yoongi aguardava por Hoseok, sentado na beirada da cama, olhando para o chão como se estivesse prestes a pisar num território desconhecido. Vestia roupas comuns pela primeira vez em semanas, calça jeans, tênis, uma camiseta cinza. A gola o sufocava. Tudo parecia mais pesado do que lembrava.

Hoseok entrou no quarto carregando uma das malas.

— Pronto?

Yoongi ergueu os olhos devagar e tentou sorrir. O gesto foi pequeno, quase imperceptível, mas sincero.

— Vamos.

Hoseok se aproximou e tocou seu rosto com delicadeza, como quem segura algo frágil e precioso. Beijou seus lábios devagar, com uma ternura carregada de promessa. Depois, pegou a outra mala e indicou a porta com a cabeça.

Yoongi respirou fundo. Seu coração batia acelerado, como se protestasse contra o salto no escuro que estava prestes a dar. Mas, ainda assim, ele se levantou. Cambaleou levemente, mas manteve-se firme.

Era hora de deixar para trás os corredores frios do hospital, as noites em claro, os fantasmas do passado. Ele não sabia o que o esperava do outro lado da porta. Mas, ao olhar para Hoseok ali ao seu lado, teve certeza de uma coisa:

Ele não estaria mais sozinho.

···


Se hidratem, e até a próxima atualização 💞

Capítulo não corrigido.

Downfall | SopeOnde histórias criam vida. Descubra agora