Uma Cor Para as Páginas

Dia 18 de Agosto, Quarta-Feira, 10:00 da Manhã.

- Pode entrar o próximo.

Era minha vez de fazer bonito.

- Vamos ver... John Bethet, 18 anos, 9 anos estudando na capital e é um especialista nato nas formas de arte.

- Certamente um currículo impressionante. - Me gabo.

- Concordo com sua afirmação. Mas o que pretende ao se juntar a nossa editora?

- Me testar. - Respondo seco.

- Só isso?

- Também ver se consegui absorver todo o conhecimento e técnicas em um trabalho sincero.

- É um bom teste, ainda mais pelo número exorbitante de cursos que tem aqui, como se lembra de todos?

- Fui anotando ao longo dos anos, minha memória não é muito boa pra essas coisas.

- Veremos em breve se sua habilidade é suficiente pra compensar a falta de memória.

Acho que eu ser o único com uma resposta diferente influencia no fim.

- Logo vamos te ligar para marcar seu período de experiência e testes.

- Voltarei com prazer.

- Vamos ver se sua opinião não vai mudar até lá.

- Sinceramente espero que não.

10:15 da Manhã.

A felicidade quando sai daquele prédio foi sincera e no mínimo assustei algumas pessoas.

- Fico preocupado te vendo assim.

Leonard estranhamente estava comendo um cachorro quente.

- Não posso nem comemorar minha mais nova conquista?

- O emprego? - Ele parecia confuso.

- Claro!

- Fico feliz por você finalmente ter criado vergonha na cara e ter começado a trabalhar.

- Cara, você não pode uma vez só me elogiar sem parecer ofensivo?

- Desculpa se sou sincero demais.

- Acho que seria mais fácil dizer irônico demais as vezes.

- Isso é o que você acha.

10:35 da Manhã.

Chegando em casa, pra curar o tédio eu decidi pintar alguma coisa, afinal desde que cheguei aqui eu não mexi nas minhas porcar- instrumentos de desenho.

Depois de pegar tudo, eu precisava pensar em um bom canto pra pintar sem ninguém cogitar em me incomodar.

Ai lembrei que na parte de trás da casa era tranquilo, afinal essa cidade ainda tinha seu lado de estar localizada no meio do mato.

10:55 da Manhã.

Quando julguei que tudo estava nos conformes, eu comecei.

12:00.

Meu pai chega em casa e encara minha mãe que estava estática, encarando algo.

- O que você tanto olha?

- Observe. - Ela aponta até mim.

Nessa altura eu já tinha feito um bom progresso com a minha paisagem.

As árvores se formavam junto do sombreamento, o céu estava para ser formado e o gramado ao meu redor ainda era só um esboço.

- Ele está pintando?