A Perfeita Vingança

By _autoraanaj

3.3K 365 365

Na Academia Merlin, um renomado instituto onde heróis e vilões coexistem em um frágil equilíbrio, Bridget, a... More

00. A PERFEITA VINGANÇA 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒
00. PRÓLOGO
002
003
PLAYLIST
004
005
006
007
008
009

001

528 44 44
By _autoraanaj


                           

                                 Bridget

A lua cheia lançava sua luz prateada sobre a Academia Merlin, envolvendo tudo em uma aura etérea. Enquanto caminhava pelos corredores, uma sensação de expectativa e tensão preenchia o ar, como se o próprio ambiente estivesse vivo, sussurrando segredos do passado e do futuro.

Em casa, a vida sempre foi marcada por comparações. Minha irmã, Mirana, era a personificação da perfeição, com seu sorriso encantador e inteligência afiada.

Desde pequena, sempre recebeu a atenção de nossos pais, que viam nela a herdeira ideal, aquela que levaria adiante o legado da nossa família. Era impossível não sentir a pressão, não era apenas sobre ser boa, mas sobre ser a melhor.

E, com cada vitória de Mirana, a sensação de insuficiência crescia dentro de mim.

Nossos pais estavam sempre mais preocupados em manter as aparências do que em ouvir o que eu realmente desejava.

Nos banquetes e eventos da corte, suas expectativas eram palpáveis, e eu era apenas um reflexo da imagem que eles queriam projetar.

A solidão que sentia em meio a tantos rostos conhecidos se tornava cada vez mais opressora, como uma jaula invisível da qual eu ansiava escapar.

A Academia Merlin, por outro lado, era um refúgio onde os fantasmas da corte pareciam dissipar-se. As paredes carregavam histórias de heroísmo e traição, e cada sala parecia sussurrar as esperanças e medos de outros estudantes que, assim como eu, buscavam um propósito.

Aqui, a mágica não era apenas um aspecto do currículo, mas uma força que permeava a vida cotidiana, envolvendo tudo em um manto de mistério e encanto.

Enquanto refletia sobre isso, percebi que, mesmo em um lugar que prometia liberdade, as sombras do passado e as dinâmicas familiares ainda tinham seu peso.

A pressão para ser perfeita, para corresponder às expectativas que me cercavam, ainda era uma luta constante.

À medida que me aproximava da entrada do pátio, onde a luz da lua refletia nas pedras, sabia que precisava confrontar não apenas os desafios da Academia, mas também os fantasmas que minha família havia criado.

As pedras do pátio pareciam vibrar sob os meus pés, e a luz da lua iluminava o caminho, como se estivesse me guiando em direção a algo novo.

A atmosfera estava carregada de uma expectativa palpável, e, por um momento, deixei de lado as sombras do passado. Era hora de me concentrar nas novas possibilidades que me eram oferecidas.

Respirei fundo, absorvendo o ar fresco da noite.

Havia uma energia aqui que não conseguia ignorar, um sentimento de renovação que pulsava dentro de mim.

As conversas animadas dos colegas ecoavam ao redor, e os sorrisos que encontrava me lembravam de que eu não estava sozinha.

Aqui, havia amizades sinceras e momentos de pura alegria esperando para serem descobertos.

A presença de Ella sempre era um raio de sol em meio às incertezas.

Eu a via rindo com um grupo de amigos, seu cabelo azul brilhando sob a luz da lua, e um sorriso que iluminava seu rosto.

Ela sempre teve uma capacidade incrível de ver o lado positivo das coisas, mesmo com todas as suas dificuldades, ela tinha capacidade de transformar os desafios em oportunidades.

E mesmo nas noites mais escuras, sua luz era um lembrete de que a amizade podia ser a melhor forma de enfrentar qualquer tempestade.

Decidi me juntar a ela, sentindo que precisava de um pouco dessa energia contagiante. Assim que me aproximei, ela me olhou e acenou, como se tivesse sentido minha presença antes mesmo de eu chegar.

— Bridget! Venha, estamos apenas começando! disse Ella, puxando-me para o círculo de amigos. Você não vai acreditar nas histórias que temos para contar.

Enquanto eles compartilhavam risadas e histórias de travessuras, deixei que a leveza do momento me envolvesse.

E ali, em meio a sorrisos e brincadeiras, percebi que a vida não era apenas sobre as pressões da família ou as expectativas que pesavam sobre os meus ombros.

