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CAPÍTULO: 44

Lauren ficou um tempo em silêncio. Sua respiração parecia irregular. Camila achou que foi longe demais com o pedido.

- Tudo bem.

A morena quase caiu pra trás com o que acabou de ouvir.

- Você está falando sério?

- Acha que pareço brincar diante de uma situação dessa? – disse Lauren ríspida.

- Desculpa. Quando pretende vim?

- Não tenho seu endereço.

- Não se preocupe mando o motorista ir lhe buscar.

- Esta bem, estou morando na casa da minha mãe. No final da tarde espero o motorista é o tempo de arrumar algumas coisas.

Camila não conseguia conter a euforia que estava sentindo.

- Camila de ante mão quero te informar uma coisa.

- Diga. – Camila prendeu a respiração.

- O fato de aceitar morar em sua casa não quer dizer que estou te aceitando. Quero conhecer meus filhos, o sentimento que sinto por eles é confuso ainda, mas sinto que é mais forte do que qualquer coisa.

- Não se preocupe vou manda arrumar um quarto pra você.

- Ok então!

Lauren colocou o telefone no gancho, não sabia se era o melhor a fazer, mas precisava descobrir o que essas pessoas significavam em sua vida. O dia correu a passos lentos, vagarosamente ela arrumava sua mala, não pretendia levar muitas coisas, pois não tinha certeza se passaria muito tempo sob o mesmo teto que sua ex-esposa.

Depois do almoço resolveu dá uma caminhada na praia, correu até não ter mais fôlego, buscou força em seu interior para continuar com aquilo. Nunca se sentiu tão triste, depois do banho resolveu deitar, as lágrimas vinham mesmo se querer. Um filme foi passando em sua mente, tudo que tinha vivido até abrir os olhos naquele quarto de hospital até então.

- Ninguém pode me obrigar a amá-la. – sussurrou ao lembrar-se da Camila. – Eu não a conheço...

A maior frustração de Anahi era justamente essa. Se via obrigada a estar com uma pessoa e amá-la só porque fez parte de seu passado. Seus devaneios foram interrompidos com as batidas da porta do quarto.

- Filha! – chamava clara. – Camila já esta aqui. Ela veio lhe buscar.

- Estou indo, mãe!

Lauren se levantou foi ao banheiro não queria que a morena que ela tinha chorado. Caminhou até a sala sem pressa, logo avistou aquela menina mulher a sua espera. Camila abriu um largo sorriso, a morena fixou naquela imagem. O sorriso de Camila lhe causava certas sensações. Simplesmente a cativava.

- Você chegou cedo. – falou Lauren olhando o relógio no pulso.

Camila não se continha em ansiedade, assim que desligou o celular não parou um segundo, gritou pela casa de alegria, ligou pra tia contando a novidade, mandou cancelar toda sua agenda pro resto da semana.

Andreia não gostou, mas sabia que enquanto ela não resolvesse suas pendências pessoais não teria rendimento no hospital, então lhe deu uma licença. Camila mandou arrumar o quarto de hospedes que ficava ao lado do seu, claro que acreditava que seria por pouco tempo, ia fazer o possível para conquista a mulher mais uma vez.

Porém sabia que tinha que manter a paciência, Lauren a desconhecia só o fato de aceitar a viver com ela e os filhos era um passo muito grande. Esperaria o tempo que fosse necessário, seu amor por Lauren era mais forte que qualquer infortúno que surgissem. A vida estava lhe dando uma outra oportunidade, não iria desperdiça.

- Desculpe, me adiantei demais – Camila tinha nervosismo na voz Lauren percebeu.

- Vou pega minhas coisas. – disse a morena saindo da sala.

Clara conversou brevemente com a nora, pedia que ela agisse com prudência. Camila a tranqüilizou. Lauren não demorou muito voltou à sala, tinha apenas uma bagagem. O caminho tornou-se longo não só pelo transito terrível, mas também pelo silêncio absoluto. Camila ficou toda sem jeito Lauren observava cada movimento da morena.

- Que idade você tem? – indagou Lauren quebrando o silêncio.

- Fiz 21 na semana passada 3 de março de 1997 .

- Parabéns. – cumprimentou a morena.

- Obrigada - disse sorrindo

Nada mais disseram Camila resolveu ligar o som. Uma música foi tomando conta do carro, Camila logo percebeu que a morena não gostou do forró que tocava, então pediu que ela trocasse para alguma coisa a seu gosto. Lauren pegou em sua bolsa um cd, uma melodia tomava conta do ambiente.

Paciência /Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede

Um pouco mais de alma
A vida não para...

Euge ficou surpresa quando escutou a primeira estrofe.

- É você cantando... – falou toda abobalhada ouvindo a voz da morena no som do carro.

- Gosto dessa música, estava aprendendo a tocar e a cantar no tempo certo, antes de vim pra cá. Larissa sempre gostou de me ouvir cantando, gravei um demo pra ela. Nos finais de semana costumávamos sair pra um restaurante lá nossos amigos sempre insistiam pra eu tocar.
– Lauren tinha um brilho no olhar.

- Sua voz sempre foi magnífica, temos um piano em casa, você sempre gostou de tocar para abstrair. – disse Camila.

Enquanto o tempo acelera e pede pressa...
Eu me recuso faço hora e vou na valsa...

A vida é tão rara...
E quando todo mundo espera a cura do mal...

E a loucura figi que isso tudo é normal...
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando cada vez mais veloz...

Eu sei...A vida não para...não parar...

Não falaram mais nada, foram o resto do caminho escutando algumas músicas que a própria Lauren cantava.

- Chegamos! – informou Camila entrando num casarão.

Lauren não pode deixar de se impressionar com a mansão que a morena vivia.

- Sua casa é muito bonita. – disse diante da casa.

- Nos mudamos depois que eu engravidei, aqui teríamos mais espaço pras crianças, você passou quase seis meses reformando essa casa. Escolheu e decorou cada peça nessa propriedade é arte sua. É nossa casa Lauren. Minha casa sua casa.

Camila conduziu para dentro. A casa era enorme dona de uma decoração impecável, sem perde a simplicidade como era o gosto das duas. João Gabriel que esperava ansioso a chegada da mãe logo correu ao seu encontro seguido por sua irmã mais nova que ficou toda feliz ao ver Camila.

Lauren abraçou o menino em desespero como aguava por aquele abraço. Chorou copiosamente, uma emoção invadiu seu corpo, os dois ficaram longos minutos ali abraçados. Até que a morena percebeu um olhar curioso lhe observando. Mi olhava curiosamente para a mulher que abraçou seu irmão. Lauren se recompôs enxugou as lágrimas fitando a menina.

- Essa aqui é a  Michelle Giovanna. Quando você se perdeu eu estava grávida, nem teve a oportunidade de conhecer sua filha. – Lauren abriu um sorriso todo bobo admirando o rostinho da menina nos braços de Camila.

- Ela é muito linda.

- Filha essa aqui é sua mamãe Lauren...

A pequena Mi olhava desconfiada para Camila. Suas mãozinhas contornavam o rosto da morena, que sentiu uma felicidade indescritível.