Candy Watson tem um plano: conquistar Nova York e fazer seu nome no jornalismo. Mas quando seu estágio dos sonhos a coloca lado a lado com Jungkook Jeon, capit?o do time de hóquei e irm?o da sua melhor amiga, tudo vira um verdadeiro jogo de resistên...
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A cidade está vermelha. E não por algum apocalipse ou feriado cívico — é porque hoje é dia de jogo. Quartas de final da ECAC. Cornell contra Yale. Rivalidade, tensão, cheiro de pipoca e suor no ar.
Caminho entre os corredores da arena com Hoseok e Mia, e é como se o mundo estivesse pulsando sob os nossos pés. Gente com o rosto pintado, camisetas coladas ao corpo, bandeiras tremulando, crianças nos ombros dos pais. Um cara toca uma corneta sem dó, e alguém grita de volta um "Vai Big Red!".
— Ele tá ali! — Hoseok diz, apontando discretamente com o queixo.
— Quem é esse? — pergunto, colocando a mão na cintura e estreitando os olhos como uma detetive de romance barato.
— Ah, é o Rob... não te contei dele ainda?
— Provavelmente contou. Mas eu devo ter esquecido depois do décimo.
Mia gargalha, ajustando a alça da bolsa.
— Que isso, versão oposta do Jungkook?
— Pois é. Reclamei tanto que acabei arrumando um irmão igual ao seu. O universo tem senso de humor péssimo.
— Parem de falar da minha vida amorosa como se eu não estivesse aqui — corta, revirando os olhos. — Nova York dá um banho em Virginia, e você senhorita Jung vai ter que concordar comigo — aperta minhas bochechas — Tchau pra vocês.
Mia me dá um beijo na bochecha e se despede também com a leveza de quem nasceu VIP.
Suspiro, rindo sozinha, e sigo descendo pelas escadas internas. O time de Yale já está lá, entrando com aquele jeitão de turistas que se acham locais. Mas basta o time de Cornell cruzar a entrada para a arena vir abaixo.
Desço os degraus que levam ao banco de reserva e meus olhos encontram ele.
Jungkook.
Sentado na ponta do banco, uniforme impecável, os braços apoiados nos joelhos, o olhar cravado no gelo como se estivesse tentando decifrar o futuro. Não vai jogar hoje, mas sua presença preenche o espaço como se fosse. Os dedos se mexem inquietos, tamborilando no tecido da calça. Conheço esse tique. Está nervoso.