Era também sobre aproveitar cada momento, sobre encontrar beleza nas pequenas coisas e nas conexões que formamos com os outros.

Era uma oportunidade de redescobrir quem eu realmente era, longe das sombras que sempre me acompanharam.

A lua, testemunha silenciosa das nossas histórias, brilhava mais intensamente, como se quisesse nos lembrar de que havia uma luz dentro de cada um de nós.

E assim, com o coração mais leve, deixei que a música da noite e as risadas dos amigos preenchessem o espaço em que antes havia dúvidas e inseguranças.

O sol mal havia começado a iluminar o céu quando acordei naquela manhã. A luz dourada filtrava-se pelas cortinas, e um leve aroma de flores invadia meu quarto.

No entanto, o que poderia ser um início promissor de dia foi rapidamente ofuscado pela ansiedade que me invadiu.

Após um café da manhã apressado, dirigi-me para a primeira aula do dia. O corredor estava movimentado, cheio de alunos se apressando, mas a atmosfera leve rapidamente se desfez ao entrar na sala e avistar Uliana.

Ela estava cercada por seu grupo como uma rainha com seus súditos, seus olhos afiados avaliando cada um que ousasse se aproximar.

— Olha só quem chegou, Uliana disse com um sorriso irônico, seus lábios curvando-se de forma sarcástica. A princesa das maravilhas. Espero que tenha descansado bem, porque vai precisar.

Morgie, sempre o mais inofensivo do grupo, lançou um olhar preocupado para Uliana, mas ela ignorou sua hesitação.

— O que vai ser hoje, Bridget? Vai tentar mais uma vez ser a melhor da turma? Ou vai se esconder atrás da sua sombra?

A provocação estava clara, e eu poderia sentir as outras meninas ao meu redor prenderem a respiração.

— Talvez eu devesse me esconder atrás de algo mais impressionante, como sua última tentativa de insulto, respondi, tentando manter a compostura. A classe começou a encher, e a tensão crescia no ar. Não me deixaria abalar por ela, mesmo que a dúvida ecoasse na minha mente.

— Talvez devêssemos dar uma olhada nas notas da sua última prova, Hades interveio, seu tom debochado. Acho que a única coisa que você é realmente boa é em se envergonhar.

— Calma lá, Hades, Malévola acrescentou, cruzando os braços. Não a menospreze. Ela pode ser mais astuta do que você pensa, pelo menos em fazer os outros rirem. Ao menos você tem alguém para se apoiar, disse ela, apontando para Morgie, que a olhava com uma expressão de desamparo.

— Rir é o que você faz de melhor, não é, Malévola? Eu retruquei, tentando desviar a atenção de mim. Só que a única coisa que você está realmente criando é um espetáculo patético.

Os risos abafados de alguns alunos próximos me deram um impulso de confiança. Algo que eu nunca pensei em sentir antes, diante das suas provocações.

— Cuidado, Bridget. Você pode acabar se queimando com suas palavras afiadas, Gancho interrompeu, surgindo de forma quase inesperada.

Seu olhar era sombrio, e o tom em sua voz sugeria um aviso, mas também uma provocação.

— Mas que divertido seria isso, interveio. A forma como ele dizia aquilo era como um desafio, e uma parte de mim queria recuar, mas outra parte queria enfrentá-lo.

— Ou talvez você devesse se preocupar mais com sua própria reputação, Capitão Gancho, respondi, mantendo o olhar firme, as palavras simplesmente saltando da minha boca. A última coisa que preciso é de lições de alguém que vive sob a sombra do passado.

Como você é hipócrita Bridget.

Como você poderia o julgar?

A sala inteira pareceu se aquietar, e os olhares se voltaram para o Gancho. Ele sorriu de maneira sardônica, mas havia uma tensão nas suas expressões que ninguém conseguia ignorar.

A batalha verbal entre nós não era apenas sobre palavras, mas uma dança de emoções ocultas e desafiadoras.

Uliana, percebendo a atenção que se voltava para nós, decidiu intervir.

— Não se esqueça, Bridget, a única razão pela qual você está aqui é por causa da sua última chance de brilhar, Apenas não se esqueça que eu estou aqui para tornar isso uma tragédia.

"Causar uma tragédia", O sino soou, interrompendo meus pensamentos e sinalizando o início da aula. Eu me sentei, tentando abafar a adrenalina que ainda pulsava em meu corpo. Embora as palavras de Uliana e de seu grupo tivessem sido provocativas, eu sabia que não poderia deixá-las me afetar.

