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CAMILA Pov . 

Não sei quanto tempo desde o fim, e do meu novo começo, mas sei que faz muito tempo,não doía mais,só de noite, não me lembrava mais da textura do beijo dela, mas eu ainda conseguia reproduzir as sensações, por mais fajutas que fossem, sabia muito bem que só conseguiria de verdade, beijando a Lauren, não podia.

Minha mãe e sua viagem eu não sabia aonde estavam, não via ela em casa entre aspas, não nos falávamos.

Os beijos do Mathews, já não me causavam tanta repulsa, e eu retribuía aos carinhos por mais falsos e sem vontade que fossem ,mas ele, assim como a Lauren ,eram espertos, ele sabia, que fazia tudo aquilo pensando nela, aquele era o único jeito, então ele se submetia, mas ele não agüentaria, não por muito tempo, então surgiria uma luz, fraca, mas ainda sim uma luz,uma esperança.

Estava em meu quarto, 1 de dezembro de 2003, eternos oito meses desde o fim, escrevia um bilhete, quando o Mathews entrou no quarto, trazia radiantes rosas vermelhas nos braços,sorria alegre, aquele vermelho ilundou meus olhos de imediato, eram lindas, me deixei pairar no ar, ele se abaixou na minha frente, sorrindo um sorriso brilhante e feliz, estendeu as flores pra mim, e eu as peguei sem acreditar na beleza delas, eu estava sorrindo, pela primeira vez depois de 8 meses, culpa das flores.

- São lindas... – ele sorriu.

- Não mais que você... – Eu sorri, sorri largamente, o tipo de sorriso que o Mathews amava, levantamos para um beijo, ele se apoiou na mesa e sua mão pousou sobre o papel do bilhete, escorregou e ele percebeu, eu de imediato tentei esconder, se não tivesse esboçado nenhuma reação talvez ele não teria interesse no papel, mas a minha reação fez ele se interessar, ele pegou o papel, e eu o abracei, pois se fosse pra chorar, que chorasse no meu ombro, mas do que alguém que queria meu amor, as vezes me obrigando, mas ultimamente conquistando, o Mathews era meu amigo, apesar de acabar com a minha vida, ela curava as minhas feridas,mesmo que não completamente, eu esperei um choro,mas ele sorriu, um sorriso
de dor,eu podia sentir seu coração, bater forte, eu queria chorar, mas não consegui.

- Mas queria que você soubesse, que é tudo pra mim... – ele olhava e lia o que estava escrito, me olhou e beijou minha testa, ficamos abraçados e conversando.

- Há alguns anos atrás eu era esse tudo...

- Tudo que é bom sempre têm um final... – foi uma frase qualquer, na verdade, se soubesse o que falar,não teria falado isso.

- Então foi bom ?

- Foi sim...

Ele soltou e alisou meu rosto, suave e carinhoso, não estava com raiva, e eu achei aquilo bom, a Lauren  estava voltando, mais forte que o momento da carta, então eu tinha que distrair.

- Esse é meu presente de natal adiantado? – rimos juntos.

- Não, esse é o seu presente por ser especial.

Ele parecia animado pra quem tinha acabado de se decepcionar ou não havia sido ? Ele sabia da verdade, sabia da Lauren ,sempre soube que ela era,e sempre seria o meu amor.

- Obrigado, mas eu não sou especial... 

- Ta querendo ouvir um elogio ?

- Não seu bobo

- Tudo bem ,mas mesmo assim, você é linda e especial... – conversamos mais um pouco e descemos pro almoço, eu não percebi, mas o Mathews ,guardou o bilhete, e eu só vim saber aonde ele estava, no dia 25 de dezembro.