ANONYMOUS ~MINSUNGS

Han jisung

"Uma manhã com chuva calma as flores do jardim pingando no gramado, o cheiro de biscoitos invade as minhas narinas, aquele cheiro açucarado de massa de biscoitos com gotas de chocolate

Um homem de camisa azul não muito larga e um shorts de Tactel , ombros largos , aparece me abraçando, logo uma mulher grávida com os cabelos castanhos e ondulados e uma garota que provalmente tem seus 12 anos de idade ficam atrás de mim e me abraçam

O homem me levanta me abraçando e brincando comigo, tenho um sorriso em meu rosto, um sorriso de alguém que nunca teve traumas na mente, um sorriso de alguém que nunca foi abandonado pelo paí ou abusado pelo mesmo

Até que a imagem fique preta, minhas mãos com sangue, esse sangue é meu, o homem me olha com uma faca na mão e arranha com a ponta da faca, passa de meu pescoço para meu abdômen, fazendo um corte enorme que sangra sem parar

Fecho os meus olhos esperando a morte vir até mim"

- Acorda - diz a terapeuta batendo as duas mãos em frente ao meu rosto - bom o que viu? - fala a mulher a se sentar na poltrona a frente pegando uma prancheta e caneta esperando que eu falesse algo

Era um sonho, um sonho que logo virou o meu maior trauma da vida

- era minha família na época que tinha 8 anos, era meu aniversário, estávamos em uma casa de campo, estava chovendo, tinha biscoitos e um homem... - paro de falar quando lembro desse "certo homem", que eu possa dizer que é o meu pai

- e esse homem era seu pai certo? - falou a mulher sentada a frente olhando nos meus olhos em busca de alguma afirmação

Balanço a cabeça como sim, e procuro palavras para poder continuar a falar sobre o sonho

- ele me pega no colo e brinca comigo, eu estou com um sorriso enorme, todos da minha família estavam felizes, só que... - fasso uma pausa para respirar fundo e continuar - a vista começa a ficar preta e tem sangue nas minhas mãos, esse sangue era meu - a terapeuta arruma a sua postura deixando a prancheta e a caneta em cima da mesinha de centro, olhando para mim com olhar de preocupação - o homem me olha com uma faca, e... e ele passa a ponta da faca do meu pescoço até meu abdômen, fazendo um enorme corte, que faz sangrar bastante, eu me deito esperando a morte vir até mim

- e isso aconteceu de verdade com você?, ou só foi algo que sua cabeça criou?

- eu passei por isso, tenho a cicatriz, não é tão aparentemente no pescoço mas no peitoral e abdômen dá pra ver nítidamente - passo a mão pela cicatriz coberta por meu moletom - faz tempo que eu não tenho esses sonhos - digo ao lembrar que já sonhei com isso repetidamente

- bom , Han, quero que você nessa semana tente procurar o que está te fazendo ter esses sonhos, tipo alguém que te faz lembrar sobre isso, ou alguma ação, fala, alguma coisa, pra que semana que vem eu possa a te ajudar sobre isso - mulher diz se levantando abrindo a porta para mim, já que nossa sessão tinha acabado nesse momento

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A luz

Uma luz branca, uma sala branca, aparelhos ligado a mim , batimentos cardíacos subindo e descendo, um soro ligado a mim, e sangue