Lost In Vivo - WinRina.

ㅡ … 

…

Fui retirada dali à força por uma policial, eu gritava, lutava para me soltar e amaldiçoava Hwe-seung com todas as minhas forças. Eu sabia que tinha sido ele, só podia ser ele. 

ㅡ Fique calma, criança. ㅡ A mulher que me segurava me sentou no banco de trás da viatura e ficou em minha frente.

ㅡ É a minha mãe! ㅡ Meu peito doía como se estivessem rasgando no meio, minha mãe… minha mãe! 

ㅡ Eu sei, mas preciso que fique calma, senhorita. 

Tudo o que eu queria era me livrar desse pesadelo, acordar o quanto antes e perceber que tudo isso não é real.

Mas eu estou me iludindo. Essa é a realidade maldita que estou vivendo. Hwe-seung assassinou minha mãe. 

Mesmo no automático, dei um curto depoimento para a oficial, fazendo questão de dizer quem eu achava que era o responsável por isso. Também precisei explicar sobre as provas no meu celular quebrado. 

Depois de tudo isso, fui deixada na frente do meu condomínio e ainda agindo completamente no automático, subi as escadas e logo eu já estava no meu apartamento. Percebi que já passava da meia noite. 

ㅡ Karina… 

Fechei os olhos e me sentei com as costas contra a porta, me permitindo chorar compulsivamente. Eu sentia uma dor que eu não consigo explicar. Meu pai arrancou um pedaço tão importante de mim que parecia que eu iria desmaiar a qualquer hora. 

ㅡ Karina… ㅡ Dessa vez, ao invés de sentir medo, tentei encontrar conforto na voz em minha cabeça. Primeiro Yeoreum, agora minha mãe… eu me sentia totalmente quebrada. 

Mas logo um sentimento ruim nasceu dentro de mim. O ódio. Com certeza, Yoo Hwe-seung me pagaria por ter tirado a vida da minha mãe. Ele iria pagar…

ㅡ Dessa vez, você desenhou algo pegando fogo, seria uma casa? 

Olhei para o primeiro desenho colorido que fiz com os mesmos olhos vazios de sempre. As cores dos lápis fortes nas chamas me traziam certo desconforto, pareciam reais demais. 

ㅡ Acho que é uma casa… ㅡ Dei de ombros e apertei a barra do meu short branco, assim como o restante das minhas roupas. A mulher na minha frente, também fardada de branco e com um crachá no pescoço, sorriu. 

ㅡ Você nunca me mostrou desenhos coloridos, acha que isso tem algo haver com suas emoções mais recentes? 

Meu corpo tremeu e não respondi aquela pergunta. 

ㅡ Como você está se sentindo agora, Jimin?

ㅡ … ㅡ Meu silêncio tinha um peso horrível. Eu não estava bem, eu estava quebrando. 

Mas ainda existia a Winter…

ㅡ Winter? ㅡ A mulher sorriu e seus olhos se desviaram para os inúmeros desenhos espalhados pela mesa branca. ㅡ Tudo fica mais estranho e… alegre, quando você pensa nela. 

Acho que ela tem razão. 

[...]

Fiquei uma semana sem ir pra escola, estava sem ânimo, sem emocional e sem físico para sair do meu quarto ou sequer levantar da cama. Mas hoje, uma terça-feira fria de novembro, me obriguei a ir. Estava tudo normal, como sempre, mas para mim não. Todo lugar que eu olhava, eu via Yeoreum ou minha mãe, e em algumas vezes, eu acabava vendo Hwe-seung da mesma forma que ele aparecia em meus sonhos. Eu estava me sentindo extremamente ansiosa e estressada.