Lobos- Encontro De Almas| Livro 01| Concluído

Lídia...

Ao adentrar o escritório de Lucian, deparei-me com um assertivo:

— Eu não quero ver ninguém. Se retire.

No entanto, vi-me obrigada a desafiar sua ordem para transmitir a mensagem de Esmeralda. Ao ouvir-me, Lucian dirigiu-se apressadamente à sala, e eu o segui prontamente.

...

— Descobriu alguma coisa, por mínima que seja, sobre minha Aurora? — indagou Lucian, com a voz embargada e os olhos lacrimejantes.

Todos ali o observavam com tristeza.

Posicionei-me ao lado de Alma, que chorava como uma criança; em seguida, Romeu, Felipe e Dante uniram-se a nós.

— Sim, Lucian, temos notícias de Aurora... infelizmente, como já suspeitávamos, ela está morta — comunicou Jasmine, com a cabeça baixa.

Lucian fechou os olhos com força e, sob a pressão, as lágrimas caíram, desenhando linhas quase invisíveis em seu rosto.

— Eu lamento muito, rapaz — Esmeralda tocou seu ombro com pesar. — Minha neta foi uma guerreira, uma mulher admirável — ela fez uma pausa —, mas... tenho algo a mais a dizer aqui.

— O quê? — Lucian apoiou uma das mãos na parede e abaixou a cabeça, tentando se acalmar.

Esmeralda e Jasmine se entreolharam e, em seguida, fizeram um sinal com a cabeça para as pessoas atrás delas. Logo, um deles se adiantou para fora do palácio, mas retornou tão rapidamente quanto partira.

— Peço que nos perdoe por não termos falado antes, mas tudo o que fizemos foi pensando na segurança deles.

Lucian levantou a cabeça, seus olhos eram uma mistura de confusão e esperança.

— Do que está falando? — sua voz tremia levemente, como se temesse a resposta.

A porta se abriu lentamente, revelando Lucinda, que carregava uma criança que não devia ter um ano ainda, e olhava tudo com
curiosidade. Cada passo dela parecia ecoar no coração de Lucian, que
mal conseguia respirar.

— É sua filha — Esmeralda apontou para a criança nos braços de Lucinda, seu olhar gentil, mas firme.

Lucian ficou imóvel, sua mente lutando para processar aquelas palavras. Seus olhos se arregalaram, cheios de uma emoção crua e intensa.

— Minha filha? — seus olhos brilharam como os de um filhote descobrindo o mundo pela primeira vez. Ele deu um passo hesitante à frente, quase tropeçando na própria ansiedade.

Lucinda se aproximou com um sorriso suave e estendeu a criança para ele. Lucian, com as mãos trêmulas, pegou o bebê no colo, desajeitado, mas cuidadoso, como se segurasse um tesouro frágil.

O mundo ao redor pareceu desaparecer enquanto ele olhava para o rostinho da pequena, seus olhos dourados encontrando os dele. O cabelo dela era branco como a neve, igual ao de Aurora. Lucian sentiu uma onda de amor e proteção inundar seu coração, como se uma parte significativa dele tivesse finalmente retornado ao lugar.

— Ela é linda — sua voz saiu em um sussurro, cheia de admiração e reverência. Ele não conseguia desviar o olhar da bebê, fascinado pelos traços que lembravam tanto Aurora quanto ele.

As lágrimas brotaram, rolando silenciosamente por suas bochechas. Era como se, naquele instante, toda a dor e perda que ele sentira fossem substituídas por uma esperança renovada. Uma nova vida. Um novo começo. Uma família.

Alma, os betas, Dante e eu estávamos tão emocionados quanto o próprio Lucian.

— Ela é sim — disse o pai de Aurora, olhando para a neta com o mesmo fascínio de Lucian.