Enquanto a aula começava, a sensação de que esta seria apenas a primeira de muitos embates contra Uliana e seu grupo tomou conta de mim. Porém, ao mesmo tempo, havia uma determinação crescente dentro de mim.

Eu não estava disposta a recuar.

A Academia Merlin era minha nova casa, e eu tinha o direito de ser quem realmente sou, sem me deixar intimidar por ninguém.

Depois de um dia cheio de provocações e confrontos, não havia nada que eu desejasse mais do que relaxar e me concentrar em algo que realmente amava: cozinhar. As aulas tinham terminado, e a cozinha da escola estava quase vazia, exceto por algumas alunas que ainda estavam ocupadas com suas próprias receitas. O cheiro de baunilha e açúcar pairava no ar, misturando-se ao aroma fresco de flores que entrava pelas janelas.

Decidi que era o momento perfeito para preparar uma receita especial de cupcakes rosa, um doce que sempre trazia boas lembranças. O segredo da minha receita era um toque mágico: penas de flamingos que eram raras e difíceis de encontrar, mas que, segundo a lenda, conferiam um efeito peculiar a quem os consumisse. Diziam que quem comesse os cupcakes teria algo em seu corpo que também ficaria rosa, uma cor vibrante que simbolizava alegria e coragem.

Enquanto misturava a massa, senti a adrenalina se esvair e um sorriso se formar em meu rosto. A combinação de açúcar, farinha e ovos me fazia sentir em casa, como se todas as preocupações do mundo se dissolvessem no doce aroma que emanava do forno. Eu adicionei corante rosa à mistura, observando-a ganhar uma tonalidade vibrante.

— Bridget! Isso cheira tão bem! Ella exclamou, entrando na cozinha com os cabelos ainda molhados de um banho. Ela se aproximou da bancada, seus olhos brilhando de excitação. O que você está fazendo?"

— Cupcakes rosa com penas de flamingos. respondi, animada. Quero que sejam especiais.

— Você sempre faz tudo especial, ela disse, admirando os ingredientes que estavam dispostos pela mesa. Posso ajudar?

— Claro! Você pode me ajudar a enfeitar. Quero que fiquem lindos e prontos para a festa do final de semana, eu disse, enquanto ela se aventurava na seleção de muitas coberturas coloridas.

Enquanto misturávamos e brincávamos com as decorações, a conversa fluiu de maneira natural. Falamos sobre a aula de hoje e como enfrentar Uliana e seu grupo se tornara uma rotina desafiadora. A cozinha parecia um refúgio seguro, longe das intrigas e da competitividade.

— Eu não entendo por que Uliana se importa tanto em te provocar, Ella comentou, enquanto passava um pouco de cobertura rosa nos cupcakes. Você é muito mais interessante do que ela.

— Mas você sabe como ela é, respondi, suspirando. Ela só quer se sentir superior.

— Bem, talvez você devesse fazer algo ainda mais especial com esses cupcakes, Ella sugeriu, com um olhar malicioso. Talvez se alguém comer um deles, possa ter uma surpresa!
Uma ideia brilhante surgiu em minha mente.

E se, ao comer os cupcakes, as pessoas começassem a ver o mundo de uma maneira mais positiva? Um pouco de magia nunca faz mal a ninguém!

Assim, continuamos a trabalhar, adicionando as penas de flamingo delicadamente ao topo dos cupcakes, tornando-os ainda mais irresistíveis. Cada um deles parecia mais uma obra de arte do que uma simples sobremesa. Quando terminei, a bandeja estava repleta de cupcakes, cada um decorado com precisão e amor.

— Eles estão incríveis! Ella exclamou, admirando nosso trabalho. Agora só falta saber se vão funcionar como você espera.

— Espero que sim, murmurei, olhando para os cupcakes com uma mistura de nervosismo e expectativa.

— E se alguém experimentar e tiver algo rosa por um tempo, talvez isso ajude a espalhar um pouco de alegria por aqui.

Antes que pudéssemos pensar mais sobre o que fazer com os cupcakes, a porta se abriu e Gancho entrou, sua presença instantaneamente cortando a leveza do ambiente. Com um olhar desdenhoso, ele se aproximou, e sua voz carregava um tom arrogante.

