抖阴社区

I.VIII. Lidando com o antidoto

17.1K 1.3K 390
                                        

por Uchiha Sasuke...

Minha espada, quase que ao mesmo tempo, incapacitou cinco pessoas. Não atingi seus pontos vitais, mas o processo de recuperação para o qual teriam que se submeter posteriormente não seria nada fácil. Deixei apenas um consciente e forte o bastante para se arrastar de volta até o lugar de onde veio, a fim de usá-lo como mensageiro. Ele diria ao seu senhor o que vira acontecer com riqueza de detalhes, assim como lhe contaria que aquela aldeia agora era guardada e protegida, de modo a nos levar a agir violentamente contra qualquer tipo de retaliação, logo, eles não seriam mais polpados. 

Eu esperava mais da guarda do rei, mas suspeitei que o originais tinham abandonado as atividades por princípios. Ultimamente, o abuso de poder estava incomodando muito e não agradava a todos. Cabia a um rei proteger e prover, não escravizar o seu povo, quanto mais se impor sobre terras independentes e que não lhes pertenciam.

Ao voltar para a clareira, certifiquei-me de que a garota tinha tido sucesso em apagar o fogo. Ela era boa, de fato, mas precisava de orientação, caso contrário, de nada valeria suas habilidades. As pessoas estavam assustadas, mas gratas pela nossa ajuda. Olhavam-me com surpresa e felicidade, mas não ousavam se aproximar, ainda que quisessem demonstrar seus agradecimentos. 

Procurei Sakura por entre eles, não obtendo sucesso nenhum em achá-la. A terra tremeu e nuvens de fumaça se entenderam sobre as copas na extremidade oposta. Corri naquela direção, preocupado, mas diminui o passo quando Sakura surgiu entre as árvores, respirando com dificuldade, ainda que expressando uma face encantadora de vitoria. Sua determinação, sem abatimento, quase me tomou um meio sorriso de orgulho e alívio quando tornei a vê-la. Os gritos, outrora de pavor, transformaram-se em expressões de alegria às minhas costas, quis acompanhá-los, permitindo-me enfim demonstrar aquele sorriso que tremia em meus lábios, mas havia alguma coisa errada.

Sakura vacilou sobre as próprias pernas e desabou para frente, contudo, antes que seus joelhos batessem contra o chão, meu corpo já apoiava o dela.

– Dissolver em água... – ela suspirou antes de apagar, com o queixo no meu ombro, os braços enlaçados no meu pescoço. Seu corpo relaxando sobre o meu anormalmente, como se seus ossos tivessem ficado flexíveis.

Carreguei-a até a casa de Sen, apoiando-a na minha cama improvisada. Não havia nenhum ferimento, exceto por dois arranhões sutis no braço direito. Tentei não resmungar com sua teimosia e com minha burrice, eu deveria saber que ela não estava completamente recuperada da última jornada ao lado de Naruto. Uma transferência de chakra naquela escala era delicada.

Chequei sua temperatura e seus batimentos, dando-me com um resultado nada fora do comum. Deixei-a sob a supervisão de Sen e fui estudar o seu campo de batalha, as pessoas ainda permanecia fora de suas casas, controlando a própria euforia. Pelo canto dos olhos, vi novamente a aproximação de alguns na tentativa de me agradecer, mas não chegaram a validar suas intenções.

A cratera que ela havia aberto tinha um raio muito maior que a última. Os seus seis adversários estavam caídos ao redor dos estragos, alguns gemiam em agonia por diversos membros quebrados. De alguma maneira, ela havia conseguido reunir todos em um mesmo raio, os traindo com sua força bruta. O que chamou mais atenção foi a quantidade absurda de agulhas de pontas duplas espalhadas por todo o perímetro. Agachei-me e recolhi uma delas, analisando sua estrutura com cuidado. Pressionei uma das pontas em um dos corpos, uma gota de um liquido viscoso se misturou com outra de sangue que vazou daquele ninja, que gemeu em relutância.

Aquilo não era bom...

Ah merda!

As coisas já tinham se acalmado do lado de fora quando voltei, mas ao adentrar na casa de Sen, a mesma tentava segurar Sakura no chão. A Haruno estava convulsionando, sua pele pingava de suor. Apressei-me.

– Ela está queimando em febre desde que você saiu – Sen me atualizou – Não diz coisa com coisa, está inconsciente.

