CAPÍTULO DEZOITO
take a chance on me
Pandora passou dias tentando decidir o presente perfeito para sua melhor amiga e no fim das contas não tinha solução que não fosse copiar a ideia do maior idiota de todos, ao menos Sirius sabia como dar bons presentes. Comprou um colar das emoções vindo diretamente do México, tentando diferenciar os presentes e torceu para que o garoto não descobrisse que a criatividade dela tinha limites, fez um lindo embrulho e aquela parte já estava pronta. A única coisa que faltava era encontrar um lugar para fazer a festa, um que não fosse assim tão fácil de descobrir, mas que mesmo assim eles pudessem usar. Em uma tarde, enquanto lia um livro de Transfiguração, sentada no banco que ficava na rua, Remus lhe deu a ideia perfeita.
— Já pensou na Sala Precisa? — ele sugeriu.
Ela arregalou os olhos e quase jogou o livro longe com seu pulo.
— Remus! É a melhor ideia de todas! — ela exclamou. — Obrigada, obrigada! Você é o melhor.
Pandora pulou na direção dele, o envolvendo em um abraço e lhe dando beijinhos carinhosos no rosto. Remus ficou vermelho. Era boa a maneira com que eles ficaram próximos, mesmo sem nunca mais terem se beijando e gastando seu tempo apenas com conversas sobre a escola, ou então lendo um livro em conjunto.
— Preciso ir falar com o Regulus. Te vejo depois, tá bem?
E saiu saltitando feito uma boba.
Regulus estranhou ao descobrir a localização, mas ficou super animado por usarem uma sala secreta e tão especial, foi de imediato contar para Charlie Monarch e ambos os três se apressaram para arrumar todo o necessário. Mesmo pedindo que a sala os ajudasse, ainda assim fizeram surgir decorações de aniversário e de alguma fora que Pandora não descobriu, Remus pegou um bolo delicioso na cozinha do castelo, aparentemente todos estavam se ajudando por causa de Morgana.
O dia do aniversário dela começou bem, é claro, Morgana recebeu diversas cartinhas carinhosas de outros alunos e presentes diversos, incluindo um lindo vestido amarelo de Charlie, seu noivo, e o colar que Pandora escolheu. Aparentemente ela gostou muito do presente e já estava o usando quando saiu para a primeira aula. Também haviam decorações bonitinhas em formato de corações vermelhos, balões cor de rosa e tudo o que refletia o Dia dos Namorados. Era engraçado que o aniversário dela fosse justamente naquela dia, mas era igualmente uma data especial.
— Tudo pronto pra hoje? — Pandora perguntou.
Como agentes secretos que contavam sobre algum plano mirabolante, ela, Regulus e Charlie estavam em um corredor completando os últimos detalhes da ideia. Sabiam que precisavam levar Morgana até a Sala Precisa sem deixar que ela descobrisse imediatamente, mesmo sabendo que ela era inteligente demais para não entender. Regulus disse que todos os outros também estavam sabendo sobre a surpresa e que ninguém deixaria escapar sem querer, todos chegariam na sala e esperariam até ela chegar. Era a melhor ideia de todas, ou a pior.
O dia seguiu normalmente, apesar de estarem ansiosos para a festa e quando Pandora se deu conta, já estava na sala de Poções assistindo a última aula do dia. Morgana não estava com ela naquele momento, deixando-a sozinha com alguns outros alunos, que claramente incluiam seu antigo melhor amigo e sua capacidade excepcional, da qual talvez ele nem merecesse. É óbvio que para piorar a situação, Sirius Black estava sentado ao seu lado, encarando Severus Snape como se pudesse rasgar seu pescoço com uma mordida. Talvez ele pudesse mesmo, Pandora não conseguia mensurar a força física dele quando se transformava em cachorro.
Tentou não trocar palavras com ele, mas foi impossível já que estavam trabalhando juntos, tendo de discutir sobre a poção e ler juntos o livro. Enquanto isso, ela conseguiu perceber os olhares de raiva que Severus lhe lançava, como se fosse culpa dela que a personalidade porca dele tivesse os afastado, ou como se quisesse demonstrar que sentia raiva de Sirius também, aparentemente era bem comum da parte dele.
— Parece que ele vai matar você com o olhar. — Sirius comentou.
