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Capítulo 13 - Desencontros

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As luzes do auditório começavam a ser apagadas, uma a uma, o som de passos e vozes distantes ecoava nos corredores ao redor. Blandine e Daniel ainda estavam ali, sozinhos.

Ela ergueu o objeto contra a luz de um dos refletores que ainda estava aceso. Daniel se inclinou ao lado dela, observando em silêncio.

- Você acha que dá pra ver alguma coisa? - murmurou ele.

- Há impressões, sim - respondeu Blandine, analisando o vidro com atenção. - Ela segurou com a mão esquerda enquanto palestrava, a mesma mão que ela utilizou para liberar o elevador no dia em que estivemos na Sky System, provavelmente é canhota.

Daniel franziu o cenho.

- E como vamos extrair digitais disso? Você pretende levar pra análise?

- Não podemos, não estamos aqui oficialmente e de qualquer forma, enviar para uma análise poderia demorar dias. Vamos fazer da mesma forma que se faz numa cena de crime - disse Blandine, com naturalidade. - Um pouco de pó de carvão e fita adesiva.

Daniel arqueou uma sobrancelha, olhando para ela com ironia.

- Certo... mas por acaso você carrega pó de carvão na bolsa?

Blandine soltou um suspiro exasperado.

- Droga... - murmurou, claramente irritada por não ter pensado nisso antes.

Ela guardou o copo cuidadosamente dentro da bolsa e olhou em volta para ter certeza de que ninguém mais estava no local. E com a cabeça fez sinal para que saíssem.

- Vamos até a casa do Marcus. Talvez ele tenha um pouco de carvão que possamos usar. Se não, daremos um jeito, essa digital é nossa única chance de acessar aquele laboratório.

Daniel a seguiu pelo corredor enquanto deixavam o auditório para trás. Do lado de fora do campus, o vento frio os envolveu fazendo o corpo de Blandine se arrepiar.

- E se conseguirmos extrair a digital? - perguntou ele, apertando o passo ao lado dela.

- Então... - disse Blandine, apertando a bolsa junto ao corpo - vamos fazer uma visita à Sky System.

Jones ainda estava no prédio da delegacia sentado em sua mesa com os pé apoiados sobre ela. Como de costume ele jogava sua bola de tênis para o alto na tentativa de fazer o tempo passar mais rápido.

Passando pelo corredor lateral, o delegado viu Jones e se aproximou.

- Jones, o que faz aqui até esta hora? - perguntou ele.

- Esperando...

- Esperando o que exatamente?

-Você! - respondeu Jones se endireitando na cadeira - Escuta que história é essa de arquivar a investigação?

- Você sabe que não há uma investigação sem uma queixa formal, não é, Jones? - respondeu o delegado puxando uma cadeira para se sentar.

- Nós estamos perto de descobrir algo, o computador usado para os ataques foi furtado. E nele havia uma espécie de programa de inteligência artificial, estamos prestes a receber as imagens do departamento de trânsito com a placa do carro do suspeito.

O delegado se recostou na cadeira, cruzando os braços. Seus olhos fixaram-se por um momento nos de Jones, ponderando o que acabara de ouvir.

BOT: A sinfonia das máquinasOnde histórias criam vida. Descubra agora