????? ?????????? sempre acreditou levar uma vida sem grandes motivos para se queixar. Tinha uma boa rela??o com a família e um amor incondicional pelo irm?o, Steve Harrington. No entanto, por trás dessa vis?o aparentemente tranquila...
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⤿ CALIFÓRNIA, COLFAX 01/09/1979
𝗘𝗦𝗧𝗔𝗩𝗔 𝗖𝗢𝗠 𝗔𝗦 𝗠Ã𝗢𝗦 𝗡𝗢𝗦 𝗕𝗢𝗟𝗦𝗢𝗦 do meu casaco, caminhando pelas ruas de minha cidade. Já estava meio tarde, e o silêncio completo às vezes era quebrado pelo barulho das folhas secas quando eu as pisava.
Levando em consideração que estar andando sozinha, em uma rua escura e deserta, tendo apenas dez anos, pode parecer problemático, devo dizer que não é. Colfax, a cidade onde moro, não tem nada de perigosa. É quase como um lugar apagado do mapa, desconhecido pelo mundo, e eu mesma me surpreendo por ainda conseguir ter algum tipo de vida social nesse lugar.
Meus pais sempre foram protetores, tanto comigo quanto com meu irmão, Steve, e eu nunca compreendi direito o motivo. Vivemos nessa cidade desde sempre e todos sabem que o perigo aqui é praticamente inexistente, uma ideia distante.
Ainda assim, eles nunca nos privaram de quase nada. Por isso, posso dizer que, no momento, estava voltando da casa de uma... amiga.
Assim que dobrei a esquina da minha rua, franzi o cenho imediatamente, tirei as mãos dos bolsos do casaco e senti meu coração acelerar de um jeito estranho.
Ao avistar a casa conhecida, não foi difícil me deparar com viaturas da polícia e uma ambulância parada em frente, o que me fez acelerar os passos com inquietação crescente. A única pergunta que martelava na minha cabeça naquele momento era o que, em nome de tudo, poderia ter acontecido.
Passei pela confusão, desviando dos paramédicos apressados, até finalmente alcançar a porta.
― O que houve aqui? - Questionei ao avistar Steve próximo da nossa mãe. Ela chorava compulsivamente, enquanto meu irmão estava com os olhos marejados. E acredite, aquilo era estranho. Eu nunca tinha visto Steve à beira do choro antes. Pelo menos não que me lembre de alguma vez.