Pandora suspirou, mas se manteve em silêncio. Dessa vez pegou os ingredientes necessários para a poção e começou a produzi-la, sem a ajuda de Sirius, não porquê a não queria, simplesmente não precisava. Deixou que ele apenas observasse.
— Ele me odeia, pode ser por isso. — respondeu ela. — Você também me odeia, deveria entender.
Sirius franziu o cenho.
— Não odeio você.
— Não minta para mim, Sirius.
Ele revirou os olhos, enquanto observava ela cortar algumas ervas. Sirius literalmente lhe pediu um beijo em troca de uma aposta e gostou daquele contato, estava quase arrastando-se aos seus pés e mesmo assim ela não conseguia ver.
— Bem, aparentemente até mesmo se eu disser a verdade, estarei mentindo para você. — disse. — Você deveria acreditar mais em mim.
Ela quase gargalhou, mas conseguiu se segurar, soltando apenas uma risadinha baixa.
— Ah, claro. O que mais quer? Que eu pule do céu sem vassoura, ou quem sabe nadar no lago sem me preocupar com a Lula Gigante? — brincou. — Não me peça coisas impossíveis se sabe que não posso torná-las possíveis.
— Você é difícil.
Apesar de ter falado aquilo, Sirius sorriu. Era estranha a maneira com que ele desejava estar próximo dela durante aqueles últimos dias, como se de alguma maneira soubesse que ela era boa para ele. Afinal de contas, poucas foram as pessoas que o acolheram de olhos fechados, mesmo ela que contrariava toda a sua própria opinião sobre ele que foi gerada de uma vida inteira de brigas e apostas. E ele desejava profundamente poder ficar com ela outra vez, nem que fosse apenas para matar as duas dúvidas e descobrir se aquele beijo foi apenas uma insanidade, ou então um plano perfeito do destino. Uma brincadeira tola da realidade, que provavelmente estava rindo deles naquele momento. "Como foram idiotas, eu estava os observando o tempo todo", ela diria.
— E a festa que vão fazer hoje?
— O que tem a festa?
A poção começou a tomar um tom esverdeado, exatamente como deveria.
— Sim, você está convidado, Sirius. — ela o tranquilizou.
Ele riu.
— É claro que você iria de qualquer maneira, já que seu amiguinho também vai, obviamente ele não conseguiria deixar de ir. — ela falou.
— Por que diz isso?
Ela o encarou rapidamente.
— Ah, você não pode ser tão cego assim.
James Potter, o melhor amigo dele, estava perdidamente apaixonado por Morgana Bouveair e só a pessoa mais tonta do mundo não perceberia.
— O que?
— Deixa pra lá. Você vai entender uma hora ou outra.
Quando a poção ficou pronta, Pandora percebeu que estava orgulhosa de si mesma por ser tão boa em alguma coisa, talvez devesse investir naquilo. Enquanto esperava que o professor conferisse seu trabalho, ela voltou a prestar atenção em Severus, ele ainda a olhava como se sentisse nojo, deixando-a irritada ao extremo. Ele merecia uma lição.
Pandora se levantou rapidamente, chamado a atenção de Sirius, que apenas ficou quieto e analisou do que ela estava fazendo. Ela caminhou até o armário de Poções, que naquele momento estava vazio e entre os ingredientes a arma perfeita para acabar com a pose de Snape. Urtiga-da-bruxa era uma planta muito comum, encontrada em qualquer lugar e capaz de auxiliar em tratamentos médicos, mas se entrasse em contato com poções de alta acidez ainda quentes... ela causava alergia até mesmo naqueles que nunca sentiram uma só coceirinha. Aproveitou que a atenção de Snape agora estava em outro lugar e passou despercebida por ele, largando uma folhinha peque a dentro de sua poção, depois saiu de fininho e voltou para o seu lugar, onde o Professor Slughorn agora dava uma nota alta para sua poção.
— O que você fez? — Sirius perguntou.
— Observe.
