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𝖱𝖺𝖿𝖾 𝖢𝖺𝗆𝖾𝗋𝗈𝗇 

Me sento na borda da piscina com os pés dentro da água e um baseado na mão e logo flashbacks da noite em que estávamos aqui e mais uma vez precisei ser rude com ela. Deus, como eu odeio agir assim com ela.

Como explicar o que eu sinto pela Sophie sem parecer um psicopata? Bom, acho que não existe um jeito para isso.

A família Williams se mudou para cá quando a Olivia estava grávida da Sophie e de cara eu e Nate, irmão mais velho dela, viramos amigos, por termos a mesma idade. E assim, acabei presenciando várias coisas da família que a Sarah não faz ideia, já que ela era uma bebê na época. 

Alguns dias após o nascimento da Sophie, eu fui até a casa deles para brincar com o Nate e foi quando eu a vi pela primeira vez. Olivia perguntou se eu queria carregar ela um pouco e de início eu não quis aceitar, ela era tão pequena e frágil, feito uma boneca de porcelana, fiquei com medo de derrubá-la, mas enfim aceitei.

Me lembro detalhadamente de como aconteceu, porque ficou para sempre marcado na minha mente. 

Eu me sentei na poltrona que havia no quarto e Olivia a colocou em meu colo com cuidado. Sophie estava com os olhos fechados na hora, mas assim que a ajeitei em meus braços ela os abriu, me encarando com aqueles olhos arregalados. Eu tinha quatro anos e não sabia o que meu coração acelerado significava na época, mas conforme o tempo passava e eu ficava mais velho e a via crescer, o sentimentos começaram a surgir.

Começou com o instinto de proteção, eu vivia com a constante necessidade de a proteger de todos que a faziam mal, mas com o tempo foi se intensificando. Com 12 anos eu já sabia que a queria para mim, eu havia percebido que ela nasceu para ser minha e apenas minha, a ideia de outro filho da puta se aproximando dela era absurda para mim, não havia chances de eu deixar isso acontecer.

Eu sempre soube que ela era apaixonada por mim, mas não havia muito o que eu pudesse fazer, infelizmente nossa diferença de idade conta muito, principalmente por ela ainda ser de menor, então sempre a mantive o mais distante possível. Até onde ela sabe.

A tratar com indiferença e como se ela não significasse nada para mim me corrói por dentro, mas infelizmente preciso fazer isso. Conheço Sophie como a palma da minha mão e sei que se eu desse qualquer brecha, ela pensaria que algo pode rolar entre nós e isso não pode acontecer, não agora.

── Pensando na Sophie? ── a voz de Sarah ecoa em meu ouvido, me despertando de meus pensamentos

── O que te faz achar que eu pensaria naquela pirralha? ── pergunto, forçando a indiferença a sair em cada palavra de minha boca

── Ah, Rafe! Quer mentir logo para mim? Por favor, né! Sei exatamente o que você sente por ela, o quanto você é apaixonado por ela ── ela sussurra a última parte em meu ouvido

A empurro levemente e me levanto, dando uma tragada em meu beck.

── Sabe o que eu acho? Que você está ficando louca ── faço menção de entrar em casa, mas paro ao ouvir sua voz novamente

── Que pena então, estava enganada. Bom saber que não sente nada por ela, até porque você já a perdeu de qualquer forma ── me viro bruscamente, fechando minha cara e vejo um sorriso crescendo em seu rosto

── O que quer dizer com isso? ── pergunto irritado, esquecendo completamente de agir como se não me importasse, até porque, eu me importo

── Nada demais! É só que ela está em um encontro com o JJ, um cara que parece realmente reconhece os encantos dela. Fico muito feliz por minha amiga, até porque, vamos concordar né? Ele é um gostoso