— O que você está fazendo, Bridget? Tentando impressionar alguém com esses cupcakes ridículos?

A irritação se acumulou em mim, e a leveza do momento se dissipou.

— O que você quer aqui, Gancho, nunca o vi por aqui, respondi, tentando manter a calma. Este não é o seu espaço.

Gancho ignorou meu tom, seus olhos se fixando na bandeja de cupcakes.

— Estes parecem bons, mas eu duvido que você consiga fazer algo decente, ele provocou, estendendo a mão para pegar um cupcake sem pedir permissão.

— Ei! Não toque nisso, eu disse, sentindo a raiva fervilhar em meu peito.

— Você não tem direito de simplesmente pegar as coisas!

Com um movimento rápido, ele levou o cupcake à boca e deu uma mordida, um sorriso desdenhoso em seu rosto.

— Hum, até que não é tão ruim. Mas ainda é só um cupcake rosa, ele disse, olhando para mim como se eu fosse uma criança brincando com suas bonecas.

— E você é só um pirata sem estilo, retruquei, meu tom cheio de desprezo. Por que não volta para o seu bando e deixa a gente em paz?

— Se você me oferecer mais um desses, James Gancho disse, pegando outro cupcake,

— talvez eu até pense em me afastar. Afinal, o mundo precisa de mais cor, não é mesmo?

— Você não está aqui para ajudar, Gancho. Está apenas aqui para provocar. E por que você realmente se importa com a cor? Você só sabe ofuscar os outros, eu desafiei, cruzando os braços com firmeza.

Ele riu, uma risada que não fazia bem à minha sanidade. Sua voz era rouca e profundamente sexy. Meu coração acelerou, batendo com força contra minhas costelas, enquanto uma sensação de calor e frio se misturava em meu estômago, provocando um turbilhão de emoções conflitantes.

Fechei os olhos por um momento, tentando afastar esses pensamentos perturbadores.

"Estou ficando doida se estou realmente prestando atenção nisso", pensei, balançando a cabeça para me livrar desses pensamentos.

— Talvez eu esteja começando a me importar um pouco mais do que eu deveria. É mais divertido ver você se irritando.

— Divertido para você, talvez, eu respondi, furiosa.

— Só não venha se surpreender se a mágica não funcionar em você.
James deu um passo à frente, o sorriso ainda no rosto, e olhou diretamente nos meus olhos.

— Vou me lembrar disso. Até mais, princesa, e com isso, ele saiu da cozinha, levando consigo os cupcakes e deixando um rastro de frustração e raiva.

Ella olhou para mim, tentando conter a risada.

— Você realmente deveria ter visto a sua cara! Isso foi... incrível!"

— Não foi incrível, foi horrível, eu disse, massageando as têmporas. Agora ele vai espalhar a palavra de que meus cupcakes são uma piada.

— Ou talvez ele volte para mais, Ella sugeriu, piscando. Se não for pela comida, vai ser pela provocação.

Enquanto tentava acalmar meu espírito agitado, não pude evitar que uma pequena parte de mim considerasse o que ele havia dito. O mundo precisava de mais cor, mas, naquele momento, a única cor que eu queria era o rosa vibrante que os cupcakes traziam – e que não tinha nada a ver com ele.

🧁 - Espero que tenham gostado do primeiro capítulo, foi escrito com muito carinho e dedicação.

🧁 - votem e comentem,
isso me ajuda muito.

🧁 - Até o próximo capítulo,
xoxo Ana. 💋

Continue Reading

You'll Also Like

4K 272 33
Bridget e Hook entram para o último deles na escola. Com isso, novos problemas iram surgir, especificamente um velho amigo de Bridget e inimigo de Ho...
2.7K 258 9
SEGREDOS... Introdução A guerra havia finalmente acabado. Após tantas batalhas, sacrifícios e desafios, os Quatro Cavaleiros do Apocalipse haviam cum...
17.3K 1.2K 30
Bridget é uma menina muito doce e alegre, bem diferente de Hook. O cara é considerado um ã, sempre andando junto com Uliana e Morgie fazendo mald...
4.2K 460 20
𝕽𝗢𝗦𝗘 𝕳𝗘𝗔𝗥𝗧𝗦, uma das princesas do mágico País das Maravilhas, juntamente a sua irmã 𝕭𝗥𝗜𝗗𝗚𝗘𝗧 𝕳𝗘𝗔𝗥𝗧𝗦, é enviada para a Merlin Ac...