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Epílogo - alguns finais podem ser (re)come?os

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Naquela altura, já era para ter se acostumado, mas como? Havia um quê de frio na barriga, tensão e um encantamento quase etéreo. E ele só fazia parte da plateia.

Como acontecia em todo show, já havia consumido todo seu refrigerante antes mesmo do artista subir ao palco. Pegou o celular e checou as horas outra vez, o show começaria em quinze minutos e nada daqueles dois voltarem, onde haviam ido comprar aqueles doces? No Brasil?

— Antes que você reclame — ouviu a voz do amigo e se virou, o semblante já exibindo toda a sua impaciência — a fila estava imensa e Yoon percebeu que precisava usar o banheiro bem quando estávamos voltando.

— Não seja mentiroso, Jimin — Min vinha logo atrás — foi você quem quis ir! — revirou os olhos, se acomodando em seu lugar. — Sempre sobra pra mim, você nunca admite, né senhor atraso?

Jimin expressava sua melhor feição de coitadinho, prefeito da coitadolândia.

— E você me ama mesmo assim, não é verdade?

— Óbvio que sim — Jungkook observava a cena do casal meloso com o sorriso preso, mas não podia reclamar, uma vez que não era muito diferente.

— Muito bem — chamou a atenção para si — cadê o meu? — olhava para as mãos do casal em busca do seu pacote de doces, precisava mastigar alguma coisa urgentemente.

— Aqui, morto de fome — Yoongi estendeu o pacote pardo para ele e nem mesmo recebeu um "muito obrigado", voltou sua atenção para Jimin e deixaram Jungkook afundado em sua mastigação ansiosa por uns minutos.

Procurava com os dedos a última bolinha de amêndoa caramelizada, quando Jimin se virou novamente para ele.

— Nem te contei — Jeon encontrou a castanha e a jogou na boca, olhando o amigo no processo — sabe a casa de campo que estamos há semanas tentando alugar?

— Sei — será que ainda havia castanhas ali? Olhou o pacotinho quase intocado no suporte da cadeira de Park — você não vai comer isso?

Jimin pegou o pacote, levemente irritado pela falta de atenção de Jungkook, e entregou em sua mão.

— Continuando — suspirou — conseguimos alugar para o final de semana, vamos poder dar a festa no sábado, e domingo podemos ficar lá para descansar.

— Isso é ótimo, Ji — jogou um punhado de amêndoas na boca — a casa vai combinar com o tema da festa.

— Foi o que eu disse ao Yoongi! — sua voz revelava como o aluguel daquele lugar tinha sido cansativo ao casal nos últimos dias. — Uma casa de madeira no campo, ideal para comemorar nossas bodas de madeira! Precisava ser lá — repousou as costas de volta ao encosto do assento — você não imagina o alívio.

— Ah, imagino sim — limpou o farelo da calça com as mãos, embrulhando o pacote e devolvendo ao suporte na cadeira de Jimin. — Mexer com evento é cansativo, não sei como você tem ânimo pra fazer isso todo ano.

Jungkook tinha razão, era cansativo, mas para Jimin era além disso. Comemorações sempre fora algo que apreciava, e depois de se casar, se viu ainda mais ativo nesse meio. Com a joalheria do marido prosperando mais a cada ano, organizar eventos se tornou seu emprego principal, a dança acabou ficando como trabalho secundário. Fora os aniversários e as bodas de casamento que fazia questão de organizar ao menos uma festa menor todos os anos.

As luzes do anfiteatro alteraram, anunciando a aproximação do início do show. Jungkook se ajeitou ainda melhor na cadeira, por hábito passou as mãos no cabelo e esperou. Mesmo depois de alguns anos o acompanhando aos shows que podia ir, não se acostumava. Principalmente àqueles em Seul, onde geralmente aconteciam as aberturas e os fechamentos.

A história (talvez fatal) de como o coelho se apaixonou pelo ursoOnde histórias criam vida. Descubra agora