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Eu e Taehyung estamos novamente no shopping. Sinceramente, me sinto esperançosa com esse plano. Neste momento, estamos escolhendo alguns acessórios para compor os looks do meu "namorado de mentira".

— Aí, Jennie — ele me chama, e eu resmungo um "hum".
— Você deve ser bem desocupada pra se esforçar tanto por um plano desses — a frase me faz revirar os olhos e suspirar fundo.

— Não me irrita, Kim Taehyung — digo, sem olhar pra ele, concentrada nas joias expostas.

— Só tô dizendo que não precisa fazer tudo isso por um babaca que não tá nem aí pra você, Jen. Sei lá, só segue em frente como uma pessoa normal — ele fala com uma voz suave, o que me irrita ainda mais. Me viro para encará-lo.

— Primeiro: eu não te dei liberdade pra opinar nas minhas decisões. Segundo: se odeia tanto esse plano, por que aceitou? — pergunto, me segurando pra não beliscar esse idiota.

— Porque você vai me pagar, né — ele responde, tirando as mãos do bolso e erguendo-as ao lado do corpo, com as palmas pra cima.

— Então cala a boca e faz o que eu mandar — digo, voltando a analisar os acessórios.

— Tá bom, senhorita.

Passamos o dia comprando roupas e acessórios, mas isso não seria suficiente. Taehyung também precisa se destacar em algo — de preferência, em algum esporte. Durante o almoço num restaurante do shopping, decido sondar um pouco mais.

— Você é bom em alguma coisa? É importante que tenha alguma habilidade que chame atenção.

— Eu sei tocar saxofone... e gosto de desenhar — ele responde, voltando a comer.

— Nada disso tem graça — comento, vendo-o franzir as sobrancelhas sem dizer nada. — Vamos ver se você se dá bem em algum esporte.

— Como assim? — ele pergunta, colocando os talheres ao lado do prato.

— Ué, vamos testar os esportes mais populares da escola e ver em qual você se encaixa — respondo, e ele solta uma risada breve.

— Eu acho que isso não vai dar certo, Jen. Eu sou muito sedentário — diz, balançando a cabeça.

— Pois agora vai deixar de ser. Se esforça, viu? — ele apenas suspira e solta um "tá bom".

Ainda naquele dia, levei-o para experimentar três esportes: futebol americano, rugby e basquete.

No primeiro, ele foi um desastre. Definitivamente, não nasceu pra jogar futebol americano.

— Senhorita Kim, acho que ele se sairia melhor em outro esporte — disse o treinador, enquanto observávamos Taehyung sendo atingido por bolas ovais arremessadas por um robô.

— Concordo plenamente.

No treino de basquete, ele até que não foi mal. Mas, se fosse esse o esporte escolhido, ele teria que superar o Yoongi — algo impossível em tão pouco tempo.

— Com bastante treino, ele pode melhorar, mas por enquanto, seria um jogador mediano — avaliou o treinador.

— Vamos deixar esse como plano B — respondi, levando Taehyung para o próximo treino.

Ele precisa ser bom em rugby. Mas, sinceramente, minhas expectativas estavam baixas — esse esporte é mais difícil que os outros.

A aula começou com orientações de segurança e instruções sobre o uniforme. Depois, Taehyung passou um bom tempo patinando na pista de gelo, tentando se equilibrar. Estava ficando entediada; demorava tanto... Será que ele era mesmo tão ruim?

Depois de um tempo, o treinador o mandou se trocar. Taehyung voltou com um enorme sorriso no rosto. Seria um bom sinal?

— Senhorita — o treinador me chamou, também sorrindo — ele é ótimo, tem um talento nato! — um sorriso surgiu no meu rosto instantaneamente. — Posso continuar como treinador dele?

— Claro! Quantos treinos forem necessários! — me animei, e logo Taehyung se aproximou.

— Você tinha razão, gostei muito de rugby! — disse, sem esconder o sorriso.

— Eu sempre tenho razão, Tae.

Antes de irmos embora, paramos numa sorveteria. Taehyung insistiu em pagar os dois sorvetes, o que não fez muito sentido pra mim. Mas ele disse que se sentia mal por não pagar nada, depois de eu ter gasto tanto dinheiro com ele. Mal sabe ele que isso não foi nada.

— Achei que você pediria um sabor mais exótico — ele comentou.

— Mas flocos é o meu favorito, não entendi.

— Sei lá... sempre achei que pessoas ricas só comessem coisas saudáveis e diferentes — ele disse, dando uma colherada no seu sorvete de chocolate.

— Esse não é o meu caso. Definitivamente não gosto de coisas saudáveis — respondi, simples. Ele riu.

— Cada vez mais percebo o quanto você é diferente do que aparenta, Jen.

— E isso é bom? — perguntei, franzindo as sobrancelhas.

— É. Muito bom, na verdade.

— Tae — chamei, e ele me olhou. — A gente vai ser o melhor casal que aquela escola já viu.

Ele corou levemente e sorriu, tímido.

— Vamos sim.