Beyond The Scars

POV LAUREN JAUREGUI

Colocar os pés no meu apartamento me fez perceber que eu não estava de fato sonhando. Realmente, tudo foi real. Camila é real. Nós duas juntas somos real. Somente essa constatação fez as borboletas borbulharem no meu estômago.

– Meu Deus — suspirei sorrindo ainda desacreditada.

Eu precisava ver os meus pais, ver a minha irmã, conversar com a Mani, planejar as aulas da semana... precisava fazer tanto, mas só consegui me jogar no sofá e pensar na minha Camila.

Minha Camila?! O quão louco tudo isso é? O qual surreal é pensar em Karla Camila Cabello e poder chamá-la de minha?

Talvez, se não fosse as vozes vindo do corredor do meu apartamento, eu passaria o restante da minha vida ali, deitada naquele sofá relembrando cada momento que compartilhamos juntas.

– Qual foi, brutamonte? Eu já fiz aulas de judô, sabia? — ouvi a voz irritada da minha melhor amiga.

O pulo que dei do sofá foi imediato, não por medo da minha amiga apanhar, mas sim com medo do que ela poderia fazer com o Alef, meu mais novo segurança. Meu Deus, eu simplesmente tenho um segurança.

– Calma, calma — pedi ao abrir a porta — Alef, essa é a minha melhor amiga, Normani — avisei imediatamente — ela tem livre acesso a mim — afirmei.

Camila havia me peço para fazer uma lista com todas as pessoas que jamais representariam risco nenhum a mim para que os meus seguranças estivessem cientes de quando agir ou não. Mas, acabei não parando para de fato fazer isso. Burrice minha!

– Tudo bem, senhora Jauregui — ele assentiu ao deixar a passagem livre para a minha amiga.

– Que coisa! — Normani resmungou ao passar quase que trombando no homem e entrar.

Prendi o riso, pedindo desculpas ao Alef e fechei a porta, me deparando com um par de olhos acusatórios ao meu virar.

– Quem diabos é esse Alef? Desde quando você tem cão de guarda? — questionou de presa.

– Desde que a minha mulher julgou e decidiu ser algo indispensável — afirmei prendendo o sorriso.

– Ahh, a sua.. — Normani parou de falar ao se dar conta da minha frase — sua mulher? Meu Deus! A sua mulher! — gritou surpresa — Lauren, meu Deus! Você jura? É sério isso? —  questionou extasiada

– Juro — não contive o sorriso — conversamos, nos resolvemos e.. — suspirei — eu estou completamente apaixonada, Mani — afirmei — de corpo e alma — sorri para ela.

– Eu tô toda arrepiada — me mostrou o seu braço — por Deus, Lern! Me abraça agora! — afirmou ao se jogar nos meus braços.

Do abraço, pulamos para o sofá e obviamente, eu contei tudo para a minha melhor amiga.

– Sinto como se, em algum momento, o amor se tornou algo palpável para mim — defini — descrever não chega nem perto de sentir, mas aquela mulher tem ressignificado muitas coisas para mim. É assustador sentir tudo o que eu estou sentindo nessa proporção tão grande, mas o conforto, a segurança e a paz que ela tem me trago muda tudo — suspirei.

– Eu entendo completamente pq nunca te vi tão feliz assim, com os olhos tão brilhosos e apaixonantes — afirmou — o amor requer muita coragem, estou orgulhosa e feliz por você, Lern! — me abraçou novamente.

– Te amo, Mani! Obrigada por me incentivar a seguir o meu coração — suspirei — espero que a Helena lide bem com isso. Não quero ser um peso na relação delas ou algo do tipo — admiti minha insegurança.