抖阴社区

Tudo normal

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Eu não falei nada pra ninguém.

O resto do dia seguiu como se nada tivesse acontecido. Como se eu não tivesse sido jogado no chão de um banheiro por três idiotas que nem valiam meu tempo.

Não era a primeira vez que eu lidava com isso. Não seria a última.

E, honestamente? Eu só queria esquecer.

— Mano, tu tá na lua? — Jeongin estalou os dedos na minha frente, me puxando de volta pra realidade. — Perguntei três vezes se tu quer ir comigo e com a Giselle comer algo depois da aula.

— Ah. Sim, claro — respondi sem pensar muito.

Eu não tava com fome, mas também não queria ficar sozinho.

Jeongin me olhou meio desconfiado, mas não insistiu.

— Tá. Então não enrola depois da última aula.

A gente tava no intervalo, sentados do lado de fora da escola. O clima tava bom, com um vento fresco cortando o calor da tarde. Devia ser um dia tranquilo.

Mas eu sentia minha camisa grudando na pele onde os socos tinham acertado. Cada vez que me mexia, a dor dava um aviso de que tava ali.

E eu ignorava.

— Vocês viram a nova professora de história? — Giselle chegou sentando do meu lado, largando a mochila no chão. — a mana parece um modelo de revista.

— Ah, pronto — Jeongin revirou os olhos. — Já sabemos que ela vai ter média dez.

— E você não? — Giselle arqueou a sobrancelha.

— Eu não preciso de incentivo externo pra ser inteligente.

— Fala isso pro seu boletim.

Jeongin jogou um pedaço de pão nela.

Eu ri.

Pelo menos com eles, minha mente conseguia desligar um pouco.

Mas a sensação de que alguém me olhava não ia embora.

No final do dia, a dor já tinha virado um incômodo surdo, algo que dava pra ignorar se eu não pensasse muito.

Jeongin, Giselle e eu fomos pra uma lanchonete perto da escola. Eles estavam falando alguma coisa sobre um reality show, mas eu tava só mexendo no meu milkshake, girando o canudo sem prestar muita atenção.

Até que alguém entrou pela porta.

E eu senti meu estômago revirar.

Era ele.

O cara que tinha me acertado no banheiro.

E, claro, não tava sozinho.

Eles passaram pela gente como se eu fosse invisível. Como se não tivessem encostado um dedo em mim horas antes.

Eu apertei o copo na mão, sentindo o plástico ceder um pouco.

— Ei, tu tá bem? — Giselle perguntou, me olhando com a testa franzida.

— Tô — respondi rápido demais.

Ela não pareceu convencida.

Mas, de novo, não insistiu.

Eu continuei ali, fingindo que nada tinha acontecido.

Que tava tudo normal.

Porque, no final, era isso mesmo.

Normal.

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Minha vida seguiu normalmente.

O que, na prática, queria dizer que eu continuei fingindo que nada tinha acontecido.

Mas toda vez que eu passava por um corredor mais vazio, sentia meu corpo tenso. Meus ombros subiam um pouco, meus passos aceleravam. Era um instinto automático, um reflexo que eu odiava.

Porque eu não ia dar pra eles a satisfação de me ver com medo.

— Seungmin, cê pode parar de ficar olhando por cima do ombro como se tivesse sendo perseguido? Tá me dando nervoso — Jeongin reclamou, largando o celular no colo.

— Eu não tô olhando nada.

— Tá sim.

— Não tô.

— Tá tão na defensiva que já entregou.

Revirei os olhos e continuei andando. Ele bufou, mas não insistiu mais.

A gente tava indo pro dormitório, e eu só queria deitar na minha cama e fingir que o mundo não existia por algumas horas. Mas, quando abrimos a porta, adivinha quem tava lá?

Bang Chan.

Jogando uma bolinha de tênis contra a parede, como se fosse a coisa mais divertida do universo.

— O que foi? — Ele ergueu a sobrancelha ao ver minha cara de nojo.

— Nada. Só tava desejando que tu evaporasse.

Ele riu.

— Tenta mais forte, quem sabe funciona.

Joguei minha mochila na cama e me joguei logo em seguida. Jeongin sentou na cadeira da minha escrivaninha, girando de um lado pro outro.

— Ei, Bang Chan, como tu consegue ser tão feio assim? — Jeongin perguntou do nada.

— É um dom natural.

— Não duvido.

— Prefiro ser feio do que ser burro que nem tu.

— Pelo menos eu não pareço um idoso de 40 anos.

Eu ri. Bang Chan jogou a bolinha nele.

Tudo parecia normal.

Mas eu ainda sentia um peso no peito.

Ainda sentia que alguma coisa ia acontecer.

E, pelo jeito, eu tava certo.

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oiiiioi!! Sem comentários hoje, enfim, capitulo curto.

Não esqueçam de deixar seu comentário e seu voto que ajuda muito !!

Vejo vocês no proximo cap!

Strange EnemyOnde histórias criam vida. Descubra agora