Eles olharam para a direção da mesa de Severus, onde reacendeu o fogo do caldeirão e deu uma mexida rápida, o suficiente para que a urtiga agisse e soltasse um tipo de gás esverdeado no garoto, assustando a todos. Não era nada que não pudesse resolver com um banho e uma pomada, mas a situação dolorosa de ficar se coçando e berrando na frente de todos era uma cena muito melhor do que a expressão que ele direcionara para Pandora anteriormente. Sirius riu de maneira melodiosa com a situação, mais para a garota ao seu lado do que para o idiota sentando em sua frente.
— Você é terrível.
— É, eu sei.
E ela sorriu para ele, de forma que o deixou extasiado. Por Merlin e por todos os deuses, ele queria tanto beijá-la.
Depois que as aulas terminaram para todos, evitaram demonstrar que não estavam apenas se arrumando para dormir e esperaram que Morgana saísse do dormitório para monitorar a escola, como seu trabalho pedia. Todos imediatamente vestiram as roupas de festa, Pandora incluindo os seus tênis preferidos e seguiram em silêncio para algum lugar onde pudessem chamar a parede. Quando o fizeram, já alguns alunos convidados vieram consigo, observando a Sala Precisa lhes ajudar em muitas circunstâncias, trazendo cadeiras e decorações bonitinhas. Também haviam flores espalhadas pelo local e doces. Estava tudo perfeito.
Esperaram que o resto das pessoas chegassem e se arrumaram entre os móveis da sala para preparar a surpresa perfeita. Pandora viu Charlie sair para procurar Morgana e enquanto esperavam, notou a presença de James Potter, com um sorriso triste no rosto e um buquê de flores belíssimas, ele podia ser o idiota que fosse, mas tinha bom gosto. Quando ela chegou, todos se levantaram em um pulo e berraram.
— Feliz aniversário, Morgana! — gritaram em uníssono.
E todos correram para abracá-la, deixando que os cabelos loiros dela se misturassem com o rosado de seu rosto. Pandora estava tão orgulhosa que não conseguiu evitar sorrir, ela sabia que aquele momento pedia uma ocasião especial, mesmo que não fosse totalmente real.
— Ela tem bons amigos. — Sirius disse.
Pandora quase levou um susto.
— Por que você sempre aparece do nada?
— Quero falar com você.
Ela não gostava muito de conversar com ele, já que normalmente resultava em um soco ou um beijo.
— Quer apostar? O que acha daquele garoto ali da Lufa-lufa? — ela provocou.
Apesar de rir, Sirius estava tentando falar sério.
— Sem apostas hoje.
Ela o encarou.
— Sem apostas? O que seria de nós sem apostas? — ela perguntou.
— Você não gostaria de descobrir?
— Não sei.
Ele se aproximou ainda mais, tentando falar com ela de maneira com que somente seus ouvidos pudessem escutá-lo.
— Gosto de quem nós somos quando não brigamos, de verdade. — ele falou.
— Eu tenho medo disso.
— Tem medo de mim?
— Não, não de você. Tenho medo de mim. De quem eu sou quando estou com você.
— Por que é ruim?
Ela bufou.
— Eu detesto não entender o que estou sentindo, é assim com você. — ela sussurrou. — E eu acho que isso é perigoso.
— Então você concorda que aquele dia... que nós... você sabe. — ele falou baixo. — Que foi bom.
— Nem sempre as coisas boas são as certas.
Ele respirou fundo.
— Eu acho que a gente podia tentar outra vez.
— O que foi, Sirius Black, está se apaixonando por mim?
Sirius revirou os olhos e a puxou discretamente para a rua, onde se esconderam dentro de uma sala de estudos inutilizada.
— Paixão é uma palavra forte, Pandora.
Ela riu.
— Todas as palavras são fortes quando ditas por você para mim. — ela respondeu. — O que você quer?
Ele estava começando a ficar nervoso.
— Eu quero aquele sentimento de novo.
— Viu só? Nunca é só um beijo quando se trata de você.
— Tudo bem. Então só me diga uma coisa, uma só e eu vou embora daqui, nunca mais falo sobre isso.
Ela cruzou os braços atrás de si.
— Diga que você não gostou e que não quis de novo. Diga em alto e bom som que você odiou o meu beijo tanto quanto me odeia.
Pandora se calou, seria uma grande mentira se ela de fato falasse aquilo.
— Sirius...
— Eu acho que estou enlouquecendo por uma das únicas pessoas que não deveria enloquecer, mas eu estou embriagado de você. — ele disse.
