抖阴社区

cap 2 - voltando...

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Irene não conseguia ligar os pontos. O que sua programação queria lhe dizer? Por que o nome de sua amiga não saía de sua memória? Ela era ingênua demais para perceber que estava correndo um grande risco. Como alguém destinado a matar poderia cair em uma paixão? E pior, a paixão na qual foi ensinada a abominar. Assim como toda máquina, Joohyun recebia controles específicos. Seu modo assassino era apenas ativado quando preciso, pois Lee SoMan não queria que ocorresse nenhum deslize em seu segundo plano. Quando não estava fazendo crueldades, Irene era como uma criança que acaba de conhecer o mundo, não tinha noção de quão poderosa e inteligente ela é.

Desde que Joohyun foi levada pelos homens de preto, as integrantes aguardavam preocupadas no dormitório do grupo, imaginando o que poderia ter acontecido com sua líder. Seulgi de longe parecia ser a mais tranquila, dizia que tudo estava bem, que Irene não deixaria o grupo sozinho. E então, por volta das dez horas da noite, Irene abre a porta. Joy e Wendy levantam de imediato até ela, e Seulgi se encontrava tão distraída em seus pensamentos que nem escutou a porta se abrindo. Como um susto, ela cai pra realidade com a ajuda dos berros das outras meninas.
- Irene do céu! Graças a Deus! Mulher, tu tá bem? O que houve? - Wendy fala caminhando para um abraço.
- Ah, minha pressão caiu. - Irene não esbossava nenhuma expressão.
Seulgi se mantinha no sofá, esperava Joy e Wendy terminarem sua recepção para então ter toda a atenção de Irene. Enquanto recebia abraços e carinhos, Joohyun ainda não parecia estar ali. Não é nada inédito um robô não expressar nada, mas o que acontecia ali era quase impossível de se prever. Irene estava em choque. Buscava uma resposta para o que estava acontecendo consigo. Seus olhos se mantinham fixados em Seulgi, com um olhar frio e sem emoção alguma. Por outro lado, a jovem retribuía da mesma forma que sempre olhou para Irene: apaixonada. Seulgi não se importava com a maneira que Irena a olhava, tudo o que importava pra ela naquele momento era que sua amada estava ali. Ela nunca havia caído tanto por amor desde seus 13 anos, quando teve seu coração partido por uma colega de escola mais velha. E aparentemente, Seulgi tinha uma grande queda por mulheres com mais idade.
Irene caminhou até o sofá e parou em frente a Seulgi, que a olhava ainda sentada.
- Oi! Eu estava preocupada. Está tudo bem agora? - Seulgi se levanta com rapidez, botando suas duas mãos nos ombros de Irene.
- Sim, está. - O sistema de Irene não sabia o que fazer diante dessa situação, pois entendia que Seulgi a amava e, no fundo, Irene amava Seulgi da mesma forma. Por um lado, Irene desejava beijar Seulgi bem ali. Por outro, sua cabeça se encontrava confusa. Será isso amor? Mas é um amor proibido, como Lee SooMan irá reagir a isso? Sua robô projetada com todo cuidado lhe traindo, caindo no pecado que ele mais abomina. Como um reflexo, Irene segurou as mão de Seulgi por uns segundos e então as tirou de seus ombros, seguindo caminho para a cozinha.
Irene bebia um como de água enquanto Seulgi digeria os olhares que recebeu a alguns minutos atrás. Após terminar, a mais velha foi para seu quarto.

Irene esperava ter um tempo sozinha, deitar e tentar raciocinar tudo o que havia se passado. Seu quarto se encontrava escuro, com apenas um abajur acesso em cima de uma mesinha. Ela se deita na beliche e encara a parte de baixo da cama acima. Os olhos se fecham e seus pensamentos voam.
- Unnie? - Seulgi diz enquanto segura a porta com sua mão, deixando apenas a sua cabeça para dentro do quarto.
"Agora? Jura?" Irene não queria visitas. Mas Seulgi não era uma visita. Afinal, as duas não apenas dividiam o dormitório mas também o quarto.
A mais velha dá um suspiro e então respondeu.
- Sim?
- As meninas querem pedir comida. Está com fome? - Seulgi ainda se mantinha na porta, respeitando a privacidade de Irene.
- Na verdade, não. Mas aceito batata frita. - Joohyun responde ainda deitada.
- Ok, irei fazer o pedido. - Seulgi dá um sorriso doce e fecha a porta lentamente tentando não fazer barulho.
"Finalmente paz." Tudo o que Irene quer é sossego e um tempo para pensar. Mas quem disse que ela estaria no controle de suas emoções?

- Seulgi-ah! - Irene grita o nome de sua paixão sem ao menos pensar o que faria logo após.
- Oi! Precisa de algo? - Seulgi agia como se alguém tivesse lhe pagado para cuidar de Joohyun.
Irene se congela (não literalmente!). O quão difícil é pra ela esconder sua paixão? Ela parece tão fria ao lado de tantos homens... Mas Seulgi mexe com todos o seu sistema.
Ela não solta uma única palavra, e então, preocupada, a mais nova entra no quarto para tentar descobrir o motivo de estar ali. Seulgi se aproxima e agacha perto da cama.
- Oi. - Seulgi sussurra enquanto as duas se encaram no escuro.
- Obrigada. E-Eu queria dizer "Obrigada". - Irene disse com uma voz baixa, quase inaudível.
- Pela comida? Não precisa agradecer. Faz parte da nossa vida de casal. - Seulgi sorri em meio sua frase um tanto brincalhona.
Os olhos de Irene se arregalam ao ouvir a palavra casal.
- Casal? Nós estamos...? - Gay panic Irene.
- HAHAHA! Não... - Seulgi responde com um sorriso singelo.
- Ah... - A única reação possível de Irene nesse momento.
- Vou voltar para a sala, quer me dizer mais alguma coisa? - Seulgi diz enquanto se levanta.
- Não, só isso. - Irene volta a ser uma pedra.
- Ok, quando chegar suas batatas eu trago aqui. - Seulgi caminha até a porta.
Irene a observou em cada detalhe até que saísse do quarto. Cada frame parecia uma obra de arte. A luz roxa vindo do fundo do quarto. Seulgi em um jeans claro e camisa polo branca. Seus desenhos colados nas paredes. Seu cabelo castanho escuro brilhava a cada movimento. Suas unhas, muito bem cortadas e moldadas, estavam na cor vermelha e refletiam nos olhos de Irene.
E então ela passou pela porta, a fechou e onde Irene não podia a observar, sorriu daquela maneira que a mais velha adoraria ver.

Eu amo ela. Eu sei que amo. E talvez ela me ame também. Ou então eu espero que sim.

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? ?ltima atualiza??o: Jan 19, 2019 ?

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