Ocean

C/🦢

O dia amanheceu de novo, e já estamos de volta a Alemanha, hoje estava mais tedioso, era o aniversário da minha irmã, Heloísa, eu e ela éramos como unha e carne, não nos desgrudávamos por nada. Até um dia que, o Tom e o Bill fizeram uma seleção para a escolha de mais um integrante, nós já nos conhecíamos e tals, mas por esse detalhe, quem escolheria seriam os sócios de fora da banda.

Eu e a Heloísa fizemos a inscrição, e chegou o dia do ensaio. Podíamos escolher no que queríamos mostrar o que sabíamos fazer, eu tinha uma voz horrível, então fiquei nos instrumentos, eu sabia tocar praticamente tudo, o baixo, a guitarra e a bateria. Já minha irmã? Tinha uma voz perfeita, e mesmo sendo muito amigas, éramos muito competitivas uma para com a outra, então a gente esquecia da fraternidade em momentos como aquele.

Fizemos os testes de: idioma - eu manjo nesse -, e de som. Quando terminamos os testes, os resultados saíram no mesmo dia, no mesmo momento, e grande parte eram meninas, se tinham garotos eram um ou dois.

Eu lembro exatamente de cada coisa dita naquele dia. Tanto na discussão que eu tive com ela tanto com o que os sócios disseram, Bill respondeu por todos:

– Bom, pessoal. Com base na avaliação de cada um, percebemos que todos aqui tem muito talento e que vai crescer muito. — Ele levantou e olhou pra folha. – Mas, uma pessoa em específico, chamou muito a nossa atenção, com um bom desenvolvimento em instrumentos e idiomas.

Eu gelei, porque uma garota fez as mesmas coisas que eu. Tom prosseguiu:

– E ela mandou muito bem na guitarra... – Tá, já saquei que era uma menina – Mas sem enrolação, queremos dar as boas vindas a mais nova guitarrista da Tokio Hotel... Ana Clara Miller, demonstrou confiança desde o início do teste e carisma.

Quando o Tom falou meu nome, eu só pude notar o olhar repudiado de Heloísa sobre mim, me olhava com ganância, ódio, raiva e... Por que eu senti inveja...?

Antes, eu estava na plateia, gritando pelo nome deles e olhando admirada por saber que os mesmos meninos que dividiam creche comigo, iriam dividir palco também.

Os meninos me abraçaram e falando que eu ia me sair super bem, sinceramente, eu acreditava neles.

O verdadeiro inferno foi quando eu e minha irmã chegamos em casa, estava tudo quieto mas foi a minha mãe abrir a boca:

– E aí, meninas? Quem ganhou? - perguntou sem intenção, pelo o que lembro.

– Pergunta pra sua filhinha, aposto que ela vai amar contar como que tirou o lugar de todo mundo. - Heloísa disse e saiu, e eu fui atrás

– Heloísa! O que foi que deu em você? - pergutei a puxando pelo ombro

– Você ainda perguna, Ana Clara? Você sabia o quanto esse teste era importante era pra mim, era a única chance que eu tinha do Tom finalmente me enxergar, e ver que não é só você que existe! - Os olhos dela se encheram de lágrimas

– Como assim, garota!? Do que você tá falando? Enlouqueceu de vez, foi? - Perguntei sem entender nada

– Não se faz de inocente, Ana, você queria isso, porque você sabe que o Tom e o Bill, assim como todos os meninos só olham pra você, sempre querendo falar só com você!

Eu soltei um riso seco, frio, no qual eu não me importava mais com nada.

– Como assim, eles já falaram várias vezes com você. Eu não queria mais falar sobre isso com você, mas sabe a verdade. Você vive se atirando pro Tom, por isso eles se afastaram de você e de mim não, porque eu nunca precisei fingir ser alguém que eu não era por causa de amizade. - Falei, com desprezo nas palavras.