Ela quase arregalou os olhos.
— Nós podemos tentar fazer isso funcionar. Vai ser o nosso segredo.
Apesar de estar incrédula, ela queria tanto quanto ele.
— Vai dar certo, não vamos nos apaixonar. — ele garantiu. — No fim do dia seremos apenas eu e você, como sempre fomos, mas com um detalhe diferente.
— Não quebre o meu coração, Sirius Black.
— Só se você quebrar o meu.
Os olhos de Sirius desceram para os braços dela, afastados atrás de seu corpo, guardando-se longe o suficiente dele, tentando evitar encostar nele. Sirius respirou fundo, caminhando lentamente até ela, enquanto a sala, parecia ficar menor e se fechar cada vez mais, quase os empurrando. Pandora o encarou de volta, tentando entender o valor daquela proximidade e se perguntando o perigo de estar tão vulnerável perto dele, ainda querendo saber se ela cederia para ele, já que aparentemente ele estava quase de joelhos a implorando. E naquele momento, ela também não precisaria que ele implorasse.
— Me dê sua mão. — pediu ele.
Ela cedeu.
Sua mão que antes estava apertando a outra, lentamente se direcionou até ele, como se não a obedecesse mais. Uma onda forte semelhante a um choque térmico tomou conta dos dois no momento que seguraram a mão um do outro, como se praticamente soubessem que aquela era a confirmação de que estavam no caminho certo. Após isso, ainda com os olhos grudados um no outro, eles se aproximaram mais, conseguiam sentir a respiração unida e seus peitos quase colaram, como se seus corações também precisassem bater perto um do outro. Ela pôde inalar o perfume amadeirado dele, mas não tão forte, simplesmente perfeito para ele. Sirius guiou a mão dela até sua boca e depositou entre seus dedos um beijo carinhoso, algo como um pedido.
Depois, a outra mão foi parar no pescoço dela, onde ele podia sentir o maxilar delineado da garota e puxar o rosto dela para mais perto do seu. Pandora, que até então estava deixando que ele a guiasse, agora tomou a iniciativa e aproximou os lábios macios dos dele, roçando as bocas em um estímulo torturante, antes de finalmente beijá-lo, no momento em que se esqueceu que eles eram eles e que o beijo dele era melhor do que qualquer discussão. Agarrou o pescoço dele, abraçando-o quase como se não quisesse deixá-lo se afastar e sentiu os braços dele envolverem sua cintura, apertando os dedos contra a pele dela.
Eles sabiam o que fazer, mesmo temendo decepcionar-se, as línguas se tocavam com ferocidade, travando um ritmo perfeito que era só deles, rápido, então lento e bom o suficiente para fazê-los querer mais. Sirius, de olhos fechados e aparentemente com poderes que só aquela situação poderia lhe dar, caminhou com ela até o sofá perfeito da sala abandonada e se sentou, com ela em seu colo. Ele sentiu um calor bom tomar conta do seu corpo, especificamente na área abaixo da barriga, onde ele mantinha maior contato com Pandora, quem parecia sentir o mesmo, já que também ficou corada feito um tomate.
Separaram seus lábios lentamente, tentando recuperaram o ar em seus pulmões, seus peitos subindo e descendo com rapidez. Sirius a encarou, tão perto dele, os cabelos escuros agora estavam bagunçados e ele nunca desejou tanto tocá-los, a alça fina da blusa que ela usava agora estava caindo no braço, fazendo com que o ombro dela ficasse a vista. Sirius direcionou sua boca para aquele lugar, beijando-a entre o pescoço e o ombro, tecendo uma linha perfeita e desejando poder chegar em outras partes do corpo dela. Ele percebeu que ela estava gostando quando ouviu um suspiro alto seguido de um murmúrio desconexo.
— Você não deveria ser tão bom nisso. — ela sussurrou.
Ele sorriu e a puxou de volta para um beijo, dessa vez segurando com as duas mãos nas coxas dela, sentindo ao mesmo tempo o beijo enlouquecedor e o movimento que ela começou a fazer contra sua cintura, lentamente o deixando maluco. Pandora agarrou os cabelos compridos dele como se nunca mais pudesse fazê-lo, ao mesmo tempo que continuavam se tocando. Eles queriam tanto aquilo, parecia brincadeira que Pandora estava desejando tocá-lo por inteiro, ou que Sirius estivesse desejando ver ela em cima de si, mas dessa vez sem a blusa. Ele queria ser dela naquele momento.
