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Lisa ainda estava atônita, sentada em seu novo apartamento em Seoul, pensando no último encontro inesperado com Roseanne e na ordem disfarçada de pedido para se juntar à PCHe, a empresa que Lisa sempre sonhou em fazer parte desde que chegou à Coréia do Sul, e a pergunta que ecoava em sua mente era: "Deveria ou não aceitar?"

Por um lado, a oportunidade dos seus sonhos, embora ela não se resumisse mais a ele, estava ali ao alcance de suas mãos. Por outro, a sombra do passado a atormentava. Apenas um mês restava antes que seu contrato de intercâmbio terminasse, e Lisa teria que decidir se voltaria para a Tailândia ou continuaria na Coréia. E ela ainda não queria voltar.

Ela lembrava claramente do dia em que Rosé desaparecera sem deixar vestígios, sem sequer dar uma explicação para sua partida. Agora, ela queria que Lisa se juntasse à PCHe, do nada, depois de recusar que a mais nova fizesse o teste como trainee mesmo atrasada. Por que ela mudou de opinião? Estava ela com ciúmes da Jennie? Isso faria sentido, porque até mesmo a morena parecia querer atingir a outra nos últimos tempos, mas Lisa tinha suas dúvidas.

Experimentando uma sensação de urgência que a deixou momentaneamente sem pensamentos coesos, Lisa decidiu que não podia simplesmente aceitar o convite sem saber a verdade. Aquela verdade nunca dita há quase uma década...

Ela pegou o telefone e discou o número que Roseanne tinha deixado num cartão na mão dela naquele dia.

Rosé atendeu após alguns toques. — Lisa? — Se estava surpresa, não demonstrou na voz. — E então, pensou na minha proposta? — Não conseguiu evitar o tom triunfante.

— Sim, Rosé, sou eu, — Lisa respondeu com uma voz um tanto trêmula. — Eu ainda estou considerando, mas primeiro preciso que você me conte a verdade. E você sabe a que me refiro. Lembra daquele dia, 9 anos atrás, quando você fugiu? Você nunca mais entrou em contato, e nada justifica o que você fez, porque você sabia como eu me sentia, eu sei que sabia-...

Park hesitou por um momento, mas depois assentiu mesmo que a outra não pudesse ver. — Eu cometi um erro e não soube lidar com ele depois.

— Só isso? — Lisa ri do outro lado da linha, sem achar graça. — Isso é tudo que você tem pra me dizer?

— Quer saber? Eu vou te contar a verdade, mas só se aceitar vir para PCHe e para isso você não pode contar para a Jennie. Ela não pode saber.

— Você não tem direito de pedir nada para mim.

Lisa encerrou a chamada com seu coração pesado de incerteza. Ela sabia que sua inclinação em aceitar o convite tinha sido motivada não só por seus antigos ideais, mas também por um desejo de curar a parte de si que havia sido ferida muitos anos antes por causa de Rosé.

O critério que a loira tinha sugerido pairava sobre ela.

Lisa ponderou sobre como esconder a verdade de Jennie afetaria seu relacionamento, mas também se contasse duvidava muito que ela aceitasse numa boa. Não quando ela estaria caindo nas garras de Park Chaeyoung. E elas duas se odiavam.