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Capítulo 35

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Por Johan Falk

Acordei antes do amanhecer. Meu corpo ainda doía do soco da noite anterior, mas não tive tempo para pensar nisso.

Dois soldados do meu pai já estavam na porta, me esperando. Sem explicação. Sem escolha.

Fui arrancado do dormitório e levado até a frente do Instituto. O céu ainda estava escuro. O vento frio cortava minha pele. E lá estava ele.

Meu pai vestido com seu uniforme impecável, as mãos cruzadas nas costas, olhando para mim como se eu fosse um pedaço de carne podre.

Ao seu lado, um oficial que eu não conhecia.

— Johan Falk, você será transferido.

A voz do meu pai era um veredito. Meu peito apertou.

— Transferido para onde?

O oficial ao seu lado sorriu. Não gostei daquele sorriso. Era frio. Calculista.

— Seu pai acredita que seu treinamento aqui tem sido… brando demais.

Ele fez uma pausa. Aproveitando o momento.

— Por isso, você passará uma temporada no forte de Karlsborg.

Meu sangue gelou.

Karlsborg.

O nome era o bastante para qualquer cadete entender. Era o pior pesadelo de um jovem soldado. Treinamento brutal. Castigos físicos. Nenhum contato com o mundo exterior. Nenhum Erik.

— Isso não é um treinamento. — minha voz saiu mais rouca do que eu esperava.

Olhei diretamente para meu pai. Desafiador.

— Isso é punição.

O oficial apenas sorriu de novo. Mas meu pai permaneceu frio como pedra.

— Isso é o que um homem faz, Johan.

Ele deu um passo à frente. Ficamos frente a frente. Tão perto que pude sentir o cheiro do tabaco em seu uniforme.

— Você ainda pode escolher. — sua voz baixou.

— Se afastar desse verme. Corrigir seu caminho. Me provar que ainda é meu filho.

Meu coração batia forte. Se eu recuasse, poderia ficar. Se eu recuasse, poderia ver Erik de novo. Mas… Se eu recuasse, eu me tornaria tudo o que meu pai queria que eu fosse. E nunca mais olharia Erik nos olhos sem sentir vergonha. Então, mesmo sabendo o que me esperava… Mesmo sabendo que era suicídio… Eu cuspi no chão entre nós. A resposta estava dada.

O olhar de dele se fechou. Seu maxilar ficou rígido. Então ele virou as costas.

— Levem-no.

Dois soldados me agarraram pelos braços. Me arrastaram. Não resisti. Não lutei. Apenas ergui o rosto e olhei para trás uma última vez. Vi as janelas do dormitório. E, mesmo sabendo que Erik ainda dormia, quis acreditar que ele sentia minha ausência. Que ele acordaria e notaria que eu não estava lá. Que ele lutaria por mim.

Porque agora, a guerra tinha começado de verdade.

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