— Você quer continuar? — ele questionou. — É só falar e eu paro agora.
— Quero. Sim.
Como se tivesse acabado de receber um aviso dos deuses, Sirius Black quis levantar as mãos para o céu e agradecer, mas ao invés disso, ele se virou para ela e umedeceu os lábios, vendo-a levantar devagar a blusa e deixar aparante apenas um sutiã da cor do corpo dela. Apesar de pensar por todos aqueles anos que Sirius não a achava atraente, a expressão dele demonstrava outra coisa. Ele analisou toda a vista, desde os braços fortes dela, até a cicatriz pequena que ela tinha na parte esquerda do corpo, assim como os seios que ele nunca pensou que estaria admirando. Quando notou que apenas ela havia se livrado de uma peça de roupa, começou a tirar o suéter fofinho que vestia, sendo ajudado por ela e recebendo também um olhar semelhante. Pandora já havia visto Sirius Black sem camisa, mas naquele momento era diferente, porquê a barriga definida e o peito eram só dela para olhar.
E eles não tinham vergonha, nem medo, toda aquela insegurança havia sido derrubada ali por todo o sentimento desesperador de ter o outro para si.
Mais uma vez Sirius a puxou para si, tocando seus lábios com delicadeza e passando as mãos frias nas costas dela, causando-lhe um arrepio bom, ao mesmo tempo que sentia algo entre os dois pedir por mais contato. O garoto a encarou, como se pedisse permissão para retirar o restante das peças que os impedia de aprofundar o toque e a viu assentir, assim levando suas mãos até o botão da calça dela, então o da sua e tentando ajudá-la a se livrar dela. Mas como eles eram eles, o auxílio acabou os desequilibrando e a tentativa de tirar a peça ainda no colo não foi a melhor de todas, levando-os ao chão que parecia mais confortável do que deveria, mas ainda assim fazendo-os quase torcer as pernas de modo que apenas uma dor momentânea os atingiu e logo foi embora.
Aquilo os fez rir feito bobos, eles eram um desastre bom.
Sirius fez as peças sumirem rapidamente em algum lugar da sala e voltou sua atenção para ela. De joelhos, ele tinha a visão perfeita de Pandora, quase nua e apoiada nos cotovelos ao olhá-lo de volta. E ela era tão bonita, suas pernas eram grossas e cheias de pequenas marcas que só uma excelente jogadora poderia ganhar, assim como ele, que sempre sentira-se esquisito por tê-las. Ele foi lentamente até ela, notando que também haviam almofadas que amorteceram a queda dos dois, se inclinou em cima dela, sentindo as mãos da garota o tocarem também e deixarem-no ainda mais ansioso. Mesmo tímidos com tamanha intimidade, não estavam desconfortáveis, ao contrário disso, Pandora se sentiu livre o suficiente para deslizar uma mão pelo corpo dele, sentindo os braços levemente musculosos, depois o abdome rígido e finalmente a cintura, onde ela sentiu o tecido macio da cueca que ele estava usando.
Pediu-lhe uma confirmação e ele assentiu tão rápido que a fez sorrir, dessa vez brincando com a costura do tecido e finalmente guiando sua mão para dentro, tocando delicadamente aquela região rígida. Sirius, quase explodiu, mas a única reação que teve foi soltar um grunhido baixo, mordendo seu lábio inferior fortemente, coisa que serviu como um incentivo para ela. Começou então a fazer movimentos lentos com a mão ao redor do membro dele e os sons baixos que saíam de sua boca chegavam na dela, ela o observou fechar os olhos e manter os lábios levemente abertos. Sirius se afastou antes que aquele toque o levasse e suspirou profundamente, beijando Pandora com a leve descrença de que aquilo era real.
— Minha vez.
