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Nos aproximamos deles e pude ouvir Ren gritar:

- Seu bastardo! Qual é o seu problema?

Sasuke nem se deu o trabalho de olhar para ele.

- Meninos. - chama Akemi.

Ren se virou para nos olhar, Sasuke demora mais a direcionar o seu olhar para nós. Mas quando finalmente o faz não consegui perceber nada de diferente em sua expressão. Ele apenas ficou me observando.

Shannaroo!

Podia ao menos ter feito um comentário? Não, Sakura. Você sabe que Sasuke não é dessas coisas. Mas pelo menos ele estava me olhando muito.

- Estão muito lindas, senhoritas. - comentou Ren. - Vejo que deu um jeito nela, Akemi. - fala me analisando.

- Sim. Sakura e eu tivemos um momento muito esclarecedor. Podemos dizer que já nos tornamos boas amigas. - comenta com um sorriso.

Eu retribuo o seu sorriso. Não posso negar a sua afirmação. Eu confesso que não simpatizei com ela no começo, mas depois dela ter me contado os motivos que a fizeram ser quem é, hoje. Eu comecei a simpatizar com seu jeito ambíguo.

- O que estavam fazendo, rapazes? - pergunta Akemi.

- Eu estava tentando mostrar como as coisas acontecem por aqui. - fala de um jeito amargo. - Se você ao menos fosse mais sociável. - resmunga para Sasuke, que não se dá o trabalho de respondê-lo.

Dou um sorriso discreto. Esse era o jeito dele. Aprendi a aceitar e gostar disso. Afinal é uma parte dele, e eu amo todas as partes dele.

Akemi também sorri, mas não de maneira discreta.

- Pois bem. Sakura e eu vamos passear pelo mercado. Ficaremos de olho em vocês. Então não arrumem confusão, está bem? - fala Akemi.

- Como se eu fosse arrumar alguma confusão. - reclama Ren.

Akemi ignora seu comentário e enlaça nossos braços para irmos andando. Mantenho um olhar discreto, em Sasuke. Ele também me olhava. Quebramos esse contato após Akemi me puxar para um lado e Ren gritar algo para Sasuke, sobre eles terem que ir para algum lugar.

Andei ao lado de Akemi pelo mercado. Eu observava tudo ao redor, principalmente um certo moreno. Não deixei de notar que as moças da ilha eram muito bem vestidas e arrumadas, assim como Akemi disse, elas pareciam seguir um padrão de vestimenta. Os rapazes também se portavam com certa elegância, mas não deixavam de xavecar com algumas moças.

- Está vendo aquele ali? - pergunta Akemi, em voz baixa, apontado com o olhar para um homem que deveria ter a idade dela.

- Sim. - respondo, também em voz baixa.

- É uma ótima companhia. Ele é filho de um importante comerciante. O conheci em um jantar, aproveitei bastante a noite. - comenta com malícia.

Tentei não demonstrar estar surpresa com isso, mas, na verdade, eu estava. Percebendo isso, Akemi deu uma risada discreta.

- Não fiquei surpresa. Eu contei a você que vivo a minha vida do jeito que eu quero.

Andamos mais alguns metros.

- Vê aquele? - pergunta olhando para um belo jovem de cabelos loiros, ele estava de uniforme. Era o mesmo que havia entrado no quarto dela mais cedo. - Aya. Ele é o braço direito do chefe dos guardas da ilha. Sempre sabe de tudo o que acontece por aqui.

Uma luz surgiu na minha cabeça. Filho de um importante comerciante... Braço direito do chefe dos guardas... Akemi não os escolheu por acaso. Ela selecionava aqueles que tinham informações. Se essa minha teoria estiver correta, ela é uma mulher muito mais astuta do que eu pensei.