Não tínhamos tempo a perder, os efeitos, seja lá do que fosse, já estavam se mostrando – e muito agressivos por sinal. Ajoelhei-me diante a sua bolsa e procurei por entre seus fracos por algo que nos fosse útil. Haviam várias ampolas presas as paredes de couro. Varri cada rótulo com os olhos em uma velocidade surpreendente, até para mim. Minhas mãos tremiam com o medo do fracasso pairando sobre minha abordagem e o que ele significava se caso fosse concretizado.

– O que ela disse?

– Falou de pacotes urgentes, dissolver em água... Tentei fazê-la beber água, mas ela não toma.

Achei um sachê pequeno, o título tinha-se como URGENTE e o subtítulo era uma breve indicação de como usar: dissolva em água. Quase caí para trás de alívio. Até mesmo alucinando, Sakura dava um jeito de se comunicar.

Alcancei o copo aos joelhos de Sen e estourei o pacote sobre ele, um liquido vermelho escorreu através dos meus dedos comprimidos envolta da embalagem até derramar-se na água, assumindo tons de rosa na solução.

– Vou me sentar atrás dela e segurá-la, você precisa fazê-la beber tudo – instrui, fazendo exatamente como disse.

Levantei Sakura e me sentei atrás das suas costas. As minhas apoiaram-se na parede enquanto as dela colaram no meu peito, passei o braço sobre seus ombros para prendê-la, mas não havia nada que eu pudesse fazer com suas mãos. Quase me arrependi de ter negado a prótese que me foi proposto há algum tempo, porque aquilo ia doer pra caramba, além do risco de não conseguir contê-la, resultando em machucados para com ela mesma.

– Agora, Sen!

– Hai!

Com uma mão, ela forçou o maxilar de Sakura e com a outra, despejou a solução do antidoto. Sen não deixou que Sakura cuspisse tudo de volta, tornando a fechar sua boca firmemente depois que ela havia colocado tudo para dentro, mesmo com ameaças de engasgo.

Foi então que o meu trabalho começou.

A Haruno passou a se debater enquanto uma áurea verde e suave circundava seu corpo. Eu podia senti-la tremendo de dor enquanto o veneno era repelido das suas células, até que suas unhas atravessaram o tecido da minha capa e afundaram na carne do meu braço. Ela estava tentando se soltar, mas não seria tão fácil assim. Parte dela tentava controlar sua força, mas a outra parte, mais forte, inconsciente e no controle, descarregou uma parcela da sua capacidade sobre humana bem em cima dos meus ossos. Eu podia sentir algo fissurando, talvez ela estivesse muito perto de quebrá-lo, mas antes machucar a mim do que a ela. 

Rangi os dentes, mantendo-me firme e inflexível. Não havia como se contorcer perigosamente presa a mim e eu não estava indo brincar com a sorte se sucumbisse a minha própria dor, Sakura poderia quebrar o pescoço se ficasse solta durante aquele processo.

Sen não precisou de uma ordem para se afastar, ela o fizera por instinto. Olhando-nos bastante assustada, temendo por Sakura. As pernas da Haruno chutavam o ar e o chão enquanto ela rugia de dor, tamanha era a violência da batalha dentro do seu corpo.

– Não seja tão teimosa e irritante, Haruno – murmurei. Não sei com que intensão, se era para aliviar a mim mesmo ou aos olhos perturbados de Sen, porque a Sakura mesmo não podia me ouvir.

Ela foi parando pouco a pouco, ao passo que áurea verde sumia. Exausta, Sakura nem mesmo acordara, sua respiração agitada logo tornou-se suave e regular, relaxando sobre mim, seu rosto descansou sobre meu peito confortavelmente. Não pude deixar de notar que olha-la naquela perspectiva, com meu queixo sobre sua cabeça, parecia uma das imagens mais certas que eu já vira na vida, ainda que as circunstâncias anteriores tenham sido assombrosas e completamente dispensáveis. 

Deslizei meu braço para o lado, respirando fundo com a cabeça apoiada na parede, tentando organizar as coisas lá dentro. Eu já havia quebrado ossos o suficiente para uma vida toda, mas depois de um tempo, cheguei à conclusão de que nunca me acostumaria com o incomodo que isso causava. Não se tratava da intensidade, mas da forma constante que a dor se apresentava, no entanto, eu não podia me mexer e acredito que nem queria.

Sakura tinha ignorado coisas demais por mim, logo, esquecer o meu braço era o mínimo que eu poderia fazer para mantê-la perfeitamente confortável em seu sono merecido.

Decis?es (SasuSaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora