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LOS ANGELES, CA. August 15th, 2018.
Dois meses se passaram, e eu ainda continuo sonhando com ele todo santo dia. E hoje eu acordei novamente assustada e suada.
Sempre que sonho com Oliver, ele está no carro comigo, e com a minha mãe. Eu falava algumas coisas sem sentido só para fazê-lo rir, e logo o carro bate. Essa cena se repete todo dia.
Me sento na cama ainda ofegante, minha franja grudada na testa suada, meu coração acelerado e meu rosto encharcado por lágrimas. Eu suspiro retirando os fios de cabelo do meu rosto, controlando a respiração até voltar ao normal.
Eram exatamente quatro e trinta e cinco da madrugada, novamente. Não sei o que está acontecendo essa semana, mas eu sempre acordo no mesmo horário, por causa do mesmo sonho e com o mesmo desespero. Acho que estou à beira da morte.
Estico o meu braço para pegar o copo com água na escrivaninha ao lado da minha cama, acho que essa água está aí faz alguns dias, mas isso é a menor das minhas preocupações. Bebo uns quatro ou cinco goles, e devolvo o copo de vidro para a mesinha de madeira.
Tenho um hábito estranho de deixar o celular debaixo do travesseiro, logo eu o agarro sem tirar a almofada retangular de cima.
Quando ligo o celular, o brilho do eletrônico ilumina o meu rosto, mas sem ser exagerado. Vou até as mensagens, e procuro o contato de Ava.
Ava costumava acordar no mesmo horário que o meu na maioria das vezes, então sempre acabo indo para sua casa ainda de madrugada.
"oi" "ava" "tá acordada?"
Mando as seguintes mensagens e espero a mesma responder, e após dois minutos, Ava responde.
"Tô sim" "O que aconteceu?"
"posso ir pra sua casa?"
"Claro que pode" "Tô descendo já"
A casa de Ava nessas situações era o meu porto seguro, na verdade... sempre foi. Nunca me senti tão confortável na minha própria residência, e Ava sabia disso. Eu odeio continuar em casa depois de sonhar com Oliver, não consigo mais contar quantas vezes já dormi chorando no chão do quarto dele.
A casa de Ava ficava quase que na mesma rua que a minha, então eu praticamente morava lá. Me levanto da cama, agarro a minha mochila e coloco algumas porções de roupas dentro dela, pego também o meu fone de ouvido e o meu carregador, coloco os sapatos nos pés e saio. A chave daqui sempre ficava na minha mochila, então não me preocupei em procurar.