Ravena & Mutano

Enquanto todos nós estávamos na sala de estar assistindo a Friends, Ravena estava mais uma vez presa em seu quarto, o que não era novidade para mais ninguém, porque era o que ela fazia na maior parte do seu tempo, ela só fazia algo diferente quando estávamos em missões. Se bem a conheço era bastante provável que ela estaria lendo mais um livro qualquer, não se precisava ser um gênio da lâmpada para deduzir isso.

Lembro-me que uma vez entrei em seu quarto, não preciso nem citar o quão furiosa ela ficou, em minha defesa eu estava tremendo de curiosidade para saber como era o quarto da menina com olhos violetas. Todos os outros já o tinham visto, eu era o único que não então baseado nessas circunstancias não me pareceu uma ideia tão errada, afinal era apenas uma espiadinha, não era assim um pecado tão grande.

Mas, como minha sorte é grande Ravena apareceu justamente quando eu estava lá e juro nunca havia visto alguém tão brava quanto ela naquele momento, tanto é que como uma espécie de castigo ela me transformou em unicórnio por uma semana, e só desfez o feitiço porque os outros insistiram muito, pois por ela eu ainda seria um animal de quatro patas com um chifre na cabeça.

Mesmo tendo ficado tão pouco, consegui dar uma rápida olhada por dentro do local, e olha não valeu meu sacrifício não, o quarto dela era muito esquisito, chegava até a dar arrepios. Ele tinha uma decoração fúnebre, que parecia que foi feito para o dia das bruxas, era cheio de velas, castiçais, caveiras, esqueletos, e um monte de paradas muito loucas. Mas em meio aquilo tudo, havia um toque feminino, e se não fosse por parecer a casa dos horrores ele seria bem bonito.

Ao entrar no seu quarto descobri duas coisas sobre ela. A primeira é que Ravena adorava ler, pois lá existe uma estante enorme repleta de livros que ocupa uma parede inteira que vai do chão ao teto e a segunda coisa é que sua cor favorita é azul, pois a maioria dos seus móveis tem essa cor são várias tonalidades de azul não entendo especificamente o que é azul do que e blablabá mas eu sei o que é azul, seu quarto é pintado de preto com roxo o que é a coisa menos assustadora de lá.

O que mais me chamou a atenção em tudo foi o teto do seu quarto, ele era simplesmente lindo. Era como se fosse o céu à noite, ele era fantástico que até parece real, com certeza ela deveria ter usado algum tipo de feitiço naquilo, porque era perfeito. Era possível ver as constelações, estrelas e tudo mais.

Desde aquele único dia que entrei em seu quarto nunca mais me encorajei a entra lá novamente, ou seja, foi a primeira vez e provavelmente a última que eu entrei em seu quarto dos horrores.

Ravena nunca foi de se interagir com a turma, a propósito acho que ela nunca interagiu uma única vez se quer com alguém, claro podemos levar em conta que ela já namorou o Robin se é que isso vale como interação.

E também as vezes conversa com Estelar, o que eu acho um pouco esquisito afinal ela é a atual namorada de Robin seu ex, todavia Ravena não parece se importar, eu ousaria dizer até que ela fica feliz pelo casal, se é que Ravena sabe o significado de felicidade, afinal nunca vi aquela menina sorrir.

Nunca consegui entender o motivo dela ser tão distante e afastada dos outros e de mim, claro, quer dizer principalmente de mim. Mas ela sempre foi assim, desde quando a conheci.

Ravena foi diferente de todas as outras garotas desde o início, sempre foi tímida, discreta e misteriosa, acho que foi isso o que mais me chamou atenção nela, tirando claro o fato de seus olhos violetas serem lindos, são uma cor única que eu nunca havia visto em ninguém antes de conhece-la.

Também podemos adicionar a sua beleza, sua pele macia e pálida que sempre me pareceu ser muito delicada ao toque o que jamais achei que algum dia poderia verificar, a vida te prega umas peças as vezes. Seus cabelos curtos e lisos sempre lhe acarretaram um charme especial, seus cortados em Chanel batiam no máximo em seus ombros, eles eram pretos, muito pretos isso era louco e lindo ao mesmo tempo, era bastante difícil descrever sua beleza porque sempre ficava camuflada por baixo de suas capas escuras.