Ela assentiu e Sirius deslizou imediatamente sua mão para as pernas dela, deixando suas unhas se arrastaram pela pele macia, depois até a calcinha e finalmente começou a tocá-la com os dedos ainda por cima do tecido fino. Pandora puxou-o para um beijo, enquanto sua respiração começava a apresentar divergências, ela sabia que uma hora ou outra começaria a suspirar na boca dele. O estímulo dos dedos dele contra ela eram bons o suficiente para que ele ultrapassasse o tecido e a fizesse vibrar, erguendo o seu quadril inconscientemente na direção da mão dele, como se pedisse que ele continuasse imediatamente. Gentilmente, Sirius introduziu um dedo dentro dela, movendo-o em um ritmo lento, esperando que ela se sentisse confortável e percebeu que sim, já que agora o beijo havia sido interrompido por um gemido baixo. Ela agarrou os braços de Sirius com ferocidade, a medida que o ritmo ia aumentando e quase estava implorando para que ele estivesse dentro dela.
— Pandora, eu posso...
— Sim... sim...
Ela sentiu a peça de roupa que ainda lhe restava passar por entre suas pernas rapidamente, então vou Sirius se despir também e só então olhou para o que ela havia tocado antes, deixando o garoto ruborizado. Ele se posicionou entre as pernas dela, olhando em seus olhos escuros e profundos, guardando em sua cabeça aquela memória e desejando que nunca mais a esquecesse, como se realmente pudesse esquecer dela, seria impossível. Murmurou alguns feitiços de proteção com a varinha que também estava jogada no chão e se aproximou ainda mais, Pandora sentiu quando ele entrou nela, trazendo uma sensação nova, arrepiando-a com a onda de calor que invadiu aquela sala.
Mais próximos do que nunca, podiam sentir o corpo um do outro por completo, enquanto os rostos próximos deixavam que eles dividissem o mesmo ar. Sirius começou a movimentar o quadril gentilmente, ao mesmo tempo que tocava o rosto dela, afastando os fios de cabelo dos seus olhos, querendo ver o rosto dela. O cabelo dele também caía no rosto, mesmo que Pandora tentasse o afastar, ele parecia bonito daquela maneira, enquanto a encarava de volta, os olhos cravados na boca dela. Beijaram-se ferozmente, ao mesmo tempo que os movimentos começavam a ficar mais rápidos, ela segurou no pescoço dele, mantendo-o ali, seus lábios tocando-se intensamente.
Sirius tinha a plena certeza de que estava fora da realidade, ou então em um sonho bom, porquê a sensação de estar dentro dela era mais do que ele esperava, era melhor do que ele já havia experimentado, nunca havia sido tão bom. Sentia como se pudesse correr uma maratona, mas também estava cansado, todas as sensações que alguém como ela, naquele momento, poderia lhe fazer sentir.
Pandora percebeu que ele estava ficando cansado e inverteu as posições, ficando em cima dele, já que não estava nem um pouco exausta. Apesar do choque repentino, Sirius soltou um som baixo ao ver aquela imagem dos deuses, pensando no quanto ela era bonita e naquele momento era ainda mais, preenchendo todo o seu campo de visão. Ela começou a movimentar seu quadril também, apoiando o braço no peito dele, vendo-o parecer extasiado, o que a deixou mais excitada ainda. Sirius subiu suas mãos agora quentes pelo corpo dela, segurando-a fortemente e soube que o ápice estava próximo.
Ao sentir que os movimentos ficavam cada vez mais rápidos e os sons que saiam das bocas de ambos aumentavam, ele avançou para cima e praticamente a abraçou, puxando-a para mais perto de si, queria estar colado a ela quando chegasse lá, queria olhar nos olhos dela. Pandora também envolveu os braços ao redor do pescoço dele, sentindo os lábios do garoto tocaram seu maxilar e tentou não fechar os olhos, sentindo aquela sensação prazerosa que os mantinha sãos. Quando o ápice chegou para os dois, seus olhos se encontraram, Sirius viu Pandora suspirar para ele e soube que com certeza desejaria ver aquela expressão de novo. Porque toda aquela luxúria nos olhos dela era por causa dele. Ela sentiu o choque a atingir, fazendo-a tremer, então o calor e de repente o cansaço. Aquilo foi o suficiente para derrubá-los.
— N-nós... eu e você...
Pandora olhou para o teto, ainda tentando ligar todos aquele pensamentos em sua cabeça.
— É, eu sei...
Eles eram melhores assim e sabiam disso.